Ganância

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Até onde você iria para ter tudo que sempre quis? Teria coragem de vender sua alma? Fazer um pacto com o rei das profundezas? Sabe que tudo tem um preço. Não é? Então leia essa história que vai fazer você pensar duas vezes se ter tudo na vida é bom ou ruim. Dependendo do ponto de vista.

  Eduardo tinha acabado de colocar o ácido que tinha acabado de comprar na banheira com a água para dissolver." Quem ela pensa que é? Eu avisei!" Enquanto pegava o corpo de Jane sem vida e ensanguentada, só de camisola, na cama do sítio onde tinha comprado no interior, longe da cidade, longe de tudo e de todos. Seu plano tinha sido perfeito. Ninguém sabia onde estavam, ela não contou a ninguém onde iria passar o fim de semana, nem pra família, nem pros amigos. Imaginando que Eduardo queria fazer o pedido de casamento num chalé romântico no interior. Coitada!!! Se soubesse que iria de encontro a pessoa que iria assassiná-la.
  Tudo tinha começado há alguns meses atrás, quando Edu, desconfiado que a namorada o traía, seguiu a até um restaurante, ficou escondido esperando ela passar com o amante, ia dar o flagrante nela. Dito e feito!! Lá estava ela com um rapaz, que ele não conhecia, indo almoçar. Quando já tinham feito o pedido, Eduardo entrou no restaurante, foi andando na direção deles, sem eles perceberem, quando resolveu parar e deu meia volta, evitando que ela o visse.

- Por que você não deixa eu desmascarar essa safada?
- Por que assim não teria graça. Ela iria te humilhar na frente de todos.
- Você nunca deixa eu fazer as coisas do meu jeito.
- Porque você não sabe fazer as coisas direito.
- O que eu faço então?
- Mate-a.
- Matar ela? Espantou-se Eduardo.
- Por que não? Ela merece.
- Como faria isso?
E aquela voz que acompanhava ele há tantos anos deu a idéia do crime perfeito pra ele colocar em prática.

Vocês devem estar se perguntando quem estava conversando com Eduardo. Vou lhes dizer, mas antes um pequeno resumo de quem É Eduardo. Um homem na faixa dos 40, mesquinho, ganancioso, rico, vários carros e apartamentos, casa de praia, podia fazer qualquer coisa que o dinheiro podia comprar, pois não faltava pra ele, e nunca faltaria. Não tinha amigos verdadeiros, se achava melhor que qualquer pessoa. Resumindo: um ser humano horrível, não se importava com ninguém, vivia maltratando as pessoas e seus empregados. Intragável!!! A única coisa que ele amava mais que tudo, até mais que sua vida, era o dinheiro. Nem sua família aguentava ele. Tendo se afastado de todos. Mas nem sempre foi assim. Há exatos dez anos atrás ele tinha feito um pacto com Lúcifer de ter o que ele quisesse. Mas Eduardo disse que ele faria qualquer coisa, menos vender sua alma, então o próprio Lúcifer falou que Eduardo poderia fazer um só pedido. E Eduardo achando que enganaria o próprio demo, pediu que todos os dias ele tivesse um exemplar do jornal do dia seguinte, assim ele saberia o que aconteceria antes de todos. Um modo de saber do futuro. Perfeito!!! E com a garantia que não levaria sua alma, a não ser com o consentimento do próprio Eduardo, " o coisa ruim" selou o pacto e a partir daquele dia Eduardo teria seu exemplar do jornal do dia seguinte, e a companhia do rei das trevas falando na sua cabeça. Isso mesmo. Quem sempre conversava com Edu  era o próprio!

E assim Edu construiu seu império, sabendo antes de todos, os resultados das loterias e bolsas de valores. Apostas e outras coisas ilícitas, aquele jornal do dia seguinte, deixava ele cada vez mais milionário. Mas...Tudo tem uma cobrança. E Edu sempre estava tranquilo, pois sabia que ELE nunca teria sua alma. Mas iria ser cobrado de alguma maneira.

Voltando ao sítio, Eduardo colocou o corpo de Jane na banheira com ácido e seu corpo começou a se dissolver.
"O que fazer com os ossos?" Pensou, enquanto via que não sobrava nada do corpo da mulher que amou. Foi muito fácil. Embebedou ela e depois uma facada certeira no coração. "Merecia pior. Mas acabou."
- Viu como foi fácil? Dizia a voz na cabeça dele.
- Será que foi certo o que fiz?
- Está com medo? Ninguém saberá.
- Assim espero. Mas o que farei com os ossos?
- Quebra eles em pedaços pequenos e enterra em um lugar bem deserto.
- Certo. Farei isso.
  Entrou em seu carro e foi adentrando a mata até onde o carro poderia ir. Pegou o saco com os ossos e uma pá andou mais uns 200 metros e começou a cavar. Cavou até onde poderia por os ossos e enterrar sem que ninguém achasse nunca a prova do seu crime.
-Acabou. Te amei. Mas mereceu isso pela sua traição.
- Isso. Não tenha remorsos. Ela teve o que mereceu.
  Pegou seu carro e voltou pro chalé onde tudo acontecera, juntou tudo que poderia incriminá-lo algum dia e incendiou o local. Só saiu dali quando não tinha nada mais a queimar.
E assim voltou à cidade como se nada tivesse acontecido. E os dias passaram até que....

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