Como estou?

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Três meses depois que me deram alta eu já estava totalmente recuperada, o trauma estava controlado e voltava a rotina leve e pouco proveitosa que tinha. Trabalho, casa, filme com caramelo e gelado a acompanhar.

Recebi uma mensagem enquanto punha uma colher de gelado na boca quis ignorar, mas o telefone tocou outra vez sinalizando mais uma, e outra, e outra. Depois do quarto toque pus o filme no pause e uma colherada de caramelo na boca enquanto levantava e fui puxar o telefone da ficha onde carregava.

A primeira vez que li as mensagens a colher caiu da minha boca e eu quase me babei. Li pela segunda, terceira, quarta... oitava vez as seguintes mensagens:

00 XXX XXX XXX: Olá, estás aí?

00 XXX XXX XXX: Tenho uma novidade!

00 XXX XXX XXX: Ela confessou tudo, que me traiu com um dos meus amigos e não foi só uma vez, não sei se ela disse aquilo de raiva ou por ciúmes teus, mas acabei com ela.

00 XXX XXX XXX: Deves institivamente querer perguntar-me se estou bem? Está a ser agridoce mas ficará tudo melhor e um dos sabores será mais evidente um dia.

Senti-me confusa por eu fazer parte desta história como causadora de ciúmes, e um pouco culpada por meu coração estar tão eufórico com uma situação destas. Ele está solteiro! SO LT EI RO! Não acredito, nem parece real.

Essa jovem é muito burra, ninguém se comporta assim com um Homem destes.

Nem sei o que dizer. Então escrevo:

Sammy =) : Ela é que fica a perder e nunca saberá o quanto...

00 XXX XXX XXX: profunda tu! XD

Sammy =) : desculpa perguntar, mas qual é a parte doce nisso tudo?

00 XXX XXX XXX: a parte doce é que assim o caminho fica livre para pessoas fantásticas ~(tal como tu) ~ entrarem.

Eu me assustei ao ler aquilo, muito, tanto que inventei que estava na rua e a ficar sem bateria e tinha de desligar. E de facto desliguei.

Não sabia como reagir, nem um pouco. Respirei vezes sem conta e numa dessas transições de respiração bateram a porta de minha casa e lá estava a última pessoa que eu gostaria de ver nesse momento com um anel e de joelhos a pedir-me para casar com ele após um discurso que estava muito nervosa para lembrar depois daquele choque.

Minha mãe entendeu quando lhe disse que precisava de pensar em muito porque casamento é para sempre e por mais que eu tente eu não consigo me ver livre e independente com ele, só uma eterna satisfazedora de necessidades e eu não quero ser isso.

Quero aventura, beijos companheiros e não egoístas, romantismo a moda antiga. Talvez eu esteja a pedir demais para ele ou a confundir o homem que Deus quer para mim.

Porém eu construi uma vida comoda e me predispus a me adaptar na vida dele e ele na minha, nossas famílias se conhecem e eu vou jogar tudo para o alto por causa de outro alguém? O possível homem ideal, o meu PDD (presente de Deus), que eu sempre denominei por TQPAD?

Por isso estou aqui porque tenho de voltar para dentro de casa onde minha mãe me aguarda com eles (as amigas) com uma decisão sobre quem fica na minha vida e quem sai pois por mais que eu queira é impossível amar dois. Mesmo que eu opte pela androgamia um será sempre mais preferido que o outro.

E pensando outra vez nisso tudo posso ver que a escolha sempre teve tomada. Por isso seguirei em frente. Entrei em casa as 16:37 e minha mãe retirou-se da sala deixando-me só com eles.

- Não darei muita volta. Um dos meus grandes momentos foi te conhecer Daniel, a cada conversa a cada piada eu sempre te achava mais fantástico, mas tu Guilherme sempre foste paciente e estiveste presente e é muito difícil fazer isso até porque partilhei grandes experiências, sinto que tenho de chegar ao fim da meta contigo – Daniel levantou-se tentado deixar o local, mas eu agarrei-o pelo braço e continuei- e que esta é a tua paragem na minha corrida pela verdadeira felicidade.

Eu escolhi ser feliz com quem eu realmente sempre quis, e não pensar em nada mais do que em Daniel, meu marido que em tempos era e sempre será, desde o primeiro dia que o conheci Tudo Que Pedi A Deus.

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O homem ideal (existe?)Onde histórias criam vida. Descubra agora