Amores & Dúvidas Em Paris

《Capítulo 4》

《Maya Evans》
Já faz quatro dias que eu não consigo escrever uma palavrinha sobre o maldito livro. E tem uma outra coisinha me incomodando: Diego não me procurou desde aquele dia. Não que isso esteja me incomodando.
Não! Você só procurou o nome dele 15 vezes no Instagram.
Afasto meus pensamentos, e relaxo na banheira. Fecho os meus olhos e tento colocar minha cabeça em ordem para planejar o livro perfeito. Já escrevi várias coisas no caderno e apaguei em seguida;nada fluía. Eu me pergunto, como eu consegui escrever quatro livros de romance antes? Tenho que admitir que os meus outros livros foram um sucesso, traduzidos para várias línguas, muitas cópias vendidas. Nunca fiquei tão feliz. Sempre amei escrever, desde nova eu sabia que essa seria não só a minha paixão, mas minha profissão também. Comecei a publicar algumas palavras, e o meu blog foi ficando conhecido. Num dia, eu recebi um email de Clara, editora e dona da Apocalipse, pedindo uma amostra do meu trabalho, então enviei-lhe alguns capítulos do meu primeiro livro, 50 Sonhos de Amor que foi um total sucesso. E logo após, veio o Matt. No início, eu estava entregue e completamente apaixonada por ele;acreditava nos contos de fadas e que Matt seria o meu príncipe encantado. Publiquei mais dois livros , A garota da Floresta (romance com mistério) e A Casa das Bailarinas (romance). Foi fácil escrever aqueles, eu estava inspirada. As idéias vinham, e quando eu colocava as palavras no papel, me sentia feliz. Porém, com o tempo, eu deixei de acreditar em romance, Matt não parecia ansioso para se divorciar de Lily e as idéias foram pro espaço. Clara começou à colocar uma pressão absurda sobre meus ombros, então me forcei à escrever o segundo livro de A Casa das Bailarinas (romance com suspense) e fiquei feliz com o resultado. Meus fãs estavam contentes com o resultado e Clara também. Mas, a pressão pra publicar outra coisa voltou e minha inspiração correu pro mar. Matt conversou comigo e disse que era normal, era apenas um bloqueio de escritor, só isso. Fiquei muito brava aquele dia, mas engoli calada. Então, tem esse livro que eu preciso escrever com urgência e nada saiu. Me sinto horrível;parece que escrever se tornou uma obrigação e não era isso que eu queria pra mim.
Meu celular toca tirando-me dos desvaneios. É Clara. Minha mente me diz para atender, mas nenhuma parte do meu corpo se força à pegar o aparelho. O toque encerra, e depois de alguns segundos, recomeça. Sabendo o quão Clara é insistente, atendo a chamada de olhos fechados.
Maya: Oi.
Xxxx: Olá, Srt. Evans.

