As badaladas do relógio.

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Havia tanta serenidade naqueles olhos azuis que faiscou uma penetrante desafiadora sombra, notando aquele petulante e atrevido olhar Mileny apertou os olhos levemente. Um sentimento estranho penetrou seu coração como se quisesse lhe avisar de algo, mas não conseguia distinguir o que exatamente aquilo seria.

Um estranho silêncio reverberou naquele escritório as duas pessoas ali dentro não ousava olhar uma para outra, o que causou um incômodo rapidamente. A inquietação no seu peito a deixava cada vez mais confusa, além do mais aquele sentimento havia esquecido por um tempo o que era. Completamente imersa nos pensamentos não notou um atrevido e indesente homem se aproximar. Quando sentiu a presença de tal pessoa já era tarde.

O aroma forte do perfume de Arthur tocou as narinas de Mileny fazendo-a inclinar a cabeça para trás, naquele momento tudo pareceu ficar em câmera lenta o intenso e atrevido olhar era ainda mais charmosos olhando de perto. Era sufocante ao mesmo tempo pois aqueles olhos transmitia algo perigoso que fazia o corpo de Mileny arrepiar, a outra pessoa não conseguia desviar o olhar e notava o quão aquele rosto angelical era fascinante sem qualquer anormalidade que deixasse imperfeito, no entanto tudo era deslumbrante desde seus fios até a clavícula nada era desleixado como uma escultura bem feita.

Arthur sentiu seu coração balançar um pouco percebendo o quão aquela mulher era perfeita, nunca havia sentido algo que debileradamente o fizesse repensar sobre seu comportamento rude. Mas tudo que passava em seu pensamento era o quanto aquela mulher o fazia parecer um completo idiota, enquanto ele tentava manter-se equilibrado Mileny estava desconfortável com aquela estranha atmosfera que rapidamente empurrou ele a um metro de distância. Ainda atordoado Arthur demorou um pouco para perceber o que havia acabado de acontecer, instantaneamente suas palavras desajeitadas soaram de seus lábios fartos.

—Eu...não...desculpa sou um pervertido talvez é isso que esteja pensando! Realmente não era minha intenção, bom...espero que você consegui fazer um bom trabalho!—Dizendo isso, Arthur saiu as pressas.

Sozinha com o som apenas do ar-condisionado Mileny respirou profundamente sentindo que suas bochechas estavam quentes, por mais que tentasse ser firme ainda era difícil não perceber o quão galanteador Arthur era. Apesar de tudo isso não era fácil para Mileny se apaixonar porque seu coração já havia sido despedaçado uma vez e prometeu a si mesma que isso não aconteceria novamente. Pelos corredores os passos apressados diminuíram quando percebeu que estava longe o suficiente do escritório de Mileny, enconstando-se na parede ele pode enfim respirar apropriadamente sentindo que seus batimentos cardíacos estavam desregulados o preocupou muito.

Sempre que tentava focar em algo aquele rosto deslumbrante vinha a mente, cilios longos negros, íris verdes como Esmeraldas, cabelos vermelhos como fogo, lábios carnudos rosados e uma pele cheirosa macia algo dentro dele fervia instantaneamente só de imaginar tocando aquela sedoso corpo, rapidamente golpeando seu próprio rosto Arthur assustou aqueles que passavam por perto que uma dessas pessoas se aproximou dele expressando preocupação.

—Você está bem?.

Ele balançou a cabeça positivamente lhe direcionando um sorriso torto, aquele gesto simples bastou para mais uma de imensa fila crescer. Então Arthur retornou ao seu escritório meio apático sem entender seus próprios sentimentos. Na recepção a fofoca já corria como fogo não havia uma alma que não sabia sobre o comportamento estranho de Arthur, no entanto ninguém ousava perguntar diretamente o que realmente havia acontecido.

—Acha mesmo que o senhor Arthur estava atordoado no corredor essa manhã? Talvez ele estivesse sentindo dor de barriga por isso expressou aquele sorriso torto! Vocês realmente inventam coisas sem pé nem cabeça!— Comentou uma funcionária, argueando a sobrancelha Jéssica cruzou os braços.

—Não é você que vive dizendo por ai que o senhor Arthur é um homem miserável que só corre atrás de rabo de saia feias, realmente tem papas na língua para questionar algo?—Reclamou Jéssica sarcástica, fazendo a outra contrair a face.

