03. A Verdade Por Trás do Chapéu

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1958.

― O que aconteceu com aquilo que eu te pedi Theodore? ― gritou Constance enquanto tentava organizar alguns formulários em sua mesa.

― Não sei exatamente do que se trata meu amor. ― disse ele inocente.

Constance levantou de sua cadeira e foi até a porta.

― Por que sou sempre eu que tenho que fazer essas coisas?

Assim que a mesma saiu da sala, Theodore foi até a mesa e começou a procurar por um relatório específico. Quando o mesmo o encontrou, voltou para seu lugar como se nada tivesse acontecido. O nome que se encontrava no relatório era de Gregório Bolce, e ele olhou a data de óbito do paciente: 1955.

1962.

― Alice. ― chamou a voz de Ethan tentando me acordar.

Ao acordar, olhei para ele e em seguida olhei para o lado da minha cama. O sangue ainda estava ali e o meu desespero aumentou, pois sabia que alguma hora alguém iria ver aquilo.

― Não pode ser. Eu juro que vi você falando que tinha dado um jeito no corpo.

― Sim Alice, você me viu, mas está enganada se acha que eu tirei alguma coisa daqui.

― Você me ajuda a limpar esse sangue?

― Já está aí há mais de um dia, precisa de produtos de limpeza pesado.

― Então vamos procurar.

― Uou! Calma aí senhora limpeza, não conseguiríamos entrar lá nem se quisesse.

― Como assim?

― A pessoa que limpa o sanatório só vem aos finais de semana para dar uma geral no lugar. Só ela tem a chave da sala onde ficam os produtos de limpeza.

― Que ótimo! ― disse sentando na minha cama esperando Noah trazer meu remédio matinal.

Assim que o mesmo abriu a porta, Ethan se escondeu embaixo da minha cama, até que eu terminasse de tomar o remédio, e Noah sair. Feito isso, Ethan saiu debaixo da cama, e voltou a sua posição. Sentei-me na cama e peguei o chapéu que eu tinha pegado de Constance. Ethan me olhou com uma cara estranha e só estendeu a mão para recuperar o chapéu. Dei-o para ele, mas antes que eu pudesse larga-lo, Ethan ficou louco e começou a ficar irritado comigo, batendo o pé no chão várias vezes, até que eu tirei o chapéu da cabeça dele, e o mesmo ficou calmo e mais controlado.

― O que foi isso? ― perguntei querendo saber o que acontecera a ele.

― Eu não consigo controlar. ― respondeu. ― Eu gosto muito do meu chapéu, mas ele me deixa agressivo, me deixa louco.

― Por isso o tiraram de você?

Ethan afirmou com a cabeça e começou a me pedir para dar o chapéu para ele novamente.

― E se me atacar de novo? ― perguntei com medo dele se irritar.

― Não irei.

Apesar do receio, confiei em Ethan e dei o chapéu a ele, imediatamente, o mesmo desapareceu.

Meu estado de choque passou no exato momento em que Henry apareceu na porta com aquele sorriso lindo.

― Vamos tomar café Alice. ― disse ele todo animado.

― Estou indo. ― respondi me levantando.

Ao chegar no refeitório, vi Quinn sentada no seu lugar habitual, e disse a Henry que iria falar com ela. Me dirigi então a mesa e sentei-me de frente a ela, que me olhava amedrontada.

Contos de Horror: Alice (Temporada 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora