27 de outubro

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Acordei com uma coisa me incomodando. Por mais que eu não quisesse saber o que era DST, eu queria saber. Acordei determinado a descobrir. Fui até papai e perguntei a ele que (quase instintivamente) mandou eu perguntar a minha mãe. Fui até ela e perguntei, ela disse para eu perguntar a papai, mas como ele havia falado para perguntar a ela tive que insistir.
- como posso explicar? Bom... É... um grupo de doenças que as pessoas tem. Algumas delas não são tão ruins, tem cura, mas algumas são bem ruins. Podem até matar.
- E o Peter não gosta de pessoas que tem essas doenças?
- Ele tem medo, só isso. Mas não podemos tratar essas pessoas com diferença. São tão importantes e tem o mesmo valor que todos nós. Ouviu bem?
- Sim. Não vou fazer isso.
Fui até o quarto do Peter, sentei na ponta da cama e o acordei.
- Bom dia, garotão! O que quer?
- Olha, eu também tenho medo de algumas coisas, tipo, pular de para-quedas sem para-quedas, ou andar na rua sozinho e encontrar uma aranha gigante que quer me matar, ou até mesmo usar o banheiro em uma casa assombrada. Mas, não precisa ter medo das pessoas que tem DST. Elas são gente como a gente. E se o amigo da tia Bia tiver um dodói? E dai? Isso não muda nada. Não trate ele mal. Isso não é legal! 

Peter me olhou confuso, mas logo concordou. Me deu um beijo na testa e falou:

- Você é muito inteligente para sua idade, sabia?

- Haha! Eu sei, eu sei.

Sai de la e fui tomar café da manhã na cozinha.
Passei o dia todo brincando, as vezes com a vovó, as vezes com Tia Bia e até sozinho.
Quando chegou a noite, mamãe e papai saíram e eu fiquei em casa, vovó disse que eles foram comemorar.
Estou morto de sono.
Boa noite querido diário.

O Diário de um garoto sinceroOnde histórias criam vida. Descubra agora