Com isso a recepção começou um debate de o que realmente havia acontecido naquela manhã, Letícia por outro lado só suspirava quando chegou presenciando aquela algazarra toda. Calmamente se aproximou apoiando o cotovelo no balcão e com um sorriso ambiguo disse:

—Posso saber o que todas vezes fazem enquanto tem trabalho para fazer?.

Leonora que estava assentada na cadeira ao lado de uma pilha de papéis ao notar a precensa daquela pessoa quase cai do seu assento que cutuca Jéssica automaticamente levantando da cadeira com o cenho franzido, ela então gruniu algumas coisas inaltitiveis para enfim responder a pergunta de Letícia.

—Estamos comentando algo que ocorreu hoje sedo esquecemos por um breve momento que precisamos trabalhar, obrigada pela sua ajuda Letícia!—Forçadamente Jéssica sorriu, com os lábios franzidos Letícia suspirou.

—Ok, voltem ao trabalho!—Dizendo isso ela saiu sem dizer mais nada, todos arregalaram os olhos.

—O que acabou de acontecer?—Comentou uma das funcionárias perplexa, Jéssica e Leonora se entreolharam incrédulas.

—Um fantasma a possuiu!—Disse Leonora com calafrios, Jéssica concordou com a cabeça.

Naquele momento um vento frio serpenteou a recepção deixando todas com calafrios rapidamente o silêncio repentino penetrou ali, sem ousarem dizer uma só palavra retomaram seus lugares silenciosamente. As luzes dos postes nas encostas da cidade trazia consigo o aconchego daqueles que trafegava por ali, no horizonte o pôr do sol desenhava a linha do anoitecer que com cores diversas enfeitava toda a cidade. Os sons de carros e buzinas se misturavam com a brisa do inverno as fumacantes fumaças flutuavam de suas bocas em sinal de temperatura baixa, com casacos quentes e sutis botas de couro era tendência naquela época tão gelada.

As ruas sempre fartas apesar do frio nunca estava vazia, restaurantes lotados com diversas mesas fumegantes de fumaça por mais frio que estivesse todos estariam se divertindo. Em uma das mesas ao fundo Catarina debojavasse de uma mesa farta de variados pratos quentes, sua companheira balançava a cabeça em forma de desaprovação suspirando profundamente.

—Você me chamou aqui só para eu assistir você comer tudo isso?—Reclamou ela de braços cruzados, Catarina apenas sorriu.

—O que mais você queria? Que eu chamasse o senhor Arthur como companheiro de comida? Mileny pare de reclamar e apressie minha boa vontade!—Exclareceu Catarina em um tom sereno, Mileny entortou o lábio.

Não dizendo nada, apenas lembrar de Arthur faz com que ela tenha arrepios sem sentido. Vendo sua amiga franzir a testa Catarina mostrou um sorriso convincente, pois mais do que ninguém ela sabia que Mileny estava incomodada com algo.

—Me diga o que você acha de Arthur? Ele não é bonito? Apesar de não ver muito do seu físico só de olhar parece que ele é bastante atletico, além de parecer bem viril também!—Declarou Catarina sem pausa, Mileny franziu ainda mais a testa.

Continuando não dizendo nada só deixando Catarina ainda mais provocativa, mesmo que ela não dissesse nada sua expressão lhe condenava.

—Fala sério, você já percebeu isso também! Seu silêncio diz tudo. De qualquer forma quando vi ambos juntos parecia uma moldura feita pelos deuses de tão lindos que ficam juntos, por isso os outros sentem inveja!—Disse Catarina provocando Mileny, que estreitou os olhos para sua amiga.

—O que quer dizer com isso? Aquele hornitorinco não é nada além de um pervertido! Usando mulheres como bem quiser, homens assim são desprezíveis não me coloque junto a esta escória!— Cerrando o cenho Mileny respondeu, mesmo assim Catarina não parou de sorrir.

Ela sabia que Mileny era simples demais de entender mesmo que para outros isso serviria como aviso, mas Catarina sabia que era apenas um modo de defesa que sua melhor amiga havia adquirido com o passar do tempo, como badaladas do relógio Mileny constroi um muro para o amor.

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⏰ Última atualização: Sep 24, 2022 ⏰

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