Ressaca - Thomas Sangster

Diversões Baratas

Depois de algumas aulas tediosas fui para casa. Érica disse que passaria lá mais tarde para nós nos arrumarmos para a festa. Mesmo não indo em muitas festas, eu sou o tipo de pessoa que gosta de "diversões baratas" e uma festa na casa de um amigo, ou melhor, colega de classe, não me pareceu má ideia.

A minha questão com festas era estranha na percepção da Érica, eu não ia em festas pra beber além da conta ou até mesmo para dar uns amassos, eu ia à festas por causa do clima. Eu amava essa sensação de liberdade e juventude, essa pegada selvagem de estarmos na expectativa da noite. Sentir o som, dançar de qualquer jeito até não aguentar mais (porque além do mais, já está quase todo mundo bêbado nas melhores partes das festas, e ninguém se lembrará disso no dia seguinte).

Eu nunca fui de beber em grandes quantidades ou usar coisas que deixariam meio dopada ou talvez alucinante. Não precisava disso, e também, eu gosto de ter ciência de tudo o que eu estou fazendo.

Eu já havia tomado meu banho quando Érica chegou, então fomos logo nos arrumando.
Érica fez questão de colocar seu vestido mais justo porém não muito curto, o qual eu achava até bonitinho só não me parecia muito confortável... Ela também havia calçado sandálias de salto que combinavam com o vestido preto.
Eu resolvi vestir apenas uma calça preta simples com uma camiseta cinza clara qualquer e minha jaqueta, e All-stars que já era quase que parte de mim, mas o que posso fazer se é tão confortável?

Depois de ouvir um sermão de Érica que que insistia em dizer que eu não devia ir em festas com roupas que eu uso diariamente, que eu deveria variar e usar talvez um vestido que valorizasse minhas curvas, mesmo elas não sendo tão curvas assim... Finalmente estávamos indo a festa.
No caminho vimos pessoas animadas que provavelmente também estavam indo pra festa.
Os garotos todos bem vestidos e alguns acompanhavam garotas também muito bem vestidas com suas roupas justas.
Estávamos a um quarteirão da festa e podíamos sentir o clima, o murmurinho da música convidando a todos pra dançar.
A festa era em uma casa bem grande, o entra e sai de pessoas (algumas já bêbadas) dizia o quanto tudo estava animado.
Respirei fundo e entrei na casa, Érica já foi logo me levando até as bebidas, ela me conhece então pra mim ela pegou só refrigerante já pra ela, ela pegou sabe se lá Deus o que estivessem servindo. Vimos uns colegas de classe e aí resolvemos todos irmos dançar. O som estava estrondoso de um jeito que podíamos sentir as batidas da música. Todos dançando loucos como a batida da música, até até que resolvi olhar em direção a entrada do cômodo. Thomas estava lá, junto aos seus amigos, rindo, provavelmente de algo que algum deles tenham dito.
Rapidamente Érica pega meu braço e me guia nos embrenhando em meio a todas essas pessoas. Assim que nós os alcançamos, Érica diz algo no ouvido do Samuel, que pega sua mão e a leva para o andar de cima, com um sorriso no rosto ela acena pra mim, me deixando ali meio sem reação, mas mesmo assim eu não estava surpresa, ela sempre dava um "perdido" nas festas, nunca me importei muito com isso. Quando me virei para voltar para a multidão de pessoas dançando ouço alguém me chamar.

- Maggie! - ao me virar de volta dou de cara com Thomas, quando percebi a nossa proximidade tive que dar um passo para trás para conseguir ver bem seu rosto - Seu nome é Maggie, não é? - disse erguendo uma sobrancelha.
- Sim... Ahhm, oi Thomas.

- Quer beber alguma coisa? - ele pergunta com um sorriso genuíno no rosto.

