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Nicolas Barone

- Ainda não acredito que você veio - Riu prendendo o cabelo num coque frouxo.

- Eu não podia arriscar que algo acontecesse com você e eu estivesse em casa. - Olhei pra ela, que estava com lágrimas nos olhos.

- Não sei como te agradecer. - Falou apertando minha mão.

- Você só tem que ficar melhor. - O médico entrou no quarto e sorriu pra nós.

- Como está se sentindo Senhorita Sarkozy? - Perguntou olhando da ficha médica, pra ela.

- Melhor... Eu acho. -

- Sim, você apresentou uma melhora significativa. Mas ainda terá que fazer visitas ao hospital. - Ele rabiscou algo numa folha e entregou a Maya. - Aconselho que adote um cachorro treinado para ajudá-la a saber quando pode ter uma recaída. - Existe cães pra ajudar com problemas no coração? Não sabia.

- E se eu não conseguir? - Perguntou olhando pro médico, e apertando minha mão.

- Se não conseguir é melhor não ficar sozinha, como avisamos antes pode apresentar recaídas. - Mas o que... - Temo que se estiver sozinha, não consiga chegar a emergência a tempo.

- Fica lá em casa. - Falei automaticamente. Ela me olhou espantada. - Vou ficar em casa nos próximos dois dias, depois a gente da um jeito e... Kendra tá sempre em casa. - Se eu estou pirando? Não não

- Mari vai viajar, e o Gusta vai voltar pra faculdade também. Nicolas, todos vocês vão pra faculdade. - Exclamou depois uns segundos.

- A gente resolve isso depois. - Revirei os olhos.

- Para de bobeira, eu também vou voltar pra faculdade, e como todos estamos no mesmo campus vamos nos ver sempre. - Argumentou, não que isso faça alguma diferença na minha decisão.

- Mas o médico acaboude dizer que você não pode ficar sozinha! - Exclamei. - E se você for pra minha casa vai estar perto de todo mundo. - Olhei para o médico pedindo ajuda e ele concordou comigo.

- Seu namorado está certo. Mas a decisão é sua, tenho que ir ver outro paciente. - Acenou pra gente e saiu do quarto.

Maya não estava mais segurando minha mão, agora ela usava as duas para segurar o papel que o médico tinha entregado.
Talvez por que estava difícil de decifrar o que ele tinha escrito.

Eu realmente quero que ela aceite ficar lá em casa, afinal, é claramente mais seguro assim.
Mas Maya é muito teimosa, e eu já posso confirma isso mesmo com o pouco tempo que conheço ela.

- Eu acho que a gente pode tentar... - Falou de forma lenta, como se ainda estivesse escolhendo as palavras. - Até por que sua casa fica perto de onde a mãe do Gusta trabalha. - Concluiu.

- Eu só tenho boas idéias, se acostuma com isso. - Sorri convencido.

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