Enquanto caminhava para minha casa pensava em Jace, com certeza ele é do terceiro ano como nós pois não usava uniforme também, ao invés disso usava uma camiseta cinza chumbo e jeans preta. E aqueles olhos ? conheço muitos olhos azuis mas nunca tinha visto nenhum daquela cor, um azul escuro, tão intenso ...
Assim que cheguei minha casa, havia um cachorro preto enorme deitado em frente ao portão, com certeza tinha dono e estava perdido, pois tinha uma aparência muito limpa e saudável. Passei por ele e lhe acariciei atrás das orelhas.
Ele pulou em mim e começou a lamber minhas mãos e meus braços e quando estava prestes a abrir a porta, Sara minha vizinha me chamou.- Alice, sua mãe estava na minha varanda quando cheguei em casa, então usei a chave reserva para bota- lá para dentro
- Obrigada, Sara - suspirei- E desculpe o incômodo.Entrei em casa, chamando o cachorro comigo
- Só vou resolver isso e já lhe darei comida - falei como se ele fosse capaz de compreender, depois me senti um pouco idiota com issoTranquei a porta e vi minha mãe deitada no sofá, com uma garrafa de vodca na mão, tirei e a acordei
- Mãe, levante, vamos para o banho...
-Não, quero dormir - resmungou
Mas insisti e ajudei a levantar, passei meu braço por minhas costas para ajuda- lá a caminha e a levei para a banheira, entreguei o sabonete e disse que já voltava. Fui até a cozinha peguei água e aspirina e lhe dei. Depois a deixei para que se vestisse e fosse para cama dormir. Assim que abri a porta para sair ouvi sua voz
- Me desculpe, filha
- Depois conversamos sobre isso, vá descansar agora - Eu realmente não queria ter aquela conversa agora
Depois que chequei e ela já tinha pego no sono comecei a olhar suas coisas, armários, gavetas, tudo a procura de bebidas, todas que achei levei para a cozinha despejei o conteúdo na pia e coloquei as garrafas vazias em um saco de lixo e o levei para a lixeira na rua. Voltando, lembrei da comida para o cachorro, como não tinha ração olhei na geladeira e achei a sobra da lasanha do dia anterior, aqueci e dei para o cachorro, em menos de minuto ele comeu toda. Depois de alimentá-lo fiz um chá e comi alguns biscoitos e sai para o trabalho.
No trabalho foi tudo bem, pouco movimento mas pelo menos era melhor do que aqueles dias que não aparecia ninguém. Joe deu em cima de mim como sempre, mas já me acostumei a ignorá-lo . Chego em casa e minha mãe está na cozinha fazendo panquecas. É sempre assim, ela erra e tenta concertar me bajulando.
- Oi meu amor, como foi o trabalho? - Falou com voz doce
-Não faça isso, não finge que nada aconteceu e não é a mim que deve desculpas e sim á você mesma, precisa parar com isso, sabe que esta se matando! explodi
- Eu sei, Ali, eu vou parar
-Ótimo
Nós comemos e eu levei a sobra para meu quarto, dizendo que ia comer depois, chegando lá coloquei no pote do cachorro, ao lado da cama improvisada que fiz com um cobertor, estranhei ele não estar lá e ao olhar para cima lei um susto ao vê-lo na minha cama.
-Meu Deus, sai daí ! - Ele abriu os olhos mas não saiu- Vamos, vá para seu cobertor!
Nada. Eu o empurrava e nada ele nem se mexia, então desisti e peguei meu livro e sentei nada cama, como não cabia ao meu lado ele apenas foi para os pés e adormeceu lá. Eu li até pegar no sono e no outro dia quando acordei ele não estava mais lá e sim em seu cobertor no chão.
Pulei da cama e fui para o banho, depois da minha higiene e de me vestir passei pelo quarto de minha mãe e fiquei feliz em vê-la lá.
Passando pela cozinha peguei uma maça para ir comendo no caminho até a escola e saí.
Chegando lá Stace já estava a minha espera, entramos juntas para a aula e durante as 3 primeiras aulas conversamos um pouco e contei a ela sobre o cachorro, ela ficou animada e juntas escolhemos o nome dele, discutimos sobre isso até chegarmos a um nome que nós duas gostassemos: Mike. O nome do meu cachorro seria mike.
No intervalo sentamos em nossa mesa, e vi Jessie com Max na " mesa dos populares" nem precisei explicar e Stace entendeu, era isso que eu mais gostava nela, eu não precisava explicar nada é ela já entendia e melhor, não me fazia perguntas sobre minha vida pessoal, mas me escutava se eu quisesse falar. Durante o intervalo todo fiquei correndo os olhos por todo pátio a procura de Jace, mas não o vi em lugar nenhum.
Na última aula era história, e eu estava quase dormindo quando a monitora entrou na sala e chamou meu nome. Eu levantei e fui até lá sem entender nada.
Ela me entregou algo em um papel de presente
- Alice?
- Sim, sou eu.
- É pra você - sorriu- Tem sorte em ter um namorado tão lindo.
Namorado?
Confusa fui até minha sala segurando o presente.
Assim que abri, não pude me conter de felicidade e soltei um gritinho, ignorei os olhares e simplesmente me perdi olhando para aquele presente maravilhoso! Era o livro " mais pesado que o céu" do Kurt Cobain, é algo que sempre quis ter e embora seja algo simples, nossa situação financeira não é boa, então não compro livros, todos que tenho foi meu pai que me deu enquanto estava conosco. Agora eu só tinha dinheiro para as contas da casa.
Abri na primeira página e perdi meu ar ao ler:Esse é um reforço do meu pedido de desculpas, sinto muito mesmo, fiquei me sentindo péssimo por ontem.
Escolhi esse pois percebi seu caderno do Nirvana.
Espero de coração que goste.
- Jace M.
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THE WOLF
Teen FictionAlice é uma menina de 17 anos que fora obrigada a amadurecer rápido demais. sua vida está de cabeça pra baixo e quando encontra Jace, um cara mais velho a quem não decidiu ainda se pode ou não confiar, ela não sabe se as coisas estão melhorando ou s...