Capítulo 9

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  • Dedicado a As minhas maridas @ShotAtTheJenny @_skyw4lker
                                    

Primeira postagem: 21 de agosto de 2015


A garrafa de vinho que ele trazia, escapou de suas mãos e se partiu em mil pedaços no chão, tingindo a carpete branco de vermelho. Jon havia assumido uma expressão de raiva infantil que brilhava em seus olhos. Por um segundo, tive medo do que ele faria a seguir.

— O QUE ISSO SIGNIFICA? – Jon gritou.

Confusa e envergonhada, não soube o que fazer. Apenas empurrei Thomas e me afastei ajeitando o vestido. Da sensação de prazer a que tinha sido levada com Tom, imediatamente fui tomada por um arrependimento inacreditável. Mas porque aquilo? Eu não estava fazendo nada de errado, estava? Tom era solteiro e eu também.

Por que Jon estava com aquela expressão de traição?

Mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, Tom passou na frente. Ele estava contrariado, seu rosto estava vermelho não de vergonha, mas de raiva. — O que você está fazendo aqui? – Acusou. — Você não deveria estar aqui - andou na direção de Jon.

Jon Hamm ignorou o inglês e veio até mim— Jackie, o que isso significa? Eu vim te ver, e...

— Você estava esperando por ele? – Tom quis saber.

— Não... – Minha mente estava nublada – Não... Eu não sei... Não! Claro que não estava!

Tentei sair da presença de Jon, mas ele foi mais rápido e, tomado por um ardor repentino, agarrou meu braço com força. Sua raiva estava me machucando, mas ele não parecia se importar.

— O QUE SIGNIFICA ISSO? – Ofegou – O QUE ESSE CARA ESTÁ FAZENDO AQUI? VOCÊ NÃO VAI SE EXPLICAR?

— VOCÊ ESTÁ LOUCO? – Thomas puxou Jon pelos ombros. A diferença entre os dois era gigante. Enquanto Tom era esguio e ágil, Jon exibia músculos que contornavam seu corpo largo, então o esforço que empenhou para mover o americano foi exorbitante.

Jon impulsionou o dorso e jogou o inglês contra a parede, estourando seu maxilar com um soco. — SAIA DAQUI!

O que estava acontecendo? Meu corpo se eletrizou e ver Tom deslizando pela parede, atordoado, me encheu de raiva. Jon estava fora de si.

— O que você acha que está fazendo? – corri até o inglês me colocando entre ele e o americano. — PARE COM ISSO! VOCÊ ESTÁ FORA DE SI.

Jon deu dois passos para trás. Ele ficou alguns segundos em silêncio, virou o rosto e observou o carpete sujo de vinho, meu braço vermelho e o inglês ainda atordoado no chão.

Mais calmo, ele caiu de joelhos — me desculpe, eu não quis te machucar. – Levou as mãos à cabeça, seus olhos transbordavam em lágrimas. – Eu não estou entendendo, Jackie, você nunca me falou que tinha alguma coisa com esse cara...

Tom se pôs em pé, cambaleante, queria ajudá-lo mas minha atenção estava direcionada ao americano.

—Eu acho que não devo explicações da minha vida a você, Jon. Você não tem nenhum direito de vir aqui e....

— Nós estávamos juntos! – protestou.

— Você é casado, pelo amor de Deus.

— Não, Jackie, você não entendeu, eu vim aqui... – Jon avançou mais uma vez e me puxou pelo braço, tentei me desvencilhar, mas o americano logo me soltou quanto Thomas, mesmo sem forças, pulou sobre ele. —PAREM AGORA VOCÊS DOIS!

Os dois caíram na estante de livros, derrubando algumas prateleiras. Não pareciam dispostos a brigar, mas sim a provar um para o outro que conseguiam se machucar. Jon se arrastou até o sofá com o supercílio partido, meu coração ficou minúsculo e pensei em correr até ele, mas Tom estava mais atordoado e ele só queria me proteger.

— PAREM! – gritei mais uma vez, mas eles já pareciam satisfeitos. Tom estava com o maxilar roxo e Jon tinha a sobrancelha sangrando, dois homens adultos que pareciam ter esquecido que tudo se resolve com conversa. —eu não aguento mais isso!

— Jackelina, por favor, vamos conversar! – Jon balbuciou e engatinhou até mim. – Eu esqueço tudo o que vi hoje, prometo.

—Você só pode estar brincando, Jon! Eu não tenho nada a conversar com você, nada!

O americano tinha nos olhos brilhantes uma súplica silenciosa. Parecia traído, cansado e desolado. Meu coração se partiu, mas quando fitei Tom tentando levantar e vir até mim, talvez em mais um impulso corajoso que, possivelmente, terminaria de quebrar a minha sala, me apressei.

— Já disse, não há nada para conversar, Jon – não o fitei diretamente.

— Então é isso, você está me trocando por esse cara?

Tom parou para ouvir minha resposta, ou para tentar descansar um pouco.

— Me diz! Você está me trocando por esse cara? Está trocando nós dois por uma aventura?

— Aventura? – Tom resfolegou rindo, irônico. – Cara, nossa, você é casado, do que está falando?

—Eu quero que você vá embora, Jon – me desvencilhei de Jon e andei na direção de Thomas. – Você tem a sua esposa e seus filhos. Por favor, vá ser feliz com a sua família.

—Jackie, por favor...

Não queria mais ouvir.

— Jackie! Eu só sou feliz quando estou com você.

Pra ser sincera, tremi um pouco quando o americano disse isso. Desviei o caminho de Thomas e andei nervosamente pela sala com aquelas palavras ecoando na minha cabeça.

Por que eu deixei isso acontecer?

Por que eu me importo?

Nunca senti nada além de amizade por Jon. Sempre foi amizade... amizade um pouco mais, mas esse pouco era puramente carnal, não era?

— Jackie, mande esse cara embora, por favor – Jon apontou para o inglês – nós precisamos conversar.

Obstinado, Thomas me encarou como se esperasse uma ordem, ele estava me deixando confortável para tomar minha decisão e aquilo me roubou um sorriso. Ele estaria pronto para ir, se assim eu pedisse.

— Isso tem que acabar – disse. – Está tudo acabado! Não quero mais te ver, nunca mais!

E os dois me encararam esperançosos.

— Adeus, John... – por algum motivo aquilo me doía.

Hamm demorou algum tempo para assimilar o que eu havia acabado de falar. Seu rosto se contorceu em uma expressão desolada, como se um filho tivesse sido abandonado pela mãe. Quis voltar atrás na minha decisão, mas Tom se precipitou e envolveu minha mão na sua e me sorriu, quando eu estava com ele me sentia bem, confortável.

Então Jon foi embora passando silenciosamente pela porta. Quando Tom girou a tranca, caí no sofá aos prantos, sem saber ao certo porque estava chorando. O inglês não disse nada, apenas me abraçou e embalou meu choro.

— Tenho muito... o que te explicar, Tom...

—Xiu – selou meus lábios nos dele – Não vamos falar disso agora, tudo bem?

Ficamos abraçados por algum tempo em completo silêncio. Fitávamos o céu pela janela que milagrosamente estava estrelado.

Tentava pensar no passado, sentir o presente que encontrei no calor dos braços daquele inglês e imaginar o futuro.

Será que eu havia feito o certo?



NOTA DA AUTORA


Olá, gente! Desculpa a demora na atualização. 

Me digam o que estão achando da história, quais expectativas etc.

Um xêro e até a próxima.

Thomas - Tom Hiddleston (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora