Bob acorda um pouco assustado, ainda estava no hospital mas sua situação estava melhor, ele se lembra de tudo que havia acontecido e do pesadelo também. Em seu peito onde estava a carta de Elivan o homem a lê e fecha seus olhos, pensando consigo mesmo ele se questiona, haveria um modo de acabar com tudo aquilo ? Ele já estava tão acostumado com isso que não imaginava mais sua vida sem essa tortura.
Bob percebe que seu corpo estava com pequenas cicatrizes, sente arder um pouco, no final do seu pesadelo ele havia pulado de uma janela e vidros cortavam sua pele, isso ele ainda não entendia, como seus sonhos poderiam machuca - lo ? Mas fora isso ele estava bem e fora de perigo. O que o deixava mais aliviado era que havia outras pessoas que estavam passando pela mesma coisa, talvez a situação delas fossem piores que a dele, já chega de ser o coitado da história, ele precisava se encher de coragem e enfrentar os monstros que lhe atormentavam, talvez fosse a única maneira dele ter paz. Algumas horas depois o médico da alta para Bob, e esse vai pra sua casa, ao chegar não havia energia e nem água, pois fazia quatro meses que ele não pagava as contas. Só restava sair de casa para comer alguma coisa, com o pouco de dinheiro que tinha um kibe era a única coisa que ele poda comprar numa lanchonete bem próxima a sua casa. Sentado em uma das mesas ele come bem devagar o salgado, pediu um copo de água depois que havia terminado de comer, e também bebeu com bastante calma, era visível o prazer que ele sentia ao sentir a água descer por sua garganta, parecia ser seu último copo de água. Ele ainda estava com fome mas não tinha dinheiro pra comprar uma bala sequer, sem emprego, e sem dinheiro pois havia torrado tudo na bebida, tinha que dar um jeito na sua vida, e ia começar o mais rápido possível. Ao terminar de beber água ele entrega o copo para o garçom que agora estava bem a sua frente no balcão.-Me diga uma coisa, vocês estão precisando de funcionários ?
O garçom olha bem para o sujeito pegando o copo de sua mão, logo aparece o dono, que havia saído da cozinha e então o garçom pergunta.
-Esse homem está perguntando se precisamos de funcionários.
O dono olha para Bob, já tinha o visto na rua bêbado e caído, na verdade todos da cidade já o viram e sabiam bem o motivo, numa cidade pequena é fácil ter sua fama.
-O que você faz ?
Perguntou o dono, este estava disposto a dar uma oportunidade para Bob, seu nome era Bruno, um homem de bom coração e de bom caráter, assim como Bob era antes da perda de Ana.
-Eu era lenhador, mas por conta de alguns problemas tive que sair, até tentei voltar para meu antigo emprego mas não foi uma boa idéia. Acredite quando eu digo que aprendo rápido e sou bem esforçado.
Bob fala com calma, e antes que Bruno dissesse qualquer coisa, ele continuou a falar:
-Apenas quero poder comprar uma refeição descente que mate minha fome.
Pra quem já passou fome conhece bem o drama de ouvir a barriga roncar e não ter nada para comer, nessas horas o extinto fala mais alto e comer do lixo não parece ser tão ruim como se vê.
-Esta contratado rapaz, vai começar hoje mesmo, pode lavar a louça. Aqui eu pago quarenta por dia, aos sábados não abrimos, porém nos domingos e feriados dobramos a carga horária de trabalho, abrimos as sete e fechamos as vinte e duas horas.
Bob abre um largo sorriso, não diz nada, apenas entra na cozinha e começa a lavar a louça, em toda sua vida nunca lavou e nem irá lavar uma louça tão contente como lavou aquela, essa oportunidade não poderia ser jogada fora, Bob daria o sangue pra ter uma nova vida.
Muito longe dali, em outra cidade, estava Dayane terminando de arrumar a mudança, agora iria morar na casa de seu namorado, ele não sabia e essa seria uma surpresa quando ele saísse da prisão, ela passou o dia todo organizando as coisas e sem falar no pó que os moveis tinham e ela os limpou.

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O PESADELO
Mystery / ThrillerUm homem que perdeu a esperança de viver, a trágica morte de sua filha o fez perder o chão. Agora ele precisa enfrentar seus medos para que alcance a paz que tanto precisa