Minha bateria do celular acabou há uma hora atrás quando chegamos na casa de praia que passaríamos um mês inteiro. Desisti de carregá-lo na hora, poderia fazer isso depois, já que não tinha sinal.
— Lá, lá, lá, lá, lá, lá...— comecei a cantar na janela do meu quarto esperando um salvador.
— Escutei as janelas tremerem e vim aqui. Quero o motivo de você estar cantando o complemento perfeito para qualquer música de 3 minutos ou mais? — perguntou minha mãe toda arrumada com a mão na cintura, um pouco irritada.
— Estou presa nessa torre com meus longos cabelos fazendo-me companhia e estou chamando os pássaros para me ajudarem a sair daqui com o meu belo canto, como Julieta fez para sair com o bofe do Romeu.— respondi e continuei olhando para minha mãe que naquele vestido azul parecia bem mais magra.
— Primeiro: Quem fica presa numa torre e têm longos cabelos é a Rapunzel. Segundo: Quem canta e chama os animais é a Branca De Neve. Terceiro: Com isso tudo é meio óbvio que quem fez isso tudo não foi Julieta. E não existem provas que Romeu era um bofe.— me corrigiu andando como se fosse num desfile, ia de um lado para o outro.
— Eu não estou errada, é um Crossover. Mãe para de andar de um lado para outro, está irritando.— falei olhando para ela, que ainda desfilava como se tivesse na Fashion Week.
— Não notou nada de diferente? — perguntou parando e passando a mão na cintura.
Eu sei que ela está mais magra do que estava há vinte minutos atrás. Ela disse há um tempo que comprou uma cinta modeladora.
— Você está usando Espremex. " Para matar sua gordura claustrófoba, para você entrar em qualquer roupa"— começou o momento garota propaganda.
— Era só para dizer que eu estava magra. — falou bufando.— Tem miojo no armário, é só ferver a água, jogar o miojo e o tempero, mas antes tire o tempero do saquinho. Tchau, seu pai já está me esperando.— e saíram para jantar fora.
— Suga, garoto delícia, o que eu faço sem você?— lamuriei na janela com o meu ar mais sofrido comovendo até o vizinho da casa ao lado. Em histórias costumam dizer que o vizinho da casa ao lado é um gostoso que faz Strip-tease para você sem permissão, e depois disso vão se casar e ter meia dúzia de filhos. O meu vizinho da casa ao lado não é bem assim.— Oi, pessoa que habita esse mundo injusto, cruel, cheio de guerras civis que não são do Capitão América. — falei para uma criatura de uns treze anos.
— Você é normal? Porque eu escutei minha janela tremer e depois eu escutei você chamar um carinha.— disse o menino tentando tirar uma com a minha cara.
— Não é um carinha. É um cara muito gostoso que não faz a mínima que eu existo. Sabe, é um amor não correspondido. — expliquei para ele a origem do meu universo.
— Ryan, o jantar tá pronto.— gritou sua mãe. Eu acho.
— Já estou indo. Tchau, menina estranha.— disse e fechou a janela.
Resolvi descer as escadas e preparar uma merenda. Realmente era muito miojo no armário, quanto tempo meus pais pensavam em ficar fora ou por quanto tempo ficaríamos sem cozinhar? É tanto miojo que me enjoou.— Cadê o meu biquíni preto? Não quero chamar atenção. — joguei todos que eu trouxera na cama, dois fluorescente, um maiô escrito " Desculpe por eu ser sexy, e se eu não sou, me desculpe pela vista", um azul escuro e o danado do preto.
Antes de o colocar passei muito protetor solar, mesmo com o sol indo quase embora usei uma quantidade considerável para evitar queimaduras de sol, que ardem pra caraça. Com um short jeans e o biquíni preto passei do conjunto formado pela minha casa, a casa do vizinho estranho e da de não-sei-quem.
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Fiksi Penggemar" E ele saiu do mar depois de horas submerso, resplandecente como um verdadeiro Netuno". Mas a realidade não era assim, o que eu via era uma futura esponja do mar ou uma uva passa mais passada do que se consideraria ser passada no mundo das uvas pas...