- Atchim!
Isto é péssimo, mal acordei e agora estou resfriada, arrrgh!
Não sei o que fazer, tenho medo da mãe de Henrique não gostar de me ver aqui.
Desço as escadas bem devagar e caminho pela casa, onde fica a cozinha deste lugar?
- Perdida? - Henry ironizou e eu fiz biquinho. - Vem, vamos comer.
Peguei sua mão e abaixei a cabeça, enfim chegamos na gigantesca cozinha. Logo pude ver uma mesa com todos os tipos de frutas, bolos e sucos... Quantas pessoas moram aqui?
Na ponta da mesa, estava sentada uma mulher loira com uma xícara em mãos, ela tinha os olhos de Henry, e os mesmos me encaravam com curiosidade. Estremeci.
- Mãe, essa aqui é a Maria Luiza de quem eu falei... Para os mais íntimos, só Malu. - Henry disse e apontou para um cadeira da mesa, indicando que eu deveria me sentar.
Me senti extremamente envergonhada.
- Que ótimo! Seja bem-vinda!- A mulher tinha voz doce e me impressionei, não era tão ameaçadora afinal. - Pode ficar a vontade. Eu sou Sandra Alcoela, e esta é a minha casa... Você pode ficar aqui o tempo que quiser.
Assenti timidamente, Henry sorria, pude ver de canto de olho, o loiro sentou do meu lado e comemos em silêncio.
- Diga para mim, querida... - Sandra começou, eu a encarei um pouco antes de voltar minha atenção para o bolo de cenoura à minha frente.
- Como era sua casa? - Perguntou de uma vez, eu me engasguei com o bolo e mordi o lábio, falar de Zetunia ainda é difícil para mim.
- Mãe... - Henrique começou, mas foi interferido.
- Só foi uma pergunta, querido. - Ela sorriu, mas ele negou com a cabeça.
Eu já estava nervosa com a situação, e não consegui mais comer ou encarar outra pessoa naquela enorme mesa.
- Agora não é hora. - Disse ele por fim.
Silêncio.
- Meu filho, não tem nada de mais em responder isso... - Ela insistiu, e eu fechei os olhos. Lembranças de Zetunia invadiram minha mente, e meu coração se encheu de nostalgia e tristeza. Henry me encarou por um breve segundo.
- DROGA, EU JÁ DISSE QUE NÃO! - Ele bateu as mãos na mesa e gritou, eu arregalei os olhos e Sandra assentiu calmamente.
Essa é a cena mais estranha e assustadora que já vida na vida.
- Atchim! - Espirrei, e em seguida queria chorar.
Saí correndo dali o mais rápido que pude, mas ainda deu tempo de escutar Henry me chamando.
Abri a porta da casa e corri assustada.
Ainda é cedo demais pra pensar tanto no que deixei para trás.Então continuei a correr.
- Tá louca, menina? Olha por onde corre! - Uma voz feminina disse, e eu parei quando vi que tinha sido atropelada por um skate.
- M-me desculpe... - Sussurrei baixinho.
- É o quê? Não te ouvi direito! - Ela colocou a mão esquerda atrás do ouvido, e eu dei um passo para trás, tive medo dela.
- E-eu disse desculpa... - Falei encarando meus pés.
- De boa... Mas me diz, tava indo pra onde daquele jeito? - Ela perguntou e se aproximou mais de mim. Ela parece não ser tão ruim, eu acho.
- Não sei. - Dei de ombros.
- Como é teu nome, estranha? - Ela riu, e eu fiz bico. - É sério, menina. Te fiz uma pergunta, já está me irritando...
- T-tudo bem... Eu me chamo Maria Luiza. - A encarei, a menina tinha um jeito de se vestir peculiar, usava calças rasgadas, um tênis que nunca vi antes, blusa preta e uma touca.
Minha mãe diria que ela está indo assaltar alguém.
- Falou, Maria Luiza. Tu bebeu ou algo assim? Tá perdidinha, coitada! - Ela negou com a cabeça. É difícil entender o que ela fala. - Eu sou a...
- MALU! - ouvimos o grito de Henry ecoar na rua, olhei para trás e ele vinha correndo em minha direção, parecia cansado.
- Foi... Muito... Difícil... Saber... Aaah... Para onde... Você correu... - Ele disse pausademente, e a garota diferente ria.
- O que você fez com ela, Caroline? - Ele examinou meu corpo, e eu finalmente soube o nome da menina.
- Cala essa boca, babaca! - Ela mostrou o dedo do meio para ele. Cobri meus olhos, minha mãe sempre disse que esse é um gesto horrendo, Henrique me abraçou de lado e revirou os olhos para Caroline. Me senti melhor.
- Sorte sua que achei ela, estava correndo tanto que podia ter morrido atropelada. - Caroline fez cara de pena, e eu fiquei brava, mas não falei nada. - O que vai fazer com ela? A sua mamãe vai comer a carne de uma inocente no jantar?
- Ah, vai se fod... - Henrique ia completar mas ela interrompeu.
- Olha a boca, mauricinho. - Jogou um beijo no ar e riu debochada, logo em seguida pegou o skate e saiu andando tranquilamente.
- Não liga para ela, pequena... Está tudo bem mesmo? - Ele pôs a mão no meu queixo, e eu assenti, logo o abracei.
- Me leva pra um lugar bom... - Sussurrei em seu ouvido, ele pegou na minha mão e me levou de volta para sua casa.
- Vai tomar um banho e trocar essa roupa, ok? Já conversei com a minha mãe e ela entende que você não se sente bem falando daquele assunto. Ela quer falar com você. Eu já volto! - Ele soltou tudo de uma vez e eu fiquei nervosa. Será que a dona Sandra irá me expulsar daqui?
Henry sumiu de minha vista, e eu esperei sentada no sofá a senhora Alcoela aparecer.
- Oi querida. Como está? - Ela indagou sentando-se ao meu lado.
- E-estou bem... - Respondi baixinho e ela sorriu doce.
- Desculpe por aquilo, sim? Vamos! Temos um longo dia pela frente, iremos fazer compras para você! - Ela bateu palminhas e se levantou.
Parece que vai ser bem divertido.
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Boo Xx
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Por Trás do Mar (HIATUS)
Teen FictionEu não quero mais evitar o perigo, quero senti-lo. Eu quero sentir o Sol no meu rosto ao amanhecer. Eu quero correr para o mar tão misterioso e azul quanto o céu. Quero olhar as estrelas e ter a sensação de que posso tocá-las, de que eu posso tudo...