Meus passos são tranquilos e leves, mas eu estou nervosa e agitada. Minhas mãos soam frio e estão trêmulas. Em pleno sábado, Champ Des Mars está inundado por pessoas e um clima agradável paira sobre nós. Como um imã, encontro um par de olhos azuis brilhantes diante da Torre (maravilhosa, incrível, lindíssima) Eiffel. Caminho lentamente até o moreno e digo à mim mesma para não ficar nervosa.
Até parece que nunca teve um encontro.
Mas a verdade, é que eu nunca tive um encontro. Não preciso nem dizer o por quê. Diego, finalmente, olha pra mim e abre um sorriso maravilhoso, retribuo, esquecendo por hora do meu nervosismo à respeito do meu primeiro encontro.
Quando chego até Diego, seu perfume invade o meu espaço e fico encantada com o olhar carinhoso que ele possuí.
Maya: Oi.-digo sorrindo.
Diego: Oi.-ele sorri mais ainda e me olha de cima à baixo.-Você está linda.-agradeço aos anjos da moda por terem me feito escolher uma blusa branca manga longa com decote em V, calça jeans cintura alta escura e sapatilha estilo bailarina preta. Diego também está lindo (como sempre). Camisa jeans com as magas dobradas nos cotovelos, calça jeans preta e coturnos pretos.
Maya: Obrigada. Você também está incrível.-digo um pouco boba.-E então? Qual é o plano pra hoje?
Diego: Vamos aproveitar a companhia um do outro e nos conhecermos melhor.-só então percebo uma mochila preta aos seus pés;de dentro dela, Diego retira um pano xadrez azul e branco.-Desculpe, não achei uma vermelha.
Maya: Sem problemas.-ajudo ele à abrir a toalha e nos sentamos em baixo da Torre Eiffel.-É linda, não é?-olhando de longe, a Torre Eiffel é linda, forte e imponente, mas olhando de onde estou, ela parece mais maravilhosa ainda.
Diego: Sim, ela é.-ele fala com tanta emoção em sua voz, que me viro para olha-lo. Mas, percebo que ele não estava nem olhando pra Torre. Ele olhava pra mim.
Maya: Eu estou falando da torre.
Diego: Eu estou falando de você.-ele me olha com fervor. Minha respiração falha e volta rapidamente.
Maya: Você sabe deixar uma mulher sem palavras.
Diego: Não consigo evitar.-diz arrogante.-E o celular novo?
Maya: Funcionando perfeitamente. Ainda me sinto um pouco mal pelo tapa.
Diego: Ainda arde. Mas, eu nem ligo. Já lidei com coisas piores.-diz desviando os olhos dos meus.
Maya: Achei que você nunca mais fosse falar comigo. Foram quatro dias.-tento disfarçar o rancor em minha voz.
Diego: Eu peço desculpas, mas eu estava conhecendo o seu trabalho melhor.-enrugo meu nariz.
Maya: Como?!-pergunto.-Eu não entendi.-ele abre outro compartimento da mochila e tira quatro livros.-Ai, meu Deus!
Diego: Sim, linda. Eu li todos os seus livros.-diz com certo orgulho.
Maya: Em quatro dias?
Diego: Virei a noite lendo cada um deles. Você tem um talento imensurável. Agora, sou seu fã official número um.-ele tira uma caneta preta do bolso.-Assina pra mim.
Maya: Eu não acredito nisso!-ainda bastante espantada, assustada e admirada, assino cada um dos livros com um sorriso irritante no rosto.
Diego: Ah! Meu sonho foi realizado!-ele abraça os livros e os guarda com cuidado na mochila.-Eu não sabia do que você gostava e resolvi arriscar,  então trouxe uma torta de chocolate à moda francesa e Coca-Cola. E também alguns bombons. 
Maya: Jesus! Você acertou em cheio. Eu amo tudo isso.-digo abobalhada. Ele me lança um sorriso divino, enquanto abre duas Cocas pra nós dois.
Diego: Sorte de principiante.-rimos.-Então, Maya Evans, me conte sobre você.
Maya: Hmmm. Okay. Mayanna Evans. 23 anos. Filha única.  Escritora e blogueira. Americana. Formada em Ciências Humanas. Um apartamento em Los Angeles. Quatro livros. E só.-termino dando de ombros.
Diego: Interessante.-ele parecia pensar em algo.-Solteira?-a pergunta me pegou tão de surpresa, que eu não soube como reagir. Eu sou solteira? Sim. Matt não era meu namorado. E eu realmente não queria estragar o momento com Diego dizendo que na verdade, eu sou uma amante.
Maya: Totalmente.-sorrio. O sorriso de Diego se engrandece de orelha à orelha.-Sua vez.
Diego: Diego Agnolletto. 28 anos. Filho único.Arquiteto. Americano. Formado em Arquitetura e Urbanismo. Um apartamento em Londres. Uma empresa própria e sócio de outras. E estou solteiro.-piscou.
Maya: Estou impressionada. Bom, então o que o trouxe à cidade de luz?
Diego: Um amigo vai abrir um restaurante e pediu ajuda no projeto, e eu estou aqui pra isso. E eu tenho uma tia que mora em Amboise. É pertinho daqui. Vou visita-la em algumas semanas.-assinto.-E você?
Maya: É uma longa história.
Diego: Adoraria ouvir.
Maya: Eu preciso escrever um livro de romance em um mês. E bom, eu não tenho idéia do que escrever. Estou com um bloqueio criativo à tempos, e não consigo colocar nada no papel, por isso vim à Paris. Eu achei que esse lugar poderia me trazer alguma inspiração, mas nada aconteceu. -abaixo a cabeça.
Diego: E se você não conseguir escrever?
Maya: Eu perco o meu contrato com a editora.
Diego: Putz! É uma situação complicada. Posso perguntar, o que causou o bloqueio?
Maya: Eu não acredito no amor.-confesso.-E o livro tem que ser de romance.-permanecemos em silêncio até Diego me olhar malicioso.-O que?
Diego: E se eu te ajudasse à escrever o livro?-engasguei com um bombom.
Maya: O que?! Olha, Diego...Sem querer te ofender, mas eu não acho que você têm tanta experiência com escrita e...
Diego: Não bobinha.-me interrompe.-Eu vou te provar que o amor existe.

Hello Brothers...
Essa foi a primeira parte da história. A segunda etapa eu vou publicar em 2018, okay?
Boas festas e deixem nos comentários o que vocês acharam da história.