capítulo-2

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Ambos observaram o local sem muito ânimo, Kayle puxou a cadeira para Adelyne e os dois se sentaram, e eu fiquei na porta aguardando a princesa:

- Onde ela está?- pergunta a garota puxando um pequeno caderno e anotando algo.

- Ela está resolvendo...

- Já resolvi Michael- responde entrando rapidamente- podemos conversar.

Na pressa para entrar, sua manga escorrega e vejo um corte aberto recentemente que ela rapidamente esconde com uma careta, cerro os punhos com força, e a ajudo a se sentar, me abaixo perto do seu ouvido:

- O quê é isso no seu ombro?- pergunto baixo.

- Michael...

- O quê é?

- Conseguiram prender um criminoso, ele pediu uma audiência comigo, Michael os olhos dele estavam oscilando entre cores, ele estava tentando dizer alguma coisa... mas então ele virou gelo, literalmente uma escultura viva e o aperto dele era um pouco forte, e ele... ele estava falando algo sobre você.

Me levantei como se nada tivesse acontecido, sou alvo de olhares curiosos, então apenas ajeito um pouco o casaco:

- Com licença senhoritas e senhor, tenho um assunto a tratar.

Desço as escadas de pedra cheias de musgo, alguns guardas estão guardando celas, não é difícil achar a que estou procurando, tem um amontoado de homens, passo por eles para encontrar uma cena perturbadora.
É um homem, não sei dizer sua idade, mas aparenta ter no mínimo 50, todo seu corpo está congelado, não uma camada, mas seu corpo inteiro, ele está em uma posição como se segurasse alguém, sua boca está entreaberta como se tentasse falar alguma coisa, me aproximo sentindo frio, quando toco a escultura minha mão dói com o gelo, a afasto rapidamente:

- Senhor, está tudo bem?- pergunta um dos presentes.

- Está sim- respondo calmamente esfregando as mãos- alguém pode me explicar o quê aconteceu aqui?

Enquanto saímos da masmorra, eu e mais dois guardas, um deles está explicando como pegaram o homem:

- Ele é um criminoso procurado- explica- estávamos atrás dele a meses, ele roubou várias casas, então hoje ele apareceu nas portas do palácio, se entregando mas exigindo uma audiência com a princesa, então ela veio, ele começou a falar calmamente, explicou seus crimes, mas então um frio enorme invadiu o lugar, os olhos começaram a mudar de castanho para azul, ele a agarrou, não pudemos fazer nada, perdão, murmurou algo sobre a profecia doa manipuladores elementares, ele falou seu nome, então simplesmente congelou, finalmente conseguimos entrar, ela está bem?

Antes de responder absorvo a história:

- Sim, ela está bem- falo- esse senhor, tinha alguma família?

- Infelizmente sim.

- Onde?

- Um povoado próximo ao palácio, se for pela estrada, o primeiro que vir, e só perguntar pela família Weitan.

- Obrigado Maison.

- Não precisa agradecer senhor.

Enquanto cavalgo até o povoado me pergunto o quê levou o senhor a se entregar, os olhos azuis, uma lenda antiga me vem a cabeça, uma antiga  feiticeira, que acabou com os manipuladores elementares, mas não antes de descobrir como sugar seus poderes, um feitiço, um coração partido, após quebrado não pode aguentar tantas emoções, então depois que a pessoa finalmente padece, seus poderes passam para ela, ela o lançou em apenas uma pessoa, uma garota, jovem demais para entender o amor, a última manipuladora de água, foi assim que ela conseguiu os poderes de controle mental, do gelo, as custas da vida de uma menina, mas tudo isso são histórias, boatos, lendas, mas... todos eles não tem um fundo de verdade?

Quando chego a vila, me dirijo a uma mulher que passa com algumas sacolas de compras:

- Senhora- falo- sabe onde fica a residência dos Weitan?

Ela move os olhos rapidamente e puxa meu rosto para perto do seu:

- Não diga esse nome alto senhor- fala- quer que todos sejamos punidos?, o único motivo de termos deixado aquele homem viver aqui é aquela moça, filha dele, um amor de pessoa...

Então ela nota meu uniforme do palácio:

- O quê quer com a garota?

- Nada senhora, prometo quê não a farei mal, desejo apenas conversar.

Ela me encara por alguns minutos então finalmente responde:

- Vamos, eu vou lhe mostrar.

Sigo a senhora pelas casas simples e comércio de feiras movimentadas, até chegarmos a uma casa arrumada, de paredes amarelas e detalhes brancos, com flores rodeando todo o lugar, uma moça de longos cabelos negros e olhos castanhos, usando um vestido amarelo esvoaçante, arruma um pequeno vaso de plantas adornado, são rosas vermelhas, ela se vira e abre um sorriso tímido para a senhora:

- Tia Tânia!- fala abraçando-a.

- Olá Rosie, esse senhor quer falar com você.

Ela se vira como se apenas agora notasse minha presença, então também vê meu uniforme e arregala os olhos:

- O que quer aqui?- esbraveja.

2- Crônicas Elementares- Terra e ArOnde histórias criam vida. Descubra agora