Capítulo 3. Pâmela.

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        Eu treino futsal com os meninos da escola, já que nenhuma menina da minha sala gosta de jogar. Já tentei convencer a Laura e a Rebeca, mas elas preferem handebol. Tudo bem, jogo mesmo assim, pelo menos o Lucca e o Dani jogam comigo e somos do mesmo time.

        A aula de educação física começou  e o professor nos alinhou de acordo com o esporte que cada um treinaria durante o ano. E outra vez, todas as meninas ficaram com handebol, exceto eu, e os meninos futsal, juntamente comigo.

          - Você viu que o menino do seu desafio tá estudando com a gente? - o Dani sussurrou no meu ouvido.

          - Vi.

       - Ele tá no nosso time, beleza?- o Lucca apareceu.
 
      - Tudo bem. - falei. Tudo bem desde que ele não ficasse fazendo gracinha. Jogo futsal desde... desde sempre e levo o esporte muito a sério.

      Meu irmão me ensinou quando eu tinha três anos e a gente jogava contra o meu primo.  Na minha escola, os treinos - para quem queria - era terça e quinta depois da aula.
 

       Quem jogasse futsal ficava na quadra descoberta e as meninas na coberta. Partimos para a quadra descoberta e o Dani começou a explicar para o Miguel sobre a maneira que a gente jogava. Ele entrou no nosso time e começamos a jogar debaixo do sol escaldante.

      - Você joga futsal com os meninos em vez de jogar com as meninas? - Miguel perguntou pra mim enquanto alongávamos .

     - Jogo futsal desde sempre. Não vou mudar de modalidade por causa disso. Jogo por prazer, não importa o sexo. - disse pra ele. Ele assentiu e ficamos em silêncio até começarmos o primeiro tempo.

  Miguel.

    Ela jogava bem mesmo. Se brincar ela era melhor que muitos caras dali. Nosso time fez cinco gols no primeiro tempo e o adversário havia feito três. Fomos beber água e uma menina chegou em mim antes de eu puder ir passar uma água no rosto.

    - Miguel não é?- ela perguntou pra mim. Era alta, morena e com uns peitões grandes demais. Assenti e estava disposto a ir ao banheiro masculino quando ela me puxou pelo braço. - Já fez dezesseis anos, Miguel?

    - Por quê? - perguntei pra saber o porquê da curiosidade. Ela deu uma risada e disse:

    - Nada não, só pra saber.

   A questão era: eu fiz dezesseis dia 15 de janeiro, mas eu não iria falar pra ela. Até porque ela me pareceu intrometida demais na minha vida.

     - Miguel, o segundo tempo vai começar! - a Pâmela apareceu me fazendo não ir lavar o rosto. - Se não quiser jogar, fala. - e  correu de volta pra quadra.

      Era melhor eu ir se não era capaz dela me chutar pra fora do jogo, já que tem um bom chute.

      - Hey, Miguel, quer dá uma passada lá em casa hoje pra estudar? - o amigo da Pâmela, que descobri que chamava Daniel, perguntou. - O Lucca, a Laura - apontou pra loira na outra quadra. -  a Rebeca, e a Pâmela vão estar.

      - Tudo bem. Me passa o endereço na próxima aula. - pedi.

      - Beleza. - ele disse e fomos jogar. Ganhamos fácil. Graças à Pâmela.

A Marrenta e o DescaradoOnde histórias criam vida. Descubra agora