Lições.

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Marcos

Ela só poderia estar em Eldorado em sua casa. Peguei o carro e em 20 minutos eu já estava lá, em frente ao seu portão. Toquei a campanhia e seu Volnei veio me atender.

Marcos: Ela está aqui? - Nem lembrei de cumprimentá-lo, de tão ansioso que estava.

Volnei: Sim, entre.

Ele me deu passagem e eu logo entrei. A vi imediatamente, ela estava no sofá com a Dada e com os nossos anjinhos em sua frente. Ela me olhou assustada, mas meu desespero era muito maior.

Marcos: O que houve? Por que tu fez isso? Eu não estou entendendo nada, me explica nenê.. Por que tu foi embora de lá Picinho, e sem falar nada?

Pareceu que horas correram, pois ela não respondia nada, só olhava para os nossos filhos. Até que ouvi sua voz baixinha.

Emy: Eu deixei um bilhete.

Marcos: Sério, Emy? Um bilhete? Me explica por favor.

Nessa hora a Dada falou algo em seu ouvido que eu não consegui identificar o que era, mas a fez se levantar, segurar em minha mão e me guiar até o quarto. Ela se sentou na cama e, com uma carinha de choro que acabava comigo, começou a falar:

Emy: Meu bem, desculpa, eu não queria te deixar preocupado, mas é que... - Sua voz falhou.

Marcos: Fala Picinho, eu estou te ouvindo.

Emy: Então, eu estava na cozinha com os anjinhos, já era no final da tarde, quando ouvi sua mãe conversando com algumas amigas, e eu era o assunto... Bem... Elas falavam em como eu era diferente da Camila.. Em como a Camila era melhor do que eu, e sua mãe estava concordando com o que elas falavam.

Marcos: Mas tu sabe que isso não é verdade... Tu é muito melhor do que qualquer mulher... Aliás, só tem tu de mulher pra mim.

Emy: Mas o que me feriu não foi isso e sim uma delas insinuar que nossos anjinhos não são seus filhos... E a sua mãe demorou de responder, meio que confirmando a desconfiança dela também. Fora que, em nenhum momento, ela mandou aquela mulher parar com as insinuações. Ela não disse nada meu bem, ela se calou em forma de confirmação.

Marcos: Ei Picinho, não diz isso... - Eu agora entendo a Emy e vejo que a minha mãe também não ajuda. - Será que tu não entendeu errado o que aquela mulher falou, nenê...? - Eu perguntei, colocando-a em meu colo.

Emy: Tu tá me chamando de burra, Marrcos??

Marcos: Claro que não, Emy, apenas quero resolver essa situação. Eu te quero comigo ao meu lado, tu é a minha mulher. Eu sei que ainda não no papel, mas na vida já é. - Eu falei enquanto lhe dava um selinho.

Emy: Mas meu bem, aquelas palavras me machucaram muito, e não ouvir a tua mãe me defender, doeu. Eu não quero ir pra lá, pelo menos não hoje. - Ela falou se aninhando em meu peito.

Marcos: Tudo bem, mas eu não quero ficar longe de tu, nem dos anjinhos. Vamos para um hotel.

Emy: Mas... - Ela fez uma pausa antes de falar. - Eu queria ficar aqui na minha casa, meu bem. Eu sei que é pequena, mas tudo o que eu preciso está aqui.

E eu, que não consigo resistir a nenhum pedido dela, assenti.

Marcos: Tudo bem Picinho. Tu fica aqui até quando voltarmos para Sorriso. Mas eu preciso voltar lá pra conversar com minha mãe.

Ela sorriu de felicidade e eu a abracei forte nesse momento. Aqueles minutos que eu havia passado sem saber dela, foram intermináveis de angústia. Pensar em ficar sem ela, me deixava louco.

Pouco depois, fomos interrompidos com batidas na porta.

Volnei: Não queria atrapalhar, mas meus netos estão com fome.

Emy: Já estamos indo, paizinho.

Emy segurou em minha mão e descemos para a sala, onde ela amamentou nossos filhos e eu a auxiliei no que podia. Eu só saí de lá quando ambos já estavam dormindo tranquilamente.

Me despedi dela, pois tinha mesmo que conversar com minha mãe. Aquilo não podia continuar. Eu a abracei forte, e lhe enchi de beijos, prometendo para ela que estaria de volta bem cedo, e traria para Eldorado as coisas dos nenês e as dela.

Quando cheguei em casa, tive uma conversa séria e definitiva sobre a Emy e os meus filhos com a minha mãe. Pedi para que ela parasse com qualquer tipo de insinuação, ou que barrasse qualquer tipo de comentário dos outros. O meu pai também falou sério com ela, que, claro, tentou se justificar e justificar que as falas eram das amigas, não dela, além de alegar que a culpa da Emy ter saído de casa não era dela. Mas eu já estava no meu limite e exigi respeito e consideração.

Mais tarde, conversando com o meu pai, ele disse que a minha mãe aprendeu a lição e agora terá mais cuidado sobre como fala da nossa família e pra quem fala.

Alguns dias depois

Emy

Já estamos de volta à nossa bolha de amor, quer dizer, à Sorriso, e eu estou muito feliz com meu bem e a nossa família.

Durante o tempo que eu fiquei em Eldorado, D. Enilda foi até lá e me pediu desculpas por tudo o que aconteceu. Ela falou que nada daquilo iria se repetir e pediu para que não deixássemos de visitá-los, pois eles sentiriam muita falta dos netos. Claro que eu a desculpei e prometi visitá-los sempre.

Agora, enquanto as crianças dormem e meu bem ainda está na clínica, eu estou aqui olhando algumas revistas de vestidos de noiva. O meu bem me deu carta branca para organizar o nosso casamento. Sim, nós vamos nos casar. Já escolhemos até a data, será em 18 de maio, lá no sul, e agora estou aqui escolhendo o meu vestido de noiva.

Levei um susto quando vi meu bem atrás de mim.

Marcos: Como a minha picinho está distraída...

Emy: Nossa meu bem, nem vi tu chegando... Estava distraída olhando alguns vestidos para o nosso casamento.

Marcos: Quero minha mulher deslumbrante para mim nesse dia... - Ele falou me colocando em seu colo e distribuindo beijos em meu pescoço, rosto...

Emy: Só nesse dia?

Marcos: Tu é perfeita todos os dias, nenê, mas tenho certeza que nesse dia tu vai me surpreender...

Ele não faz idéia de quanto...

Continua...

O plano deu certo!Where stories live. Discover now