Capítulo sexto, Ultraviolência (Parte II).

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Passamos pela porta estilo francesa de madeira, daquelas que se abrem em duas, e por um momento ficamos completamente no escuro. Tony acendeu a luz. O corredor ficou num tom vermelho sangue.

TONY

Não chega energia diretamente para cá, Kevin só conseguiu conectar com a rede elétrica de emergência. - O beta me explicou enquanto Kevin deixava sua cobra num viveiro no meio do corredor e dava ratinhos para ele comer tirados dos seus bolsos.

ROGER

Tirem a roupa dele.

Quando tentaram me tocar eu os empurrei e tirei minhas roupas sozinho, ficando só de cueca. Roger veio por trás e me deu um tapa na bunda com força, pensei em revida-lo, mas sabia que só pioraria a situação, Kevin e Tony me segurariam de qualquer forma.

ROGER

De quatro.

Engoli a seco e me pus na posição descendo os joelhos e as palmas das mãos no tapete vinho com detalhes geométricos. Roger arrastou o cabo de vassoura sobre minhas costas fazendo com que eu me arrepiasse, desceu até minha cueca, e começou a rodar devagar, sem penetrar. Bateu na minha bunda de supetão, segurei o grito mordendo os lábios, exprimi meus olhos e comprimi meu corpo, meus dedos. Estava me tremendo por completo, com o cabo Roger afastou minhas coxas. Bateu novamente, mas dessa vez não consegui segurar o grito.

ROGER

Kevin segure os braços, Tony as pernas.

Eu tentei me erguer puxando rápida a respiração, mas eles me deixaram imóvel deitado no chão já que estavam em maior número, ouvi o alfa colocar o cabo de vassoura em cima do armário onde ficava o viveiro do Petruquio, abaixou a parte superior da minha cueca e começou a dar tapas. Foi assustador, nunca me senti tão impotente. Mandou que me virassem, deu três tapas no meu rosto e eu me concentrei em olhar para o teto com manchas de mofo tentando segurar as lágrimas para que não escorressem.

ROGER

Vamos começar a brincadeira Josh? - Pegou o cabo de vassoura de volta.

Entramos na última sala do corredor. A porta da sala era grande como a da entrada, a luz vermelha escorria adentro do corredor, para o quarto escuro. No lugar havia vários móveis coloniais, uma porta menor à esquerda, algumas estantes com livros.

ROGER

Amarrem ele na cama, as cordas estão no baú.

Ainda estava me tremendo, Roger se apoiou na lareira de mármore em frente à cama, de costas para mim. Tony pegou as cordas no baú à direita da porta do corredor, Kevin me deitou junto com o beta mor, me amarram, tentei resistir, me debati, mas aos poucos fui desistindo, não tinha forças, estava com fome e fraco por causa daquele dia longo trancado no banheiro. Estava tão silencioso, mas aquilo me deixava num estado caótico.

Roger caminhou até meu lado e tirou minha cueca antes que amarrassem meus pés à cama. Ele vendou meus olhos com algum pano que não notei de onde tirou. De repente aquela dor nas minhas coxas, eu urrei. Nunca me senti tão impotente.

ROGER

Rapazes, acho melhor vocês esperarem lá fora. - ouvi a voz rouca dele.

KEVIN

O que? Por quê?

TONY

Eu prefiro não assistir.

ROGER

Kevin acompanhe Tony, recolham as roupas do novato e deixe-as sobre o armário no corredor. Vocês tem a cópia da chave, tranquem quando saírem.

Garotos de Verão - 1994Onde histórias criam vida. Descubra agora