Começando do zero (II).

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"O amor lhe trás afugento das inúmeras incertezas da vida."

—O que você esta fazendo Leonora? Assistindo dorama uma horas dessas? Se formos pegas nosso salário é reduzido a pó! Mas o que aconteceu com aquela jovem de Love Alarme ela ficou com quem?—Perguntou Leonora, se apoiando no balcão para assistir junto de Jessica.

—Não acho provável que a Sr.Mileny venha tão sedo para a recepção!—Um sorriso malicioso formou-se em seu rosto, então continuou. —Você assiste love Alarme?— Surpresa Jéssica perguntou.

Leonora concordou franzindo a testa: —O que foi? Acha mesmo que só você gosta de doramas? Sua visão está bem baixa esses dias minha amiga!—Reclamou Leonora, Jéssica arregalou os olhos com aquela revelação.

—Que tipos de doramas você já assistiu? Por que não vejo você como uma pé que goste de doramas! Eu sempre achei que você era daquelas velhas que gosta de novelas mexicanas!—Comentou Jéssica ainda incrédula, Leonora apertou o cenho decepcionada.

—Esta insinuando que sou uma velha? Para sua informação eu gosto sim de doramas, ainda mais com Lee Jung Suk! Aquele homem é lindo demais, se eu pudesse ve-lo de longe já me sentiria realizada!—Suspirou Leonora enfeitiçada, fazendo Jéssica rir.

Naquele momento ambas discutiam quem era mais bonito, Lee Jung Suk ou Lee Dong-Wook que não perceberam alguém atravessar o Hall como um trem bala. Depois de alguns segundos ambas estreitaram os olhos arregalados.

—Por um acaso alguém passou agora pouco aqui?—Perguntou Leonora assustada, agarrando-se a Jéssica.

—Eu não vi nada! Você está assistindo muito filmes de terror Leonora.—Comentou Jéssica tentando desvencilhar-se dos abertos de Leonora, quando Letícia retorna totalmente desarrumada.

—Uau acho que alguém encontrou-se com Super Choque na rua ou alguém não me avisou que essa é a nova tendência?—Questionou Jéssica perplexa.

Letícia a fuzilou com o olhar e nada respondeu, fazendo ambas se olharem intensamente. Leonora se ajeitou na cadeira pigarreando disfarçando seu medo repentino, esboçando um sorriso forçado.

—Ora ora se não é Letícia com seu novo visual, poderia me recomendar sua cabeleira nas próximas semanas irei ao festival de bruxas e queria um cabelo assim! Obrigada pela sua ajuda!—Provou Leonora com um sorriso, Jéssica riu descontroladamente.

Quando Letícia iria responde-las alguém havia acabado de chegar rompendo o divertimento das recepcionistas, a pessoa em questão não era ninguém menos que Mileny junto de seu mais novo sócio. O Sr.homembonito estreitava seus olhos sedutores para aquelas mulheres, percebendo seu olhar todas se comportavam de modo timido.

—Bom dia Letícia, Arthur me avisou que queria conversar comigo! Do que se trata?—Perguntou Mileny, curiosa pela mudança do comportamento de Letícia.

A pessoa completamente desarrumada não sabia o que fazer aqueles olhares lhe pressionando fazia-na parecer uma idiota, vendo o desespero daquela pobre mulher como um caçador inato Arthur interveio resgatando-a daquela situação.

—Mileny não seja tão dura com sua funcionária, não vê que seu olhar ditador a  assusta? Seja mais dócil quem sabe ela lhe responda!—Sugeriu Arthur docilmente, no intuito de chamar atenção de Mileny.

Entretanto aquela mulher não cederia tão facilmente. Por cima do ombro o olhar estreito de Mileny pousou na figura atrás de si, como uma flecha certeira penetrou nos ossos de Arthur que incontroláveis arrepios circulou em sua espinha.

—De que modo você acha que meu olhar é ditador? Não sou uma mulher que facilita demais um comportamento errado, aqui eu sou a Chefe e você um sócio só fale quando eu me dirigir a palavra! No momento seu comportamento está sendo de um garotinho defendo sua amada, até quando você se camuflara nesta máscara de alfa e esconde um homem inseguro que precisa de atenção para se sentir satisfeito?—Exclamou Mileny seriamente, o semblante risonho de Arthur desapareceu como um sopro.

