~Novembro de 2009
- Ela te amar rapaz - a senhora falou.
- você acha?
- sim, ela só estava confusa. Ela não queria perder a sua amizade, mas também não queria mistura tudo e te magoa ou a si próprio.
A senhora sentada ao meu lado, se vira e faz menção de que irá tirar um cochilo. Me escondo na janela do ônibus e observo que paisagem que vai mudando a cada segundo então me permito a pensar ainda mais nela e quando falta pouco para tê-la em meus braços.
~Horas Antes da viagem
Mais um dia sem ela.
Depois que Gaby foi embora há um mês, cada dia sem ela é uma tormenta. Ontem resolvi ligar, e as suas palavras foram secas. Ela havia falando que eu ainda sou muito menino, mesmo eu falando que "idade não é documento" e foi por isso que eu havia tomado essa decisão impulsiva.
Estava cansado de suas ofensas por ligação, queria ver ela falando friamente comigo, olhando em meus olhos.
Arrumei uma pequena mochila com o necessário para aquela viagem e o restante do meu salário, liguei para Nando que me deu uma carona até rodoviária e em todo os instantes que não estava gritando com o trânsito, estava falando que aquilo era uma louca sem limites, mas o que ele não entenderia era que a pessoa quando amar, sempre estará disposta a cometer atos impulsos e apenas espero que um dia ele descubra essa magia.
Entre o tempo que me despedir de Nando e a compra da passagem, notei que o céu começava a se fechar e as nuvens que não aparecia a tempo no céu, estavam todas carregadas de água. Deduzir logo que uma tempestade se aproximava, era a famosa chuva de novembro.
Depois de entrar no ônibus e contar minha historia pra senhora que mantinha os olhos fechando ao meu lado, pego o meu celular e digito uma mensagem para ela.
"Pode ir me buscar na rodoviária?"
Gaby: "você está vindo?"
Sim, chego no ônibus das dez.
Gaby: "Combinado, eu vou te buscar."
"certo então. Dorme bem.
Te Amo!"Havia escrevido aquele “eu te amo” na esperança que ela me respondesse com um simples “eu também”. Sabia que era pedir muito e que talvez a Senhora ao meu lado estivesse certa, Gaby estava com medo de se machucar ou a mim. Deveria ter pensado nisso antes de exigir que Gaby fosse completamente minha.
Continuo a observa pela janela, mesmo com o vidro embaçado. Abro um pouco da janela, para sentir a água da chuva tocando em minha mão e ao fechar o olhos e sentir aquela sensação, foi impossível não imaginar ela ao meu lado; com aqueles cabelos cor de mel e o seu sorriso de menina, aquele sorriso pelo qual havia me apaixonado naquela manhã na lanchonete, o mesmo sorriso que vi ela dando enquanto eu a amava. E era aquele sorriso que em questão de poucas horas iria vê.
Mas sou tirado de meus devaneios com um barulho vindo da lateral do ônibus, e em poucos minutos sinto o choque; o ônibus começa a se mexer de uma forma muito violenta, a senhora que antes me fazia várias pergunta sobre a Gaby, agora estava com um olhar de pavor, seguro em sua mão com força, para que a mesma se acalmasse, mas à quem eu queria enganar.
De repente tudo começa a girar e escuto os gritos desesperados dos outros passageiros, todos clamando pelas forças divinas em que acreditar. Até que escuto uma frase em especial e que me causou medo, alguém do banco da frente gritou.
-Vai explodir.
Em em fração de segundos o vidros da janela do ônibus explodem, fazendo um barulho assustado. Fecho meus olhos com medo, mas antes abaixo a cabeça da senhora e me coloco em sua frente. E com esse ato, acabei batendo forte a cabeça no ferro da cadeira da frente. Sinto uma peque.a tortura e volto a fechar meu olhos na esperança que aquilo acabasse bem. Mas sinto uma dor forte em minha barriga, coloco a mão e vejo que é sangue e já está ultrapassando a minha blusa.
O ônibus finalmente parar de girar, e posso ouvir gritos de socorro. A senhora ao meu lado, estava com os olhos fechados e pude ver seu braço sangrando.
Eu tenho sair de onde estou, mas algo está prendendo a minha perna.
Respiro fundo.
- Eu tenho que sair daqui - falei colocando força, mas sou impedido pela dor na barriga.
Levando a blusa com calma e vejo que o corte era fundo, fecho os olhos e com as mãos trêmulas retiro o pedaço de vidro que estava lá dentro.
- você tem que ser forte Chico. - eu falava para mesmo, estava me enganando.
Alguns minutos se passar e a minha situação só piorar. As poucas lembranças de Gaby, me fizeram permanecer de olhos aberto.
- Meu Deus! Eu não sabia que essa viagem era a última, eu quero resistir, pela Gaby.
Por mais força que tenha mentalmente, meu estado físico mim denunciar.
Sinto meu corpo ficar mole e meus olhos ficarem pesados.
E em meio a toda aquela bagunça eu escuto o barulho do meu celular tocando, meu coração palpitar, minhas mãos tremem, tento me mexer novamente, mas aquilo parecia impossível.
O telefone para de tocar e fração de segundos começar novamente. Poderia está enganado, mas meu coração gritava dizendo que era ela me ligando.
Dessa vez o cansaço bate novamente, volto a sentir meu corpo mole, meus olhos pesados e meu frágil coração diminuído os batimentos.
Sinto uma vento batendo em meu rosto, e apenas me lembrei do que havia aprendido desde de certo. Não há melhor mensageiro do que o vento. Imaginei mas uma vez o par de olhos verdes, que havia feito meu coração bate mais forte e fiz um pedido em especial ao vento.
Mas toda aquela magia foi desfeita, quando sentir a escuridão me atingindo. E agora sim, era o meu fim.
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Estou Contigo - [CONCLUÍDA]
Short StoryEle se chamar Felipe, mas todos insistem em chama-lo de Chico. Felipe tem apenas dezoito anos e já apreendeu muito sobre a vida, teve que superar muitas coisas, inclusive a morte da mãe. Mas apesar de tudo sempre foi um bom rapaz e foi esse seu lado...