"Não é só você que pode morrer nessa história"

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Julieta P.O.V

Tudo estava tão silencioso. Era possível ouvir o irritante som dos mosquitos que voavam pelo quarto. Estava tudo tão peculiar após aquela "confusão". Eu realmente queria poder entender tudo.

Fui até a sala de estar, onde Jonathan se encontrava, e voltei ao assunto.

— Jonathan, por favor me explique tudo o que aconteceu naquele dia.

— Não há o que dizer.

— Claro que há! Me explique como se conhecem, por quê ele veio atrás de mim, por que não queria que eu saísse com ele. Diga tudo o que sabe!

— Tudo bem. – suspirou e passou um curto tempo buscando as palavras certas para me contar. – Sua família, Julieta, tem uma herança muito grande deixada para você.

— Como sei se fala a verdade? E por que eu nunca soube disso?

— Você saberia, mas sua mãe morreu antes de te contar.

— Acho que desisti de saber. – disse já me levantando para me retirar.

Eu estava realmente curiosa e interessada, mas eu estou cansada de descobrir coisas que esconderam de mim. 

— Agora me deixa falar! – disse segurando meu braço.

— Jonathan, você não entende.

— Então tente me explicar.

Já com os olhos marejados, continuei a falar:

— Você não sabe como é voltar após seis meses sem se lembrar de nada e depois descobrir que tem um irmão, que sua família escondia uma herança de você... – sem permissão as lagrimas percorriam meu rosto.

— Eu entendo. Você está passando por um momento difícil da sua vida e deseja explicações, mas, eu sei, elas são difíceis de lidar.

— Jonathan...

— Me deixe terminar.

Ele olhava fixamente meus olhos. Aquelas íris azuis brilhavam de um jeito acolhedor. Isso me acalmava.

Ele suspirou e tirou o olhar sobre mim.

— Eu já trabalhei para o Robert.

— Você o que?

— Por favor, não me interrompa.

— Me desculpe.

— Ele trafica drogas e eu já fui parte disso. Não, eu não me orgulho disso. Eu decidi parar e ele não me deixaria ir se não o pagasse uma grande quantia. Sem saber como conseguir, ele me sugeriu você. Me explicou sua história e eu entrei na sua vida.

— Você não é meu irmão? – disse em um tom alto como um grito.

— Não. Mas ele acertou umas papeladas e agora sou. Voltando... ele queria que eu te matasse e conseguisse a herança. Eu comecei a me aproximar de você e vi que não conseguiria fazer isso. Ele, impaciente, veio atrás de você. Por isso não quis que encontrasse ele.

— Olha, muito obrigada por me salvar, mas eu peço que saia da minha casa. E, de preferência, saia da minha vida também.

— Julieta, você não está entendendo.

— Na verdade, acho que entendi até demais.

— Julieta! Você precisa acordar! A vida não é um conto de fadas! Você está correndo perigo e realmente quer que eu saia para você se trancar e chorar no quarto? Não é só você que pode morrer nessa história!

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