Tiros

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- Pronto, isso é tudo o que eu sei.

- Mas... não, você tem que saber mais, você tem que me ajudar.

- Não sei mais nada. Cumpri minha parte do trato, agora tá na sua vez, abre a porta da minha casa e vaza.

Ele me olha com uma sobrancelha levantada.

- Por favor. Vá embora.

Ele se levanta sem dizer nada, abre a porta e sai. Que cara estranho, que bom que foi embora.

Vou até o meu quarto, me jogo na cama e ligo para Mia.

O sono chega então me jogo na cama e vou dormir, pensando em tudo o que havia acontecido hoje.

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- Tchau, senhor Diaz! - Digo acenando para o porteiro do meu edifício.

- Tchau, Senhorita Grey! Ah, esqueci de te avisar... aquele homem cabeludo que você trouxe aqui ontem, está na porta do prédio e não sai daí. - Diz o velho.

- Merda. - Digo baixo, abro o portão e me deparo com ele. - O que você está fazendo aqui?

- Eu não tenho onde ir. - Diz tremendo de frio, já que estava nevando. - Vá estou fora da sua casa, então não reclama. Não preciso de você.

- Sério isso?

Eu vou me arrepender muito disso.

Fungo e puxo ele pelo seu braço. O braço de carne, não o de metal.

- O que você está fazendo??

Vou resmungando enquanto nos dirigimos ao meu apartamento.

- Eu devo ter sido premiada pra ser babá de um cara de noventa e cinco anos com um braço de metal, que apontou uma arma pra minha cabeça ontem. - Digo resmungando rápido.

- O que você disse?

- Nada.

Abro a porta de casa.

- Fique aí, não saia do apartamento, não toque nas coisas que você não sabe o que são e não destrua nada. - Fecho a porta e tranco.

No caminho, eu esbarro com o carinha que Mia gosta, meu vizinho.

- Oi, Peter. - Entramos no elevador.

- Zara. - Ele sorri. - Alguma novidade?

- Nenhuma. - Sorrio sem mostrar os dentes. - Você?

- Também não. Vida parada, né?

- Nem me fale. - O elevador para e nós descemos.

- Vida parada. - Rio com uma fungada a caminho do meu carro.

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- Escritório do senhor Tulio... sim. Tratamento de canal, terça feira, ás 14:30. Sim, tá agendado, tchau.

Trabalhar em um escritório de dentista não é ruim... para quem gosta.

Eu odeio trabalhar aqui. Queria trabalhar com a mesma profissão que meu pai tinha antes de morrer, mas por enquanto tenho que trabalhar como secretária para ganhar dinheiro o suficiente.

- Zara, minha secretária mais linda! Estou saindo.

Ah, e tem o meu chefe de 45 anos. Ele também faz eu odiar meu trabalho.

- Oi, Senhor Tulio.

- Pra você é só Tulio. - Ele sorri.

- Tá.

- Vou almoçar aqui perto, quer ir comigo? Podemos pedir um filé e...

- Não. Obrigada. Trouxe marmita. - Sorrio amarelo.

- Tudo bem, então. Fica pra depois.

- Depois que eu morrer. - Digo baixo enquanto ele sai.

É seis e meia e o meu horário acabou, mas tive que ficar um pouco mais, para preencher uma papelada que o Tulio deu em cima da hora pra mim.

- Zara, quer ir embora comigo? Eu te dou uma carona, já está tarde.

- Não, valeu. - Digo sem tirar os olhos do papel enquanto escrevo.

- Eu te levo. - Ele coloca os dois braços na mesa.

- Eu tenho carro. Posso preencher isso em casa, e meu horário já acabou. Tchau, Senhor Tulio. - Arrumo tudo com pressa e me dirijo à saída.

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É tão bom chegar em casa... assistir um pouco de TV, comer, dormir, ouvir um...

Tiro.

Acabei de escutar um tiro.

- Merda, merda, merda... - Procuro rapidamente as chaves da porta e abro bruscamente. - O que está acontecendo?

- O computador falou comigo! - Bucky diz e dá mais um tiro nele.

- Caralho! - Me assusto. - Ele não ia te morder! - Digo me aproximando ao computador, que estava com dois buracos de bala.
Pego ele e vejo a situação: com dois buracos na tela.

- Sabe, ele não ia te comer.- Vou até a cozinha, jogo no lixo e vou até o meu quarto.

- Voce compra outro.

- Você sabe quanto isso custava? - Eu não acredito que estou brigando com um cara de noventa e cinco anos com um braço de metal que facilmente pode me matar. Mas era o meu computador, poxa!

- N-Não...

- Muito caro. E nem fui eu que comprei, porque eu não tenho dinheiro pra nada. - Me fecho dentro do meu quarto.

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•When I met you• MarvelOnde histórias criam vida. Descubra agora