Eu perdi a po**a da minha gata.
Seu nome é Potya, mas ela é uma vadia e não responde por ele, mas eu a amo e ainda a quero de volta.
Ps. Talvez ela responda por Puma Tiger Scorpion
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— Beka se apresse, eu preciso me desculpar - Dizia Yuri enquanto o namorado estacionava o carro na garagem do prédio onde moravam.
O loiro havia ficado durante todo aquele dia
inquieto e ansioso para voltar para casa, isso porque antes de sair naquela manhã, teve um pequena discussão com sua gata Potya.
A felina, já adulta, havia arranhado parte do sofá da sala, e Yuri perdeu a paciência brigando com a mesma, chamando-a de mal educada, saiu de casa chateado, sem se despedir do animal.
Mas assim que chegou no rink a consciência pesou e ele se arrependeu da briga, então queria encontrá-la logo e se desculpar.
— Yura calma, ela nem deve lembrar mais que você brigou com ela - Otabek disse assim que saíram do carro e o russo correu até as escadas.
— Você não entende, ela é rabugenta e rancorosa, pode ficar chateada por vários dias.
— Ela me lembra alguém - o cazaque suspirou, correndo na tentativa de alcançar o namorado.
Entraram no pequeno apartamento que dividiam e Yuri se apressou em procurar a amiga, primeiro olhou a poltrona de Otabek, pois era o lugar favorito do animal, nada. Seguiu até o quarto, olhando sobre a cama, dentro do closet, no banheiro e nada de encontrá-la, começava a entrar em desespero quando Otabek surgiu.
— Ela não ‘tá na varanda, e a porta estava aberta - colocou uma das mãos sobre o ombro do russo, ao notar que ele estava nervoso. - Eu vou ali no JJ ver se ela passou por lá, você sabe que ela gosta de brincar com as crianças.
Yuri que já tinha os olhos cheios d'água apenas acenou com a cabeça concordando e recebeu um selinho na testa, antes de ver o namorado sair pela porta.
Ficou alguns segundos se martirizando, sentou-se no sofá dobrando os joelhos até se aproximarem do rosto, cruzou os braços ao redor das pernas e chorou.
Estava com Potya a muitos anos, ela esteve presente em vários momentos importantes de sua vida, como seu primeiro ouro na patinação junior e depois sênior. A gata esteve presente quando Otabek lhe deu seu primeiro beijo, e quando lhe pediu a mão em noivado. Era ela quem o fazia dormir, enquanto Beka lhe acariciava os cabelos, o ronronar de Potya lhe transportava ao mundo dos sonhos. Só de imaginar que não a teria em momentos como aqueles o fazia tremer.
Sentia-se culpado.
Culpado por ter brigado com a gata por causa de um maldito sofá.
Culpado por não estar dando a atenção que ela merecia.
Culpado por ela ter achado que ele não a queria mais e ter fugido…
Mas ela não podia ter ido longe, e Yuri a encontraria, e provaria que a amava e que seria mais atencioso.
Foi pensando nisso que ele seguiu até a escrivaninha, onde pegou uma folha e escreveu algumas coisas, colocou a folha na copiadora, fazendo 50 versões da mesma, pegou um rolo de fita adesiva que estava por ali, e seguiu até a porta decidido a só voltar quando tivesse alguma pista de sua gata.
Assim que saiu da casa esbarrou no noivo, que retornava cabisbaixo, Yuri não precisou perguntar para saber que Potya não tinha ido até a casa do canadense.
— Eu fiz alguns cartazes, me ajuda a espalhar na vizinhança e perguntar se alguém a viu?!
Otabek olhou para o rosto do loiro, os cabelos desgrenhados no rabo de cavalo, os olhos vermelhos, sentiu-se impotente por não poder fazer nada para acalmá-lo, então apenas se aproximou, puxando o rosto de Yuri pelo queixo, dando-lhe um leve beijo, sentindo o gosto de suas lágrimas, pegou os papéis de suas mãos, entrelaçando os dedos da mão livre à do noivo e o guiou até as escadas.
Decidiram por seguirem caminhos diferentes, assim poderiam procurar em mais locais e de maneira mais rápida, Otabek foi até uma rua com lojas, bastante movimentada. E Yuri seguiu em direção ao parque, Potya gostava de observar os peixes no lago e de perseguir os pombos que vinham atrás de alimento, talvez ela estivesse por ali.
Caminhou por vários minutos, perguntando para algumas pessoas se tinham visto a gata, mas a resposta era sempre a mesma, parou em frente a uma árvore, decidido a por um dos cartazes na mesma, quando ouviu um miado conhecido vindo de cima, olhou ao alto e não teve mais dúvidas, era sua Puma Tiger Scorpion.
— Potya pula aqui, o papai te pega. - gritou abrindo os braços e levantando-os em direção ao animal - Eu sinto muito ter brigado com você garota, por favor, desça dessa maldita árvore e vamos pra casa.
A gata miou triste, como se estivesse magoada.
— Eu prometo não brigar mais com você, e te dar todo salmão que você quiser comer. - a gata voltou a miar, e deu as costas para o loiro, olhando por cima dos ombros e balançando o rabo em desgosto. - Olha aqui sua vadiazinha de merda, você não debocha de mim, eu mesmo vou subir ai, te pegar e te levar pra casa, e vou te obrigar a me amar, ou eu não me chamo Yuri Plisetsky.
O russo soltou os cartazes no chão, e se pôs a escalar a árvore, Potya ao ver o que o dono fazia, subiu em um galho mais alto, fazendo o loiro suspirar e grunhir um “maldita” antes de continuar a escalada.
— Yura, o que está fazendo? - Otabek surgiu de repente, fazendo com que o menor desse um pulo e quase caísse da árvore.
— Mas que porra Otabek, ‘cê quer me matar de susto caralho? - Yuri parou de subir apenas para olhar para o noivo - E não é óbvio? Eu vou pegar essa arrombadinha e levá-la pra casa.
— Yura, toma cuidado, você não é bom nessa coisas, você pode cair e se machu…
— A qual é? Acha que eu nunca subi numa árvore? Está tudo sob controle e…
Antes que o loiro pudesse terminar a frase ele pisou em falso e escorregou, caindo no chão em seguida. Otabek correu para ampará-lo e Potya pulou de galho em galho até chegar sobre o peito do dono e dar uma lambida em seu rosto. Yuri a abraçou e deixou que algumas lágrimas escorressem por seu rosto quando o cazaque se juntou ao abraço, lágrimas essas que não vieram só pela dor absurda que ele sentia nas costas, mas sim pela felicidade de ter seu mundo ao alcance de seus braços, ali estava sua família, Puma Tiger Scorpion e Otabek, e era tudo que ele precisa naquele momento.
