NARRAÇÃO DE ISA
Era 8 horas da manhã quando vejo Luan entrando dentro de casa. Olho para Byanca que ainda dormia no sofá. Decido levantar e assim que olho para Luan vejo que ele estava entranho.
Nunca havia visto ele naquele estado, parecia estar bêbado ou drogado. Sempre fui bem doidinha, afinal meus pais não estavam nem ai pra mim, mas eu nunca havia ficado daquele jeito ou usado coisas que me tirassem do controle.
Tento falar com Luan para saber o que estava acontecendo, mas assim que chego perto ele sai me deixando lá.
Bya acorda com o barulho da porta que bate forte. Assustada ela pergunta o que tinha acontecido. Explico para ela mesmo sem ter entendido nada. Quando ela se vira e fala
- As coisas aqui não estão indo muito bem. Luan chega em casa assim todo dia. Ele esta tendo comportamentos muito agressivos...
Olho para ela mais não falo nada. Vejo ela indo em direção a seu quarto e vou atrás.
- Vamos nos arrumar para ir a escola, se não chegamos atrasadas.
Nos arrumamos depressa e vamos para a entrada da comunidade, onde lá mesmo meu motorista nos esperava. Entro no carro e assim que olho para meu celular vejo uma mensagem...
*VELHOTE lhe enviou uma mensagem*
Era meu pai. Me assusto quando vejo, até porque meu pai nunca me mandava nada. Raramente ele me mandava Bom Dia, mas era bem dificil.
Abro e conversa, e...
- Depois da escola volte para casa. Preciso conversar com você!
Pensei que não fosse nada de mais, continuei o meu dia normal como todos os outros, mais no fundo eu estava com uma sensação ruim não sei porque. Eu nunca fui tão positiva, mas tentava meu maximo, só que algo me incomodava bastante.
Invento uma dor de cabeça e peço para sair mais cedo ligo para Isaias que logo vai me buscara no colégio, entro no carro em silencio e isso é estanho porque eu sempre faço bagunça, o mesmo percebe e me pergunta:
- Ta tudo bem Isa?- sinto uma enorme vontade de chorar, mais me contenho e respondo.
- Tudo sim, é que a TPM chegou! Poderia ir um pouco mais de pressa, por favor? - dou um sorriso que o mesmo retribui.
Chego em casa e vejo que meu pai ainda não chegou. Vou direto para o quarto, onde jogo minha bolsa no chão e vou para o banheiro, tomo um banho demorado, e quando saio vejo meu pai parado na porta. Antes de falar qualquer coisa o mesmo diz
- Se troca e desce não demora Isabella.
Fico com medo, pois meu pai nunca me chama pelo nome inteiro, a menos que eu tenha feito alguma besteira normal de Isa. Desço as escadas e paro entre a coluna que divide a cozinha e a sala criando coragem para enfrentar o que viria dessa conversa, que pressinto não ser sobre mim pelo menos não dessa vez.
- Sente-se filha. – Ele diz olhando para mim. Na mesma hora fico pasma pois desde pequena ele nunca havia me chamado de ‘’filha’’.
- Estou ficando assustada, fala logo! – Digo em um tom meio seco, pois odiava ser enrolada.
- Peguei um caso de um garoto que se feriu... – Logo o interrompo pois vejo que o mesmo estava demorando demais para chegar ao ponto.
- Fale logo. – Digo
- Teremos que ir para outro lugar Isabela, teremos que nos mudar temporariamente.
- Tudo bem, vocês vão e eu fico aqui com a Rosana.
- Não é simples assim, não vamos mudar de cidade Isabela, vamos mudar de país.
Não consigo dizer nada na hora, fico muito nervosa, começo a passar mal.
Eu nunca me importei com e nada e nem com ninguem, sempre me bastei... Quer dizer, até eu ter Rosana e Byanca, que eram tudo para mim. Não me via distante delas. Logo levanto do do sofá e retruco com meu pai
-Eu não vou, você irá sozinho... Eu não vou! – Corro indo para meu quarto, e quando vejo ja estou chorando. Sim eu estava chorando. – Ele nunca se importou comigo, nunca me deu amor, ele não vai me tirar de quem fez isso que ele não fez. Não posso largar as coisas assim e ir, minha vida esta aqui!
Passo a noite chorando, e no dia seguinte quando acordo não vou para escola, não estou afim, não tenho cabeça... Vou ficar em casa e arrumar um jeito de ficar aqui. Olho pela janela e vejo que o sol já esta nascendo, resolvo ir pra praia pensar um pouco em tudo que esta acontecendo, tomo um banho rápido visto um biquíni qualquer, um short, e uma camisa larga, pego o fone e o celular e vou saindo, mas quando abro a porta ouço Tia Rosana me chamar
- Isa meu amor vem aqui vamos conversa, onde você vai? – Ignoro completamente isso, pois eu sabia que se voltasse para trás iria chorar, e eu precisava pensar. Mas sei também que ela vai me comer viva por eu ter ignorado ela.
Pego um taxi, não quis chamar Isaias para me levar, pois eu sabia que ele iria perguntar aos meus pais antes se poderia me levar e sei que a resposta seria não. Chego à praia e vou para o lado sul mais afastado e deserto, vinha muito aqui quando criança construir castelos com Byanca, era tão feliz... Coloco uma musica da minha PLAYLIST DE BAD e começo a refletir, passo horas ali acabo pegando no sono com aquela calma toda e paisagem melhor ainda, acordo com meu celular tocando.
LIGAÇÃO DE MELHOR AMIGA
Recuso a ligação e resolvo voltar antes que meu pai coloque um guarda costas atrás de mim. Já são 19:45, pego um taxi chego em casa vejo que estão todos (Pai e Mãe) na sala vendo jornal na TV, eles nem notaram a minha presença então vou direto pra cozinha atrás de Rosana vejo que a mesma não esta volto para sala e pergunto
- Onde está Rosana?
-Pedimos para ela ir mais cedo. – Eles respondem.
-Mas... – Antes mesmo de terminar de falar, minha mãe me corta por cima dizendo.
-Arrume suas coisas, viajamos amanhã.
Não aguentei ouvir aquilo, fiquei desesperada, eu sabia que quando meus pais colocavam uma coisa na cabeça era difícil de tirarem. Mas eles nunca se importaram comigo, pra que isso agora?
-Eu não vou com vocês, eu ja disse! Voces nunca ligaram para mim, se estou onde estou foi por que a Rosana sempre deu tudo pode mim.
-Filha... – Meu pai logo diz, mas eu o interrompo.
-Não sou filha de vocês, me deixem. – Pego minha chave e vou logo correndo para fora de casa, sem mesmo dar tempo deles tentaram justificar algo novamente. Acabo deixando tudo lá, até mesmo meu celular, o que foi uma burrada.
Já estava ficando tarde, e eu estava vagando pelas ruas. Estava muito longe de casa e estava ficando cada vez mais perigoso.
Decido então ir a uma praça que tinha ali perto e ficar lá. Sento-me vendo a paisagem, até que vejo alguém segurar em meu braço. Imediatamente me assusto, dando um grito, mas quando olho para trás
(...) CONTINUA
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CÚMPLICES DO PERIGO
ActionCriadas juntas desde pequenas por Rosana, duas garotas de personalidades muito diferentes, e de classes sociais totalmente desiguais eram mesmo assim muito unidas. Isabela era filha unica e foi criada em um bairro nobre do Rio de Janeiro. Tinha pa...