12. Destrua (Season Finale)

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1963.

Alice estava sentada na grama em frente a lápide de Jade Walsh. A data marcada era 1915 – 1962. Ela se sentia desolada ao ver aquilo, mas precisava que, de alguma forma houvesse um símbolo que a representasse, mesmo que o corpo dela não estivesse realmente ali. Constance Holden havia-a mandado para ser cremada e jogada ao mar como queria. Ao lado da lápide dela, uma outra escrita Chad Walsh-Granson com apenas uma data: 1963.

Ela era um monstro. Apesar de não ser totalmente culpada pela morte de seu filho, Alice se sentia responsável por dar tanto a sua mãe quanto ao seu descendente um destino trágico. Ela olhou para o horizonte. A sensação foi estranha, mas ela beijou as duas lápides e pediu desculpas novamente por estarem ali.

Alice se levantou e foi em direção ao sanatório, onde um homem a esperava na porta com uma arma na mão.

– Já terminei. – disse ela para ele, que abriu caminho e deixou que passasse.

Foi andando até seu quarto, privado como era antes, mas dessa vez, a segurança era um pouco mais rígida com os pacientes. Quando entrou, foi até sua cama e deitou. Ela estava acostumada a se isolar do resto das pessoas ali dentro. Achavam que ela era uma ameaça e que se alguém chegasse perto poderia acabar morto. Por isso ela passava a maior parte de seu tempo no quarto, isolada.

Droga! Pensou ela.

Ao se levantar, Alice foi até a porta e começou a gritar desesperadamente para sair dali, mas ninguém dava atenção; ela era uma louca, e como ela mesma já tinha dito, ninguém presta atenção em loucos.

***

No início do anoitecer, Alice foi acordada por um dos guardas batendo na porta. Era hora do jantar. Sem ânimo, ela respondeu que não estava com fome, mas o guarda aumentou o tom de voz, ordenando que Alice saísse logo do quarto. Sem muita opção, ela se levantou e foi até a porta. Quando o guarda abriu a mesma, ela saiu e andou em direção a cozinha.

Chegando lá, a multidão de pacientes, novos e antigos, olharam para Alice. Ao invés de ela se sentir intimidada, continuou seu caminho até o balcão e pegou sua bandeja com o prato especial do dia: salada de batata e bife. Ao pegar, se sentou na mesa onde, coincidentemente, Nancy comia sossegada. As duas não fizeram questão de se olhar, elas apenas pegaram os garfos e continuaram comendo.

– Assassina! – gritou um dos pacientes antes de sair do refeitório.

– Covarde. – retrucou Nancy.

O paciente pareceu ter ouvido, mas não deu bola, e voltou a se dirigir para fora do refeitório. Alice encarou Nancy.

– Não preciso que me defenda. – disse ela.

– Não te defendi, só estou cansada de você ser o assunto principal desse lugar desde que sua mãe morreu.

– Quer o meu lugar? Não me importo em te dar toda essa atenção que recebo diariamente.

Alice pegou uma batata e comeu-a, respirando fundo pelo nariz enquanto percebia mais olhares de pacientes que não tinham o que fazer.

– Não precisa ser grossa, só queria...

– O que Nancy? Que merda você queria? Está aqui porque seu pai te colocou, eu fui forçada. Quer tratamento justo? Mate todos seus amigos e sua família e depois venha falar comigo.

Apesar de querer muito revidar, Nancy somente a olhou e voltou a comer pacificamente pelo resto do jantar.

Quando o mesmo acabou, Alice foi levada para o banheiro tomar um banho. Chegou desanimada e pegou a toalha para entrar no chuveiro.

Contos de Horror: Alice (Temporada 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora