Capítulo 7

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Miguel.

Por incrível que pareça a quadra do colégio estava cheia de gente do segundo ano e todos com roupas de esportes. Pâmela foi no banheiro colocar um short confortável para jogar. Ela chegou amarrando o cabelo e pude ver o quanto ela é gostosa.

Uma baixinha...gostosa.

Era tudo o que eu podia falar. Essa é a descrição de Pâmela Lins.

Ela não foi muito com a minha cara desde que eu cheguei na vida dela. Ela é bem marrenta e estressada, mas deve ser TPM...

O professor chegou e apitou. Começamos o alongamento e fomos treinar. Ele nos mandou formarmos duplas para chutar a bola um para o outro e de todos os jeitos da modalidade.

Pensei em chamar a Pâmela. Ela me olhou.

- Nem ouse em me chamar. - ela avisou.

-Mas eu nem ia te chamar. - menti. Ela me olhou. Depois olhou em volta.

- Estão sem duplas? - o professor gritou. - Formem vocês dois. Vamos pessoal !

Me aproximei dela. Ela era a única garota ali.

Ficamos de frente um para o outro e ela chutou a bola, sem olhar em meus olhos. Chuteira de volta, porém mais forte. Ela chutou mais forte ainda. E assim ficou.

- Quer parar? - ela elevou a voz.

- Quer que eu pare? Você vai ficar sozinha.

- Dane-se! Eu sou melhor que você. - ela colocou a mão na cintura.

- Está me desafiando, Lins? - cruzei os braços. Ela totalmente séria e eu com um sorriso descarado no rosto.

- Estou. - quando ela disse isso o professor apitou e nos mandou formar times.

Eu e Pâmela ficamos no mesmo time. Ela é muito fominha!

- Ei, passe a bola! - um garoto do outro time gritou. Ela ignorou.

- Aqui, Pam! - um menino do nosso time levantou os braços. Um cara do outro time tentou tomar a bola dela, mas ela desviou facilmente.

Corri até ela pra tomar a bola. Consegui e ela xingou. Estava quase no gol, quando ela tomou a bola, driblou e gol.

Ela andou até mim e piscou.

- Aprenda. - disse e voltou pra mesma posição. Eu fiz o mesmo. O apito ecoou.

E ela tomou a bola do cara adversário facilmente.

- Ah, vai tomar no cu! - ele gritou e a empurrou que cambaleou.

Pude ver a raiva nos olhos dela. Ela se voltou a compostura e empurrou ele de volta. Só que dessa vez ele caiu.

- Parem com isso e voltem pro jogo! - o professor gritou e o jogo continuou. 

E de novo ela pegou a bola e fez outro gol. O time comemorou. Mas antes dela voltar a mesma posição, o mesmo cara chutou sua perna e ela caiu no chão com tanta força que apagou.

A cabeça dela bateu no chão, ecoando um barulho ensurdecedor.

Corri até ela. O professor também.

- Fora, Marcos! Já! - ele gritou.

- Ela merecia. - e saiu.

Pâmela.

Senti uma pessoa me pegando no colo. Ela me segurava em seus braços, mas minha cabeça latejava me impedindo de abrir os olhos.

- Ela vai ficar bem? - uma voz masculina perguntou. Ela era familiar...

Miguel.

Abri os olhos. O professor de educação física me segurava e o Miguel andava em seu lado. Ele estava pálido.

Puta que...

- Ela abriu os olhos! - ele falou. - Olá, marrenta.

- Cala...a...boca, descarado. - falei gaguejando. Ele riu.

Wow que sorriso.

- Pode me... colocar no chão, professor. Eu sei andar. - pedi.

- É, professor deixa ela morrer. - Miguel brincou e eu mandei o dedo do meio pra ele. - Que feio!

- Você consegue andar, Pâmela? - o professor perguntou. Fiz que sim.  Então ele me colocou no chão. Cambaleei, mas o Miguel me segurou.

Dessa vez ele me pegou no colo. E então outro apago.

A Marrenta e o DescaradoOnde histórias criam vida. Descubra agora