Spring Days ♡ Kth + Jjk + Pjm

O Luto de Finas Lágrimas

   "Ele fica sempre aí?" Os turistas perguntavam.
   "Que garoto esquisito!" Comentavam os frentistas com seus parceiros comerciais.
   "Não chegue perto, filho! Pode ser perigoso!" A mãe prevenia o filho de uma pessoa civilizada como se tal pessoa fosse realmente um animal selvagem.

   Para Park Jimin já não era difícil aturar comentários maldosos sobre si. Sua curta porém sabia existência tinha o ensinado à não importar-se com que dizem as pessoas más.
   Pessoas más... sua mãe o ensinara a usar tais palavras contra quem o feria quando criança... sua mãe...
   Uma mulher sempre muito doce de um sorriso contagiante que sempre alegrava os dias do pequeno garoto. Realmente uma pena que precisou partir tão cedo...

   O menino de cabelos rosas -em homenagem à sua mãe que sempre gostou de flores de cerejeira- possuía uma rotina um tanto quanto fora do comum.

   Punha-se de pé antes do sol, catava uma maçã e ia até a beira do mar, observava o nascer do sol e ali permanecia até que a bola de fogo se escondesse por detrás das águas misteriosas do oceano.

   Fazia isso pelo simples motivo do sol primaveril lembrar mais uma vez sua mãe, a mulher que tanto o amou. De modo trágico teve de partir deixando um pequeno garoto de oito anos totalmente quebrado sem saber o que fazer.
   Agora com dezessete admitido por seu tio, que fazia de tudo para tentar o tirar de frente das águas azuis do mar.

   Preso em seus próprios pensamentos, observava a areia da praia ser enxarcada pelas ondas leves que chegavam aos seus pés, esperando algum súbito sinal de que tudo ficaria melhor, apesar dos olhos inchados de toda noite.

   Ele era um garoto forte, por mais que não parecesse, ele era sim forte. Suas lágrimas tinham dignidade, à cada uma que caía, era mais um jeito de Park dizer "Eu persisto."

   Sem sombra de duvidas a perseverança sempre foi uma qualidade muito marcante no pequeno garoto, dentre as várias não apreciadas por quem o via ali e o ignoravam, ou até quando resolviam ser mais cruéis, fazendo comentários maldosos.

   Durante o dia ele pensava com seus botões, as pessoas precisavam de salvação, ele tinha esperança na humanidade por mais que tivesse aquele passado conturbado. Poderia não estar em um estado mental com sanidade total, mas isso era um extra.

   Ali na beira do mar, tinha vários pensamentos que filosofavam pela sua cabeça, ecoando em uma voz feminina, o quanto as pessoas do mundo precisavam de salvação.
   Para Jimin, sua mãe era o anjo que o salvara, e para ele ela sempre estaria presente nas cerejeiras da primavera, no céu nublado do outono, na neve do inverno e no brilhande sol do verão.

   E por mais que chorasse, ele sabia que o luto em suas finas lágrimas valia a pena.