CAPITULO 4 - A VERDADE

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O que eram meses se tornaram anos, Pink cresceu, já não era mais um bebê, seus cabelos ficaram longos e lisos, pretos como carvão, seus olhos de negros passaram a cor de mel como os de Aurora, sua cauda estava mais rosa que nunca, um rosa intenso, agora já ia ao mar nadar e voava brincando com suas amigas fadas, estava muito feliz, porém era chegada a hora de saber o que acontecera a sua mãe, contar a história do dia em que ela nasceu, então Aurora pediu que a chamassem no dia de seu décimo quinto aniversário, quando ela chegou Aurora dispensou as fadas que estavam ali no castelo de guarda.

— Bom dia Pink.

— Bom dia Alteza.

— Querida tenho que te contar uma história, acredito que você não vai gostar muito dela, contudo é a verdade, só não fora dita antes para sua proteção.

— Que história? — Pink já se mostrava um pouco impaciente.

— A história de como você chegou até nós.

— Como assim alteza, eu nasci aqui.

— Sim nasceu, mas você é diferente das outras fadas.

— Eu sei disso, tenho uma cauda, você sempre me disse que eu era assim porque a natureza está em constante mudança, cada ser tem uma forma, vive de uma maneira diferente.

— Sei o que te disse, de fato isso é verdade em parte.

— Como em parte? Você mentiu para mim? — Pink irritada, a voz de Pink era suave e meiga, quando irritada ficava estridente.

— Se acalme — Aurora.

— Então me explique.

— No dia em que você nasceu sua mãe veio até nós pedindo ajuda, nós a ajudamos, ela queria você segura.

— Eu tenho uma mãe?

— Sim... eu acho.

— Não estou entendendo.

— Sua mãe deu à luz a você e sumiu no mar, ela estava fugindo de tubarões, nós a trouxemos até o reino, aqui você nasceu, depois a levamos de volta ao mar, sua mãe é uma sereia comum, ao menos era, sereias não podem ficar fora da água, por isso ela teve de voltar ao mar.

— Então porque eu posso ficar fora da água?

— Você é diferente, para levar sua mãe ao reino Brilhante minha filha fez um feitiço para que ela criasse asas e pudesse voar ao reino, este feitiço afetou você, por isso você tem asas e cauda rosa, sua cauda deveria ser azul como a de sua mãe.

— Porque você escondeu isso de mim esse tempo todo?

— Como te disse era necessário, o maior desejo dela era que você ficasse em segurança, agora você já está grande o suficiente para saber a verdade.

— Tenho que encontrá-la.

— Talvez ela esteja morta Pink, quando a vi pela última vez, ela fugia desesperadamente de um tubarão, havia uma dezena deles atrás dela, ela nunca mais voltou a ilha — Aurora com tristeza nas palavras.

— Você sabe que tenho que tentar encontrá-la?

— Eu sei Pink, não guarde rancor de mim, te criei como minha filha.

— Fique tranquila mamãe — Pink sorriu.

Pink nunca havia chamado Aurora assim, isso fez com que Aurora sentisse que cumpriu seu dever de proteger Pink.

— Nós lhe ajudaremos no que for possível, mas infelizmente não podemos entrar na água, por isso nunca tentamos localizar sua mãe.

— Entendo, devo ir sozinha — Pink confiante.

— Você deve saber que o mar lhe reserva muita beleza e também escuridão, você sempre nadou em torno de nossa ilha como lhe pedia, quando se distanciar as coisas ficaram cada vez mais difíceis.

— Não posso deixar de tentar, vale a pena correr esse risco para encontra-la, ao menos saber o que houve com ela, porque fugia.

— Quando partirá?

— Amanhã na alvorada.

— Ira contar a elas?

— São minhas irmãs, tenho que lhes contar minha decisão, elas vão entender.

Pink abraçou Aurora e saiu do castelo para falar com as outras fadas, pediu a Berbela que as chamasse e reunisse todas, com exceção de algumas que estavam de vigia e não eram tão próximas a Pink, todas vieram, algumas fadas tinham certo receio quanto a Pink, elas não a aceitavam no reino, mas respeitavam as ordens da rainha.

— Amigas, tenho que dizer a vocês que partirei amanhã cedo.

Todas ficaram surpresas.

— Partirá? — Primavera já começando a chorar.

— Para onde você vai? — Cintilante.

— Ela te contou... — Brilhante.

— Sim, irei procurar minha mãe, ela está em algum lugar no mar — Pink.

— Você não pode ir é perigoso — Romantica.

— Eu não sabia ao certo de onde eu tinha vindo, agora eu sei.

— Mas você não sabe os perigos que existem no mar — Paquita.

— Realmente não sei, mas tenho que ir.

— Você vai sozinha? — Berbela.

— Infelizmente vocês não conseguem nadar e tão pouco ficar debaixo da água, então irei sozinha.

— É muito perigoso já ouvi histórias terríveis sobre o mar aberto — Paquita.

— Excelente Paquita, deixe ela com mais medo — Brilhante com desaprovação.

Paquita olhou para ela com inocência.

— Não tem problema Brilhante, não chore Primavera — Pink notou que Primavera não parava de chorar.

— Mas você não pode ir — Primavera aos prantos.

— Tenho que ir, vocês fariam o mesmo umas pelas outras.

Elas entenderam, pois realmente todas fariam o mesmo umas pelas outras, Serena apenas ouvia conformada com o fato.

— Eu volto com ela, prometo a vocês — Pink animada.

— Vamos torcer por você, saiba que sempre estará em nossos corações esteja onde estiver — Romantica também aos prantos.

Elas se abraçaram todas juntas, na alvorada Pink acordou e partiu, chegou a margem da ilha onde havia pedras e areia branca, olhou o nascer do sol e mergulhou rumo ao desconhecido.

A SEREIA PINKOnde histórias criam vida. Descubra agora