Escravos

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Com pesos em seu ombro

Seu andar é cada vez mais lento

Quando chega a sua meta

Já não se resta

Mais, a esperança que

Ao longo do caminho

Foi se desgastando

E a coragem

Que foi se esvaindo

As pernas já bambas

Tentam com muita dificuldade

Movimentar-se bravamente

Seus ossos vistos

debaixo da fina camada de pele

A pele que foi maltratada pela fome

A pele que foi maltratada pela guerra

A pele que foi maltratada pela escravidão

A pele que por fim foi maltratada pelo frio

Já no final do começo

Cansou-se e se entregou

Ao seu fim, um triste,

Um triste bom fim

No qual se foi descansar

Nas altas nuvens de algodão

Feitas pelas mãos da escravidão.

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