I - Chefe da Máfia

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Sinceramente, ainda estou um tanto perplexo e confuso em relação ao chefe da máfia. Nós, da polícia, fomos obrigados a fazer algo contra as queixas que a sociedade de Gangnam — dentre outras abaixo da riqueza do bairro. E, o que eu não esperava, era uma ligação do próprio chefe da máfia pedindo por uma visita. Jimin me avisou que o delegado Choi — ou só Choi, como Jimin costuma chamar — estava mais calmo e até alegre. Aparentemente o problema não era com a máfia, e sim com outra coisa. Mas o delegado não foi mais a fundo com Jimin, visto que o garoto era apenas um parceiro temporário.

Todavia, não posso deixar de confessar que estou ainda mais confuso com o senso de direção do novato, Park Jimin. O garoto continua prestando atenção em suas músicas e em suas mensagens do telefone. Esse menino ainda vai me matar algum dia. Uma nova mensagem chega para Jimin, e a mesma é reproduzida pelo rádio da viatura com uma voz robótica, que suponho ser do Google. Me constranjo com a mensagem assim que ela é reproduzida.

[10:55] Máfia Boss: Estou aguardando você, Jiminie. Assim poderemos conversar mais <3

O Park ao meu lado esquerdo riu baixo, e pediu para a viatura — um carro bem inteligente — para mandar uma mensagem como resposta. Esse garoto não tinha um pingo de vergonha.

— Obrigado, Taehyungie, estou chegando — era possível sentir o tom sexual que tinha em sua voz, por mais que na mensagem fosse impossível. Reviro meus olhos. O garoto estava até mesmo flertando com o chefe da máfia. Que tipo de profissional ele era? Jimin me observa pelo canto dos olhos e eu percebo, visto que o mesmo segurava uma risada. — Está com ciúmes, Jeongguk-ssi? — Perguntou manhoso, tentando se aproximar do meu corpo.

Arregalo os olhos ao ver que o garoto deixava de segurar o volante. Rapidamente, em um movimento desajeitado, agarro o volante, aproximando-se de seu rosto. O sorriso malicioso estava estampado em seus lábios rosados e carnudos. Encaro os seus olhos, que transmitiam as suas segundas intenções. Bufo irritado. O jovem volta a dirigir o carro calmamente, me deixando menos preocupado.

— Você ainda me mata, garoto — murmuro, encostando a minha cabeça no vidro. Começo a repassar os atos que ocorreram recentemente, e os que ocorreram antes. Pego um dos papeis que estão em minha bolsa e analiso-os.

"Em Daegu, 2015, um grupo de apenas quatro pessoas acabava agindo misteriosamente sobre os planos da polícia. Eliminavam aqueles que eram inconvenientes, principalmente aqueles que tinham ficha suja (corrupção). Depois de um tempo, o grupo fora crescendo, até se transformar em uma máfia, em Seoul."

Enquanto isso, analisando os dados recentes, a suposta "máfia" assustava pessoas importantes, sendo corrupto ou não. Em 2015, a pequena máfia agia contra as pessoas corruptas, pegando documentos que poderiam incriminá-las. Porém, nunca chegou a machucar ninguém, e muito menos roubava o dinheiro que eles possuíam. E, agora, o homem encapuzado tinha pego uma grande quantia de dinheiro em um condomínio residencial de Gangnam. O que não fazia sentido. Aquilo era um habito diferente do normal. Todavia, para tudo tinha uma primeira vez.

A viatura parou em frente a um grande portão negro, bem polido e brilhante, sem ferrugem. Havia uma pequena cabine próxima ao grande portão e, da mesma, saíra um homem alto, bem encorpado, com seus braços musculoso à mostra. Este homem trajava um uniforme, com um brasão pequeno em seu peito esquerdo. O brasão tão conhecido pelos governantes daquele país, e pela polícia local. Deixo um suspiro escapar por entre meus lábios. Em minha cabeça, todos daquele lugar seriam encorpados, com músculos e expressões carrancudas — principalmente os membros mais próximos do chefe. O chefe então... nem se fale.

Kim Taehyung em minha cabeça era um homem de trinta anos, próximo dos quarenta; um corpo grande, mas não por obesidade, e sim pela grande quantidade de músculos; um cabelo raspado, deixando-o crescer recentemente, e uma barba por todo o seu queixo, indo ao encontro do pé de seu cabelo. A verdade era que, ninguém tinha conhecido o tal chefe pessoalmente. Isso é claro além do presidente e alguns deputados. Mas, para nós, da polícia, era quase como uma honra.

No PromisesWhere stories live. Discover now