4 | 7 Rings

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"Whoever said money can't solve your problems

(Quem disse que dinheiro não resolve seus problemas) 

Must not have had enough money to solve 'em

(Provavelmente não tinha dinheiro suficiente para resolvê-los) 

They say: Which one? I say: Nah, I want all of 'em

(Eles dizem: Qual você quer? Eu digo: Não, eu quero todos) 

Happiness is the same price as red-bottoms

(A felicidade tem o mesmo preço de um Louboutin)"

7 Rings – Ariana Grande 

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Pegar ônibus em uma segunda-feira pela manhã é, sem dúvida alguma, uma amostra grátis em tempo real do inferno. 

Um sem fim de corpos amontoados, alguns sortudos sentados, outros, que já tiveram sua cota de sorte na vida, dependurados nas barras de suporte no teto, espremidos entre assentos, esbarrando uns nos outros e com as cabeças voltadas para as ínfimas janelas, à procura de uma mínima sugestão de ar puro. 

Eu vou morrer! 

Nunca pensei muito sobre a melhor maneira de morrer, como a mana Bella também não tinha até encontrar o gostoso do Edward, mas isso, morrer imprensada como uma sardinha, ultrapassa todos os limites de maneiras dolorosas de como deixar o mundo dos vivos. Isso é tortura! 

E cadê o meu vampiro gostosão que vai abalar o meu mundo e me tirar dessa sofrida vida de pobre? Cadê meu Edward? 

Sinceramente, Bella que é uma mulher de sorte. 

Mas juro, deve haver alguma lei que proíba a locomoção de tantas pessoas, ao mesmo tempo, em um mínimo espaço como esse. Vou morrer na minha primeira viagem de ônibus e tem morte mais ridícula que essa? Eu preferia deixar que James chupasse meu sangue todo num piscar de olhos do que ter que passar mais um segundo nesse ônibus desgraçado. 

Essa foi mais uma das ideias maravilhosas de Gian, é claro. E eu, idiota, aceitei. Agora vou morrer de graça. Muito bonito. 

Segundo ele, embora eu não precisasse dispor do transporte público no momento, talvez um dia isso poderia acontecer, então fazia sentido encarar aquilo como uma nova experiência e embarcar, literalmente, naquele absurdo. 

Agora eis-me aqui, presa entre meia dúzia de pessoas à minha frente, outra dúzia às minhas costas, pessoas ao meu redor, me empurrando de um lado para outro, roçando seus corpos suados por todas as partes do meu corpo — inclusive, repetidamente, na minha bunda! 

Serei pisoteada! Morta por uma manada de búfalos desenfreados e sedentos por sangue! Meu sangue! E a minha bunda, aparentemente! 

O pior é que esse povo todo não parece que está me vendo aqui. Mesmo que, dentre todos eles, eu seja, de longe, a pessoa mais distinta no recinto. Tipo, olá, bom dia, não é sempre que encontramos Louis Vuitton, Prada, Lanvin, Chanel e Jimmy Choo no mesmo lugar, galera. E, muito menos, em um como esse. 

Como a minha iminente morte, também nunca me importei muito com a minha estatura, pelo contrário, mas agora amaldiçoo o eu do passado que bradava aos quatro ventos que "as melhores fragrâncias estão nos menores frascos."

Mesmo montada em saltos altíssimos, não consigo alcançar a desgraça da barra de suporte, tendo que, praticamente, me fundir com a não muito simpática senhorinha no assento ao meu lado que, com ares de triunfo, zomba com o olhar dos menos afortunados que estão anos luz de distância da sua frágil e, nesse caso, afortunada condição. 

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