"Que mulher sem papas na língua", pensou Arthur sorrindo como um idiota. Leonora e Jéssica observava aquela cena inexpressivas, mas no fundo riam como loucas. A passos lentos Mileny avançou na direção de Letícia que com as investidas apertava a borda de sua camisa amassada, os dedos frágeis e belos de Mileny poucou no topo da cabeça de Letícia decendo até as mechas de sua franja ali ela acariciou as bochechas de Letícia sorrindo.

—Por que está com medo Letícia? Apenas relaxe não sou um estranho para sentir-se acanhada! Agora me fale o que você queria comigo.—Em tonalidade baixa a voz soou adocicada, vibrando o coração de um lobo infame.

Era novo aquele sentimento que pousou em seu coração, a visão que visualizava daquela figura mediana e implacável agora parecia ainda mais complexa. Muitas camadas escondidas naquele rosto esculpido por mãos abençoadas aos poucos descamava o segredo por trás de um muro alto. Completamente despercebido Arthur se adentrava naquele mundo complexo e desafiante interessado nos próximos acontecimentos, seu rosto estava uma completa cara cômica que todos assistiam segurando o riso.

Sem entender o motivo daquela mudança de olhares Arthur olhou para um lado e outro procurando o palhaço da vez, até descobrir que na verdade ele era o próprio.  Torcendo os lábios insatisfeito com aquela provocação seus pés avançaram para o limite da linha do elevador, sendo observado por todos mais parecia um idiota timido que um predador a procura de sua presa.

—O que será que deu nele?—Perguntou Leonora segurando o riso, Jéssica ao lado totalmente vermelha devido a força que fazia para segurar o riso deixou escapar a gargalhada.

—Quem sabe! Talvez ele ficou achando que estávamos rindo dele? Ele é lindo até desajeitado!—Respondeu Jéssica entre risos, causando uma eufórica na Hall da empresa.

A única que não participava daquela comoção toda era Mileny, pois não entendia o motivo de todos estarem dizendo que Arthur era lindo de qualquer jeito. No ponto de vista dela Arthur não passava de um imbecil cheio de si, por tal motivo não conseguia o ver do mesmo modo.

O painel passava um slide aqueles assentado na mesa retangular, apenas a luz do painel era o que iluminava toda a sala. Muitos olhares concentrados observava a mulher que explicava suas ideias, assim que a luz foi acesa o silêncio pairou sobre o ar. Aquelas assentado nas cadeiras cochichavam entre si o que haviam acabado de escutar, passou alguns segundo quando o homem da esquerda perguntou.

—Não era você a mulher que precisou da ajuda de Arthur para reerguer a empresa? Acredito que não precisará dos fornecedores para construir este edifício, então por que quer a nossa ajuda para criarmos novos produtos ao mercado?—Diz-se ele curioso, todos concordado em unissomo.

O falatório começou a partir daí, a figura refletida pela luz do painel cruzou os braços suspirando profundamente, no seu rosto passifico a curvatura de um riso foi despercebido por aqueles duvidosos, mas apenas uma pessoa capturou aquele sorriso  destemido. Circulando a mesa com passos lentos Mileny respondeu aquela homem.

—Para começar não estamos aqui para discutimos o que fiz e sim relatar o que necessitamos para reerguer Cicilis Monteiro! Como havia dito antes as maiores empresas crescem por que seus chefes sabem bem o que fazem, além da competência de seus funcionários e fornecedores! Não sou a mulher que vendeu as ações da empresa a Arthur, continuo sendo a proprietária e ele é meu sócio!—Argumentou Mileny, sua lábia era realmente inflexível.

Ninguém disse uma palavra seus olhos cintilavam a certeza, afinal mesmo admirados pela beleza de Mileny sua inteligência os capturaram como uma isca de peixe. Arthur no sofá de couro deitado como um preguiçoso beliscava algumas frutas em cima da mesinha de centro, quando foi pego por Mileny assim que adentrou na sala. Rapidamente se ajeitou no sofá desconfortável com os olhares da sua sócia sobre ele.

—Fizemos um bom trabalho Mileny, deveríamos comemorar!—Disfarçando sua vergonha, Arthur sugeriu.

Mileny acariciou seu queixo pensativa, quando respondeu sua pergunta: —Nem sempre a vida é movimentada por diversão, momentos como estes já são preenchidos com o sentimento de alegria não basta apenas sentir no momento, é necessário todos os dias!—Expressou ela serena, assentando na cadeira de couro retornando ao trabalho.

Na vida cada um vive de modo que se sente feliz, entre sair com amigos e retornar quando o nascer do sol estiver no horizonte. Entretanto aqueles que se perdem no meio do caminho que acreditam no que suas fantasias criou, mas que na verdade é só um disfarce para se esconder da sua solidão.

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