《2》

2.2K 149 128
                                    

- E agora, Faith? - Carl perguntou, protegendo o rosto da chuva.

- Corre! - Eu respondi, e começamos a correr. Paramos embaixo de uma enorme árvore.

A respiração de Carl estava ofegante, e ele parecia quase não se aguentar em pé, depois de ficar de guarda a noite inteira.

- Dorme, Carl. - Suspirei. - Você precisa descansar, se quiser chegar em Alexandria. Eu fico de guarda.

Ele assentiu, um pouco relutante, e se deitou. Estava frio, e a chuva só piorava. Peguei um cobertor fino na mochila, e cobri Carl. Não era muito bom, mas era tudo o que nós tínhamos. Vesti outra blusa de frio, e peguei a minha faca.

Um zumbi chegava perto de nós, se arrastando. Quando ele chegou bem perto, dei uma facada em sua cabeça. Ele tinha um W na testa, assim como alguns outros que eu encontrei no meu caminho.

Algumas horas passaram, e a chuva começava começava melhorar. Carl acordou, e voltamos a andar.

O contei sobre o zumbi com o W, e ele suspirou.

- São os wolves. Eles todos tem um W na testa. - Ele me olhou. - É melhor tomarmos cuidado, alguns conseguiram fugir.

- Isso é uma droga. - Eu murmuro, e ele me olha com dúvida. - Desde que tudo começou, nós corremos perigo. Todos os dias! E o maior problema não são os mortos, são os vivos. Estão se tornando monstros!

- Todos nós somos monstros agora, Faith. Todos nós já tivemos que matar alguém, talvez alguém que amávamos! É matar pra sobreviver, Faith. Temos que ser monstros.

Resolvi ficar em silêncio. Ele parecia ter uma experiência bastante ruim com o assunto, e eu não queria piorar as coisas, por mais que achasse que ele estava errado.

Não somos monstros. É diferente, quando se mata para sobreviver. Os monstros que eu me refiro são os que tiram vidas, causam sofrimento à quem não os fez nada.

Se você mata um monstro, isso não te torna um.

- Acho melhor a gente continuar amanhã. Já é noite. - Carl disse, após algumas horas. Realmente estava bem escuro, e minhas pernas estavam doloridas.

- É melhor, mesmo. - Eu disse, e me sentei, encostando as costas numa árvore. - Então, como é Alexandria?

Ele se sentiu ao meu lado, e abriu um pacote de chips.

- É grande, e as pessoas não são ruins. Tem alguns adolescentes, até crianças. - Ele disse, comendo. - Acho que você vai gostar. Lá tem chuveiros, roupas, até energia solar!

- Então, Alexandria não tem nenhum problema, é isso?

- Como eu disse, Alexandria foi invadida pelos Wolves. - Ele suspirou. - Muitas pessoas morreram, a maioria daquelas pessoas não sabem lutar. Não estão preparadas pra um ataque, ou se algum dia os muros cederem.

- E porquê vocês não tentam treinar elas? Quer dizer, você e o seu grupo sabem lutar, não?

- Sim, e nós estamos tentando. Não é tão fácil, mas Rosita tenta ensinar eles como usar uma faca, e o meu pai como usar armas de fogo. As vezes, alguém da uma aula ou outra de luta corpo a corpo.

Iaresponder alguma coisa, mas ouvi algumas vozes distantes. Peguei minha faca, e fiz um sinal pra que Carl ficasse em silêncio.

Nos levantamos, cada um com uma arma, e ficamos de costas um pro outro, procurando por qualquer ameaça. Quando ia me virar pra Carl novamente, alguém me segurou.

Outro homem também tinha pegado Carl, e agora estava com uma arma em seu pescoço. Ele tinha um W na testa.

Eram os wolves.

the cure ; carl grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora