Forced.

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Lanço-lhe um olhar e me levanto indo para um canto mais afastado da árvore.

Como achei que aconteceria Luke vem atrás de mim.

- Qual é a verdade? - Grito fuzilando-o com o olhar.

Luke bufa e passa a mão nos fios do cabelo.

- Eu levei você para minha casa por que estava bêbada e estava se esfregando em um cara no banheiro masculino. Caso eu não tivesse te levado embora qualquer um poderia fazer isso e te estrupar, poderia até acontecer coisa pior. Então deveria me agradecer e não gritar comigo. - Ele também grita, os músculos do seu rosto se intencionam.

" Steve e Oliver também estavam muito bêbados, Patrick e Augusto  levaram ele para minha casa pouco tempo depois que eu te levei, e depois saíram com duas garotas, essa parte é verdade. Você acabou dormindo no meio do caminho, então quando chegamos eu apenas levei você para o meu quarto e te preparei pra dormi."- Ele continuou.

Ouço tudo com atenção, minha fúria me consumiu, eu realmente achei que teria transado com o cara mais idiota do universo. Não sei se é um alívio ou a decepção por ele ter mentido sobre uma coisa tão séria assim na cara dura.

- Eu não toquei em você, só tirei seus sapatos. Dormimos juntos na mesma cama, mas não fizemos nada. - Ele conclui.

- E era tão difícil me colocar em outro quarto? Por que inventou que transamos Morton? - Estou indignada por ter que encarar essa situação.

- Eu não queria te deixar sozinha, as pessoas tendem a passar mal. - ele fala, respondendo apenas uma das minhas duas perguntas.

- A conta outra, não tem nenhuma outra desculpa melhor? Não acredito em você, aposto que me tocou enquanto eu estava dormindo seu tarado.

- Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Nunca faria isso, nem com você, nem com ninguém. - Ele grita mais alto.

As veias do seu pescoço parecem que irão saltar, seus olhos me fuzilam por causa do seu surto de raiva e ele faz bico.

Fico assustada com sua reação, dou um passo para trás e ele respira fundo, aperta o nariz com o indicador e o polegar e depois solta o ar.

- A 20 anos atrás a minha mãe biológica era alcoólatra, em uma noite de domingo ela exagerou nas doses. Chegou em casa e não conseguia nem ficar em pé, eu cuidei dela como todas as vezes que isso acontecia. - Ele parou de falar e olhou ao longíquo das lápides. - No outro dia de manhã, passei no seu quarto, era cedo e eu precisava ir para a escola. Ela estava morta. Morreu engasgada no próprio vômito, e eu tinha apenas 4 anos de idade naquela época.  Foi por isso que eu não quis te deixar sozinha, não queria viver com a culpa pela morte de outra pessoa. - Ele finaliza olhando para mim.

Não soube o que dizer, ficamos parados um de frente para o outro.
   Ele me olhou balançando a cabeça, como se tudo o que ele disse fosse nada.

- Você não teve culpa, sabe disso né? - É o que consigo dizer.

Luke não responde, apenas me dá as costas e anda até o seu grupo de amigos na árvore, vejo-o falar algo enquanto gesticula e depois voltar para perto de mim.

- Vamos por aqui. - Fala apontando com a mão o caminho de volta a saída.

                            ***

- Eu realmente estou muito feliz por não termos feito nada. - Exclamo quando chegamos ao portão.

- Eu também. - Ele atravessa a rua destravando um Impala preto.

- Pra onde você está indo? -
Pergunto mesmo já sabendo a resposta.

- Te levando pra casa? - Revida com outra pergunta, destacando o óbvio.

IncapazOnde histórias criam vida. Descubra agora