capítulo-7

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Me encostei na parede da cela, Adelyne andava de um lado para o outro sem parar, seus rodopios estavam começando a me deixar tonto:

- Será quê você pode parar?- reclamei.

- Para onde o levaram?- perguntou finalmente se sentando do outro lado da cela.

- Seu amante?- falei.

- Meu noivo.

Parei por um momento e a encarei, seus olhos azuis estavam vermelhos e meio inchados, eu não a tinha visto chorar, mas as marcas deixavam bem aparente:

- Eu não sei- Admiti.

Sua cabeça pendeu para trás e ela encolheu as pernas contra si:

- Quem era aquele rapaz no caixão?

- Não é da sua conta- respondeu com a voz meio embargada.

- Eu só queria... apenas deixe pra lá.

- Ele, eu não o conheci muito bem, mas... ele era da minha família.

Entendi a semelhança do rosto e dos olhos do rapaz, fiquei tentado a perguntar quê tipo de parentesco eles tinham, mas com medode acabar com um hematoma no rosto:

- O quê você é?

- Pensei quê já soubesse general Michael- respondeu num tom amargo- estava procurando minha história.

Assenti:

- A quanto tempo sabe quê É uma  manipuladora elementar?

- Desde criança- falou movendo a mão calmamente e fazendo a brisa se mover mais rápido- sabe... o estado do ar, ou país, nunca deixou de acreditar mesmo depois de tanto tempo, então eles testaram as crianças, por anos e anos, até quê foram a uma aldeia afastada, mais para o interior, eu tinha uns 13 anos, eram jogos, inocentes aos nossos olhos, mas eu movi algumas coisas com o ar, então me levaram para a corte, para ser treinada.

- E sua família?

- Continuou no campo, claro com alguns benefícios, minha mãe teve outro filho, Carter, o...- sua voz falhou- o rapaz quê você viu no caixão.

- Porque o país do ar nunca, falou disso com os outros países?

Ela soltou uma risada amarga:

- Por causa disso!- apontou para toda a sala- acha quê teria sido diferente?, se tivesse sido a alguns anos atrás?, teriam nos tra... teriam me tratado da mesma forma.

Depois disso ela ficou em silêncio, se encostando ainda mais na parede, como se pudesse atravessa-la e fugir dali:

- Como você o conheceu?

- Hã?

- Seu noivo.

Ela abriu um sorriso, quê logo sumiu novamente do seu rosto:

- Logo quando eu cheguei ao palácio, tinham um certo receio de mim, afinal, ninguém sabia como lidar comigo, e ele... bem, ele era filho de uma das empregadas, vivia perambulando pelo jardim, então viramos amigos, ele começou a treinar pra ser um guarda e eu, uma manipuladora elementar, e depois...

Sua história foi interrompida quando  ouvimos vozes do corredor, quê pareciam brigar por algum motivo, a medida quê se aproximaram pude identificar:

- Quando será esse julgamento?

- Eu não sei.

- Isso é ridículo, sabe disso não é?

- Isso não é problema meu.

- Mas...

um guarda, alto e carrancudo, com a pele queimada e sol e uma barba por fazer, quê reconheci por ser Martel, carregava Kayle, que tinha o rosto cansado, as mãos estavam livres, mas sua armas haviam sido confiscadas, e sua camisa estava rasgada, e podíamos ver ataduras meio manchadas de sangue rodeando seu tronco, Martel colocou o garoto dentro da cela e fechou a porta rapidamente:

- Agora é problema seu- falou apontando pra mim- boa sorte.

O garoto deu um chute no portão de grades de ferro, e o barulho ecoou pelo calabouço agora vazio, exeto por nós:

- É bom quê vá para o inferno- murmurou- idiotas...

Então ele se virou e viu Adelyne e eu o encarando com diversão:

-Adely- falou abraçando-a- está tudo bem?

Ela assentiu afundando a cabeça em seu ombro, desviei os olhos como uma criança quando eles se beijaram, achei quê mereciam um pouco de privacidade:

- O quê aconteceu?- perguntou.

Voltei a encara-los e expliquei tudo:

- Então basicamente- ele respondeu- estamos ferrados.

Adelyne deu um tapa de leve em seu braço e balançou a cabeça:

- Somos um povo cético- falei dando de ombros- qualquer tipo de magia aqui é vista de maneira errada.

- O quê vai acontecer com ela?- perguntou ficando sério derrepente.

- Eu não sei- falei- vamos aguardar o julgamento.

- Por quem vamos ser julgados?

- Provavelmente, pela rainha.

- Nyssa?

- Quem me dera- respondi- Nyssa está a cargo do país, mas seus pais ainda estão vivos, apenas cuidando de outros assuntos, como vocês não são daqui e seu julgamento pode acarretar uma série de conflitos, principalmente agora quê sei de sua importância, então eles serão chamados.

- Quais são nossas chances?

- Sinceramente?- falei- muito poucas.

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⏰ Última atualização: Jan 19, 2018 ⏰

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