Capítulo 2 - O início da loucura

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Durmo durante uma hora. Maryline vem acordar-me para o jantar.

-Presumo que tenhas fome… - Sugere, enquanto abre as cortinas e ajeita a carpete.

A verdade é que não estou com disposição para um momento de convívio. Mas tenho mesmo fome, e o facto de poder comer o que quiser é realmente interessante, e uma novidade para mim.

Levanto-me e saio da cabina.

Entro no compartimento das refeições e encontro Maryline já sentada na cadeira mais próxima de Abby.

Comemos em silêncio; a verdade é que, para mim, não havia palavras para descrever aquele momento, nunca na vida havia comido este tipo de comida. Começo por optar por pequenos pães de sementes com foie gras. Não que eu realmente tenha conhecimento dos nomes destes alimentos; mas Maryline teve o “prazer” de anunciar os nomes mesmo antes de começarmos a refeição. De seguida escolho frango com caril e puré de castanhas. Para finalizar sirvo-me de duas grandes fatias de pudim de pão. Nunca comera tanta quantidade de comida em toda a minha vida. Passado apenas uns minutos começo a ficar maldisposta.

A minha intenção era voltar para a cabina de descanso mas Abby parecia mais interessada em assistir ao resumo das Ceifas, então segui-a até à sala de convívio do comboio.

Ela não parecia ser uma rapariga muito dotada para socializar; não que eu o fosse. Mas a verdade é que não tinha intenções de morrer no primeiro dia na arena, queria que Abby me aconselhasse, que desse sugestões.

Assistimos aos resumos. A rapariga do distrito 2 parece determinada. Não digo o mesmo de todas as outras… Uma delas até chorou, a do distrito 12 se não me engano…

Quando o vídeo termina fico sentada à espera que Abby diga alguma coisa. Mas ela nada diz, e sai sem me olhar.

 Então eu dirijo-me à cabina e sento-me a olhar as estrelas. Lembro-me do rosto das minhas irmãs e dos meus pais.

Enquanto estas memórias correm pela minha mente, Liesel* entra no quarto com um livro debaixo do braço.

-Andaste a roubar outra vez?! Desculpa, o Max* tá por aí?

-Não! Mas quando passei no corredor o Edward e a Bella* iam para a cabina do lado.

De repente o comboio começou a abanar e a parede partiu-se. Da parede saíram dementors que sugaram a nossa felicidade. Saco da varinha e grito:

-Avada Kedavra*! – enganei-me no feitiço, Liesel cai redonda no chão, e o seu corpo começa a voar. Livros entram suspensos no quarto para chorar a morte dela.

Saí a correr da cabina e dou um encontrão a Melanie e Noa* que iam a caminho do restaurante. Estão imensamente pouco interessantes.

Olho pela janela frontal do comboio e observo as gémeas* (que vinham do colégio de Santa Clara) a acenar freneticamente! Nisto, o condutor é obrigado a travar abruptamente. Observo a sua face com mais interesse…

-Peeta*?! O divórcio com a Katniss* fez-te mal…

Peeta nem se digna a responder-me, afinal de contas de contas o divórcio foi devido à Katniss me ter apanhado com ele a fazer um “piquenique”, se é que me entendem… Ela interpretou tudo mal. Na verdade estávamos a comer frango assado, e ela achou que tínhamos um caso.

Quando passo pela bijutaria do comboio observo Bilbo Baggins* numa grande indecisão:

-Que anel compro?! São todos tão lindos… Gandalf* qual é que perferes? O rosa ou o violeta?

De repente sinto alguém a puxar-me o cabelo! Grito:

-Mickey*?! A Minnie*?!

-A Minnie, infelizmente estava no local errado à hora errada… Na verdade o Titanic não foi contra um Iceberg, mas sim contra a Minnie, quando ela estava a fazer windsurf!

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