Não tiro a razão do Nick em ter se assustado com histórias envolvendo aquela sinistra cabana. Ela, por si só, já daria um bom enredo de filme de terror.
Quando nos aproximamos do casebre, pude reparar melhor nos detalhes da construção. Algumas janelas ainda tinham vidro, ou o que sobrara deles, enquanto a maioria era fechada com tábuas de madeira, dando-lhe aquele ar de "entre por sua conta em risco". A porta não tinha a mínima pretensão de se manter trancada, já que um simples empurrão foi o suficiente para as dobradiças cederem. Eu segui os outros para dentro da casa, mas continuei apreensiva. Aquele lugar, lançava naturalmente esse sentimento sobre nós.
— Tem certeza de que esse é o lugar certo? — perguntou Alícia.
— Bem, segundo o mapa... — Pablo examinou as três cartas pregadas com fita adesiva. — Devemos encontrar algo parecido com um quadro de fusíveis.
— Seria aquilo? — Julian apontou para um retângulo de metal fixado na parede perto de uma janela.
Pablo confirmou com a cabeça. Ficamos em volta do quadro esperando as instruções do mapa. Dentro da caixa de metal havia apenas alguns botões e alavancas.
— Isso deve abrir uma espécie de porta secreta... — disse Pablo.
— Então vamos lá! — Enzo apertou um grande e destacado botão com open escrito em baixo.
— NÃO! — Gritamos todos ao mesmo tempo.
Era óbvio que teria algum tipo de sistema de segurança. Mesmo não conhecendo o L, era correto pensar que ele não estaria de portas abertas para qualquer um. O pequeno cômodo em que estávamos foi preenchido por uma luz vermelha e uma sirene começou a soar.
Não sabia o que esperar, mas todos ficaram prontos para luta. Aconteceu tão rápido que Quando percebi já era tarde. As paredes da sala foram substituídas por um revestimento metálico. Outra parede se ergueu no centro, dividindo o cômodo em dois. Me virei apenas a tempo de ver Julian correndo em minha direção e gritando meu nome.
Ouvi pancadas e a parede de metal ficou quente. Talvez fosse Alícia tentando abrir caminho. Infelizmente não deu certo.
O lado que eu fiquei escureceu completamente. Senti solavancos no chão, parecia que a casa estava em movimento... Estava descendo.
Não poderia fazer muita coisa numa situação dessas. Abaixei-me e abracei minhas pernas. Esperava apenas que aquilo acabasse logo.
***
— Não se preocupe, eu estou aqui. Eu lhe protegerei! — Enzo estendia a mão para me ajudar a levantar. — Vamos ficar bem.
Meu medo se dissipou um pouco e meu coração deu uma acelerada. O sorriso dele era a coisa mais perfeita do mundo naquele momento. Nada mais importava, queria apenas me jogar nos seus braços.
Pisquei apressadamente quando o som de uma tapa na cara de Enzo me despertou do transe.
— Não acredito que você tentou isso nela! Isso não é hora para suas gracinhas. — Rylie estava com os braços na cintura e uma expressão de raiva. — Deixa a menina em paz.
— Ai! Precisava fazer isso? — Enzo alisava a parte do seu rosto com a marca de quatro dedos em destaque. — Não me diga que está com ciúmes...
Rylie relaxou e começou a olhar pra ele com o mesmo olhar que eu fazia a momentos atrás. Aquilo me enfureceu também. Marquei cinco dedos na cara dele.
— Pra que tanta violência? — Enzo massageava as duas bochechas agora. — O único momento que tenho sem o Julian ou o Juan por perto e não posso nem aproveitar.
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Projeto Cronos
Teen FictionDepois de acordarem misteriosamente em um beco, Julian e Mari não se lembram do que aconteceu e nem aonde estão. Logo descobrem que estão no futuro e que suas memórias foram apagadas, e eles não estão sozinhos. Ambos possuem poderes, Mari pode ver...