"EU ODEIO VOCÊ... ODEIO ODEIO ODEIO! "
Ela gritou com força. A noite era escura e fria, assim como aquelas palavras cuspidas por Ladybug. A frase reverberou com força nas paredes escuras na cobertura alta do prédio em que estavam. Só não com tanta força quanto havia batido no coração dele.
Chat Noir deu um pequeno passo para trás tentando assimilar o que havia acontecido. Ele a havia encontrado chorando não muito tempo atrás. Coisa de menos de 20 minutos, que era o horário marcado para a patrulha. Ela estava sentada e abraçava as próprias pernas. Ela soluçava muito e ver sua amada daquele jeito e sem saber o motivo, doía e doía muito.
Chat Noir: MyLady me deixe...
Ladybug: Não! você não entende? Eu quero distância! Distância de você! Distância de todos!
Sua expressão consegue ficar mais triste e pesada. Uma de suas mãos erguidas a frente do peito, como se quisesse alcança-la emocionalmente. Mas naquele momento, mesmo a dois passos dele, ela estava longe. Muito longe.
Chat Noir: M-Mas eu só estou tentando...
Ladybug: É exatamente disso que eu tô falando. -Ela finalmente se ergue, frustrada. As bochechas e os olhos brilhosos pelas lágrimas. A linguagem corporal emanando raiva. -Você não tem que tentar. Pra quê?! Você não vai resolver os meus problemas! Você nem sabe dos meus problemas.
Chat Noir: T-Talvez se você quiser me contar...
Ela ergue os braços para os lados num movimento indignado. Como se discutisse com uma parede.
Ladybug: Chega! Eu não tenho que te aturar aqui. -Sentiu sua garganta trancar. Os soluços pedindo passagem para serem liberados. As lágrimas novamente se acumulando nos olhos. Mas ela se recusava a deixar que qualquer um de seus sentimentos saíssem novamente. -Você não tem obrigação de tentar ajudar a imagem da heroína perfeita de Paris que todo mundo criou. Eu tô cansada! Cansada de Paris, cansada dessa imagem, cansada de você! Agora vê se esquece que me encontrou aqui, e. Me. Deixa. Em. Paz! -Diz pausadamente, como se debochasse do raciocínio lento dele.
Ela ignorou o olhar penetrante dele que sentia através do corpo, e se virou meio perdida. Caminhando até onde estava inicialmente.
Chat Noir: Você acha que é a única com problemas?
Ela o olha por cima do ombro, e sua expressão mostrava claramente como tudo o que ouviu calado serviu de golpes fortes em seu coração.
Chat Noir: Acha que tudo gira em torno de você?! Que as coisas ruins só acontecem com você?! -Elevava a voz conforme dizia. Deixou seu corpo falar também, e nem se deu conta quando já estava cada vez mais próximo dela. -Acha que é a única em Paris que coloca sua vida na frente das pessoas? -Sua garganta igualmente trava, com a linha d'água já preenchida. Suspirou com o olhar decepcionado. -Para de ser egoísta. PARA DE OLHAR SÓ PARA O SEU UMBIGO QUANDO TEM...
Ela lhe dá um tapa. Um tapa que foi o suficiente para repetir o som várias vezes entre as paredes, e na cabeça dos dois. Chat, ainda impactado com o toque, vira sua cabeça devagar para ela. Mas ela não aparentava um pingo de arrependimento.
Ladybug: Como você tem coragem de dizer isso pra mim?! -Ri desacreditada. Uma risada curta e indignada. -Você nem me conhece! O que te dá o direito de...
Chat Noir: Argh, cala a boca Marinette!
Ladybug trava, arregalando seus olhos. Seu corpo tremia, e sua mente não processou muito bem o que ecoou através de seus ouvidos.
O loiro engoliu seco, mas já era tarde para voltar atrás. Com a respiração descompassada por conta do peso das palavras, da situação. O corpo contraído, temendo cada movimento futuro. Tanto sua cabeça quanto seu corpo estavam exaustos, com feridas expostas, como se tivesse apanhado por dias seguidos, sem descanso. Essa, sem dúvida, foi a pior batalha para eles. A luta contra seus próprios corações.
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Promessas de ano novo - Miraculous (tripleShot)
FanficAdrien e Marinette sempre aprenderam de seus pais que o amor é conquistado. Que pode doer, é inconveniente, corta como uma faca, é como uma fome mas que nunca te deixa faminto, é necessário sacrifício e na maioria das vezes, vai te fazer chorar. Po...