Bom dia querido diário.
Hoje eu não vou pra escola. Mamãe disse que vamos até a casa da vovó dar a notícia de que iremos morar perto dela. Saímos bem cedinho porque ela mora longe. Não estou muito preocupado com a mudança. Eu gosto de mudanças. Sempre arranjo novos amigos, só fico um pouco triste por não ver mais Robert e Medsy. Nem aquela menina da esquina de quando estou voltando pra casa toda terça depois de falar com Sr. Walter. Ela sempre fica fumando e girando uma pequena bolsa na mão. Semana passada vi ela entrando em um carro que parecia ser do pai da Medsy. Mamãe não deixou eu falar nada para ela. Disse que era só uma amiga da família.
Quando chegamos na casa da vovó, fomos recebidos pelo Petter, o namorado dela. Ele não é pai do meu pai. Na verdade eu nem conheço o pai do meu pai. Acho que nem papai conhece ele. Sendo assim eu tenho 4 vovôs e 3 vovós, que eu conheço. Papai chama o vovô Petter pelo nome, o vovô Benny de pai e o outro... de... eu não sei, nunca falamos dele. Mamãe evita esse tipo de conversa. Benny é casado com a Carol. Petter com Leila. Maria com João ( sim eu também imagino aquela história de João e Maria, com a bruxa e os doces, mas mamãe disse que não tem nada a ver), que são pais da minha mãe. E o pai do papai, que eu não conheço.
Petter disse que vovó ainda estava no trabalho e que iria chegar logo. Nos deu suco e alguns biscoitos que havia feito ha poucos minutos. Ainda estavam quentinhos e com chocolate derretido. Por mais que estivessem bons não eram tão maravilhosos quanto os da vovó. Enquanto mamãe dava a notícia eu brincava com o cachorrinho deles... que eu esqueci o nome, mas depois eu lembro.
Tia Bia chegou. Fazia tempo que eu não a via. A última vez... bom...Depois eu lembro e conto. Ela brinca bastante comigo e diz que adoraria ser minha mãe e que eu sou um menino muito esperto e legal. A vovó chegou e eu corri abraça-la. Ela deu um sorriso muito lindo e falou que estava com saudades. Ela ficou bem feluz quando a mamãe deu a notícia.
Depois de uma tarde cheia de lembranças a gente voltou pra casa. Papai estava na cozinha e algo cheirava queimado. Minha mãe correu para ver que arte ele estava fazendo enquanto eu sentava na cadeira do balcão ( o que não é uma tarefa fácil pra mim ja que ele é alto). Macarrão. Foi esse o nome que papai deu a uma massa extremamente papa e preta que estava grudada no fundo de uma panela. Ele disse que queria fazer uma surpresa pra mamãe e conseguiu.
O que eu não conseguia tirar da cabeça era a conversa que eles tinham toda noite. Sobre o que conversavam? Eu queria saber.
- Mamãe.
- Oi filho.
Ela estava tentando tirar o grude da panela enquanto tentava afastar papai da cozinha.
- Sobre o que conversam toda noite?
Eles se olharam e mamãe deu um suspiro.
- Coisas de adulto amorzinho.
- Disso eu sei. Mas o que?
- Filho...eu e a mamãe queremos te dar um... presente. Mas, pra que nos possamos de dar precisamos pensar muito, planejar, entende?
- Que tipo de presente papai?
- Um presente maravilhoso! Achamos que, como você se sente sozinho a noite, gostaria de uma companhia.
- Vão me dar uma criança robo?
- Hahaha, quase isso!
- Entendi, não me contem, quero que seja uma surpresa!
- Hahaha, esta bem.
Me lavei, jantei, escovei os dentes e vim para o quarto. Acho q hoje eles não vão ter a conversa sobre me dar uma criança robo. Mamãe veio me por na cama. Boa noite querido diário.
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O Diário de um garoto sincero
RandomOlá, meu nome é Benjamin, mas pode me chamar de Beni. Tenho 10 anos, moro com meus pais, e sou bem curioso. Curioso até demais...