- Ah... Claro, porque não - ele assentiu e nós começamos a andar em meio às pessoas. Paramos em frente a um balcão da cozinha, ele pegou dois copos e os encheu com algo que não consegui ver direito o que era, mas com certeza não era refrigerante... Deu um sorriso descontraído, e se aproximou do meu ouvido, e perguntou se eu não gostaria de ir para um lugar menos barulhento com ele. Eu o olhei nos olhos e apenas assenti, ele estendeu sua mão para que pudesse me guiar e eu a segurei.
Nós estávamos passando por um corredor cheio de pessoas se agarrando quando chegamos a uma porta de vidro que levava até a parte de trás da casa onde havia uma piscina e uns dois ou três casalzinho. Nós nos sentamos em silêncio na beirada da piscina, a música soava abafada, enquanto observávamos o reflexo da lua na água. Ele foi o primeiro a se pronunciar logo depois de beber um longo gole na bebida de seu copo.

- Essa é a primeira vez que te vejo em uma das festas do Samuel. - ele mantinha seus olhos nos meus, o que não era muito confortável era mim.

- Bom, geralmente eu sou o tipo de pessoa que só vem pra dançar... então não me admira que não tenha me visto antes. - fiz uma pausa e dei um gole na bebida com gosto forte, ainda não sabendo bem o que era - Além do mais, ainda estamos no começo do ano, ele nem deu tantas festas assim... - disse o encarrando de volta. Sua expressão era estranha ele parecia pensativo, mas apenas desviou os olhos e bebeu mais um pouco, resolvi beber também. Mesmo sabendo que talvez não fosse uma boa ideia por eu ser meio fraca com a bebida por falta de costume.

- Você gosta de dançar, Interessante, garotas com o seu perfil geralmente não curtem esse tipo de coisa. - eu o encarei erguendo uma sobrancelha, ele riu soprado e continuou - Não precisa me olhar assim, deixe-me explicar - disse voltando a observar a água. - Garotas com o seu perfil, digo isso ciente de que estou generalizando, geralmente curtem ficar em casa, ler livros, ver séries ou coisas do tipo.

- Você também não me parece o tipo que adora vir há uma festa, mas no entanto olha você aqui.. - disse rindo soprado - Mas respondendo aos seus possíveis questionamentos, eu adoro festas, gosto desse clima todo, não venho pra dar uns amassos por ai, e com certeza também não venho pela bebida. O que diabos é isso aqui? - disse rindo e erguendo o copo, ele também riu e olhou para dentro de seu copo.

- Eu não faço ideia. - ele ainda estava rindo, nós ficamos ali conversando sobre um monte de coisas aleatórias por um longo tempo, e eu não sei se foi a bebida que já começara a fazer efeito, ou se foi só calor do momento, mas passou por minha cabeça algo do tipo: como Thomas era um cara legal, e como me parecia extremamente atraente sorrindo daquele jeito, mas um atraente do tipo que dá vontade de rir junto ou apenas ficar ali observando esse sorriso.

Quando me dei conta de que provavelmente eu estava com um sorriso meio bobo percebi que ele também me observava.
Então eu fiz o que qualquer pessoa sã faria bebi tudo o que restava em meu copo e perguntei se ele não queria dançar comigo. E ele aceitou então voltamos a pista de dança e ficamos lá, jogando as mãos pro alto no ritmo da música. As vezes parávamos pra beber alguma coisa, eu já estava começando a ficar alegrinha demais, mas ele não parecia estar nem um pouco afetado pela bebida. Então eu resolvi parar por volta do quarto ou quinto copo mesmo sabendo que não ia mudar o fato de que talvez eu não iria me lembrar muito bem de tudo isso amanhã.
As coisas começaram a ficar embaçadas e o som estava abafado, eu estava meio zonza. Então Thomas perguntou se eu queria que ele me leva-se para casa, e eu aceitei.

***
Olá pessoal, quanto tempo não?
Esse capítulo está bem maior que o anterior, o que não era minha intenção, mas eu tive que deixá-lo maior pra desenvolver a história mais rápido.
Agradeço a todos que estão lendo a história, espero do fundo do meu coração que estejam gostando!
Beijos e até o próximo capítulo! <3