9. Rainy Day

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Pov Lauren

(...) Poucos dias antes das primeiras palavras de Hope

-Camila, isso não vai prestar. -Eu digo olhando pra minha esposa e para uma pequena criaturinha de franjas desarrumadas e pés descalços que sorria sapecamente igual a mãe.

-Boo, vamos. Não seja uma mãe chata que não deixa comer doce. -Camila franziu a testa num tom de manha e fez biquinho e minha filha juntou as mãozinhas num 'por favor' muito fofinho.

-Quem chegar por último vai lavar a louça da janta. -Disse correndo para fora de casa no quintal com gramado molhado.

-Ahhhh -Minha filha gritou animadamente. Mesmo fazendo apenas ruidos era maravilhoso esses sonzinhos que ela soltava quando estava feliz.

-Não vale, Jauregui - Cabello. Eu vou ter que lavar.

Camila começou a correr pelo gramado atrás de mim e da nossa Hope e só assim se deparou com o gelado da chuva que estava caído no fim da tarde de domingo em Miami. Hope estava de pijama ainda por ser domingo. Sabemos o quão era importante ficar o dia inteiro de pijama num Domingo. Mas isso não nos impediu de tomar banho naquela chuva.

Corri e chutei as bola de Hope e a baixinha sorria como se estivesse vendo a chuva pela primeira vez. Na verdade, estava tomando banho de chuva pela primeira vez.

Brincamos de bola, rolamos na grama e fizemos competição de quem conseguia escorregar mais de pinguin. Hope pulava nas poças que se formavam no quintal e molhava Camila de lama que soltava da terra. Minha esposa teve a brilhante ideia de pintar meu rosto com com aquela coisa melequenta dizendo que fazia bem para estética.

Dançamos na chuva com Hope no colo. Era difícil dançar com três, mas nada mais difícil do que foi me ensinar a dançar. A Latina teve muita paciencia no nosso início de relacionamento pra me ensinar a dançar menos pior. Dançar na chuva era maravilhoso.

- Vem cá, baixinha. As duas, no caso. -Falei rindo para minha esposa e pra Hope. -Deitem aqui um pouquinho e vamos apeciar a chuva.

A chuva deixou de estar forte e chuviscava no momento.

-Filha - Camila chamou atenção de Hope que apenas a olhava com aquela carinha apaixonante. Eu as observava de lado. Eram tão parecidas. - Sabia que quando mom Camila namorava a mommy Lauren, quando éramos um menor..

- Menor, amor? -Interrompi rindo dela e Hope colocou a mão no rostinho pra tampar a rizada porque entendeu a piadinha. Minha filha.

-Olha só ehm, Jauregui. Continuando.. Quando éramos mais jovens, tomamos banho de chuva também, sabia?

A baixinha a olhou curiosa.

-Eu e a mom Camila tomamos banho de chuva porque banho de chuva..

- Lava a alma. - Eu e Camz falamos ao mesmo tempo e sorrimos abertamente uma para a outra.

Hope levandou e juntou as mãozinhas pra abraçar meu rosto e de Camila bem suavemente. Fiquei tão surpresa com a atitude e sei que sorriso de Camz também dizia isso.

Poucas vezes a menina demostrava atitudes de afeto de forma leve e tranquila sem se inibir. As vezes, ela ia no meio da noite para nossa cama e ficava lá até amanhecer, ou nos acordava com carinho e beijinho. E quando o fazia, era como se estivesse com vergonha ou sem jeito para fazer isso. Como se fossemos reprimir.

A verdade era que ela estava reaparecendo a ser amada e ser ela mesma, e isso, eu e minha esposa já estamos fazendo desde a primeira vez que a vimos. A amamos do jeitinho dela, sem mesmo a conhecer.

HopeOnde histórias criam vida. Descubra agora