1x7 - Digitais

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Eles estavam incrédulos. Mas já era de se esperar, depois de ontem à noite, suas mentes já previam esse acontecimento. Os garotos se sentaram em uma fila de cadeira, que havia no canto da sala, próximo a parede. Os pais dos mesmos, estavam sentados em frente à mesa do diretor, que estava na sala, já o sheriff estava em pé ao lado do Mr. Markus, o diretor. Um clima totalmente desconcertante havia se estabelecido naquela sala, e as expressões dos presentes, serviam somente para complementar tal ar.

- O que está havendo? –Questiona, Demétrius, que não suportava mais o silêncio naquele lugar. 

- Parece que a policia desta cidade está louca. –Responde, Vic, visivelmente alterada.

- Veja bem como fala, mocinha. Sua situação não é das melhores.  –Rebate, o sheriff.

- Eles afirmam ter encontrado os culpados, pelo acidente no clube. –Fala, Nicolas, enquanto arrumava seu óculos.

- O que? Quem são. –Dem, fala, torcendo o olhar para a autoridade.

- Esse é o ponto, Dem. –Fala, Vic.

- Acham que fomos nós. –Completa, Nicolas.

- Eles dizem ter provas. –Ane, diz, terminando a fala.

- E temos. –Afirma. –Digitais dos quatro foram encontradas em algumas caixas de fosforo que recolhemos do clube. Elas estavam perto de um tanque com cheiro de gasolina. A ida dos quatro até a mata ontem e a ligação falsa para a policia, só fazem de vocês mais suspeitos.

- Ida a mata? Esse foi seu “passeio com amigos” ontem à noite? –Questiona, Abel, pai de Victoria.

 - E porquê, exatamente, eu mataria meu o amigo, ou seria tosco de ligar para a policia? –Questiona, Dem.

- Isso é o que iremos descobrir. –Responde, o sheriff. –Por enquanto, ficaram detidos.

- São crianças! –Responde, Miranda, mãe de Nic, afim de causa alguma espécie de empatia.

- Até que se prove o contrario, são assassinos. Assassinos do meu filho.

Com essa fala, Williams passa um rádio para os policiais que estavam do lado de fora da escola. Os mesmo, em questão de segundos entram na diretoria, oficializando a ordem de detenção provisórias dos menores. Abalados, os pais encaravam seus filhos com um aperto no coração. Por algum motivo, os pais de Vic e Demétrius maus os olhava. Já Miranda, mesmo que em uma falha tentativa, tenta impedir Nicolas de ser levado. Banhados por indignação, os jovens saem desconcertados, cabisbaixos... sua saída da escola, fora marcada por olhares curiosos vindos das grandes janelas de vidro. Foram postos em viaturas diferentes, sendo acompanhados pelos carros dos pais. A viajem foi mais rápida, do que os garotos desejavam. Em segundos eles foram colocados em celas. Anelyse e Victoria nas celas da direita, uma ao lado da outra, Nicolas e Demétrius na esquerda. As cela quase completamente composta por grades, faziam eles terem uma visão clara um dos outros. E a delegacia pequena, ecoava a discussão dos pais com o sheriff. Gritos, argumentos, e por fim, a vergonha de estarem com os filhos presos. Os pais sentiam indignação, sabiam que seus filhos não fariam algo assim. Menos Abel.

- Quanta vergonha, Victoria. –Disse, o mesmo, passando pelas celas.

Os demais pais encostaram-se na grade, iniciando uma conversa com seus filhos.

- Eu vou tira-lo dai, eu juro. –Dem, ouvia Miranda falando, em um tom de pura indignação.

- Sei que não fez isso. Mas eu não consigo explicar o que está havendo. Eu, eu te amo, filha. –Dizia, Mrs. Claire, enquanto abaixava-se perto da grade, com tristeza nos olhos.

- Filho? –Falou, Marlon, despertando a atenção de Demétrius que prestava atenção nas conversas dos colegas.

- Acredita que não fomos nós, não é? –Pergunta, Dem.

- Nem precisa perguntar, Dem. Jamais acharia isso.

- Mas?

- O que fazia com um tanque de gasolina?

- Eu não estava com tanque de gasolina! –Fala, Dem, com um tom de voz elevado. –Nem saímos do salão de festa.

- Então...

- Eu não sei, tá bom? –Completa, o garoto. –Não sei como nossas digitais foram parar ali.

 Demétrius estava visivelmente alterado. Todos estavam. Nem mesmo quando os garotos voltaram ao local, para procurar explicações, usaram gasolina. Nem mesmo sentiram o cheiro durante a festa.  O tempo foi passando, e os pais foram saindo, afirmando que voltariam mais tarde. O silêncio predominou naquele local. Eles só ouviam ruídos dos policiais. Os quatro se encontravam sentados no chão, encostados na grade.  Ane, batia deu dedo indicador contra a grade, para que o tempo passasse, aparentemente, rápido.

- Eu agradeceria se parasse. –Falou Demétrius, cujo a cela era de frente com a de Ane.

- Desculpa, mas não tem algo melhor para fazer.

- Que tal ficar quieta?

Sem ter resposta para tamanha grosseria, Anelyse apenas ergue suas sobrancelhas, fazendo em uma expressão descontente enquanto um suspiro pesado era emitido por ela. Victoria colocou suas mãos na grade e bateu com força apenas uma vez. E com feição autoritária encarou o garoto.

- Deixa a garota em paz. –Disse, Vic.

Mesmo repreendido pela garota, Dem não esboçou reação, e continuou encarando o nada que havia em sua frente.

- Ei, ninguém está feliz. E apesar de não sermos amigos, estamos nessa juntos. Grosseria não vai nos tirar daqui. –Completou, a loira.

- Então me diga, o que vai nos tirar daqui? –Questionou, o garoto.

- Eu não sei.

- Exatamente! Nenhum de nós sabemos nem como viemos parar aqui, muito menos como sairmos. Então não me culpe pelo stress.

- Se quem comete a grosseria é você, a culpa do stress é sua. –Respondeu, Ane, dando um sorriso forçado.

- Serio que iram mesmo ficar se bicando? –Pergunta, Nicolas, enquanto encarava a porta da cela. –Já não basta a situação maravilhosa que estamos?

- Você é o... –Falou, Dem, que logo foi interrompido por Nicolas.

- Eu sou nerd sim. Isso não quer dizer que eu tenha o plano. –Respondeu, Nicolas, que parecia saber o que o garoto falaria. –E você, não é o atleta? Dê uma de monstro e mastigue as grades.

- Eu acharia interessante. –Comentou, Vick.

-Talvez você tenha um utensilio na sua bolsa, que sirva de chave. –Ane, falou para Vick.

- Usa o poder evoluído do seu cérebro para destruir as fechaduras, ou atrair as chaves até aqui. –Respondeu, a loira.

Depois da fala de Vic, os quatro olharam-se e caíram na gargalhada.

- Ei que palhaçada é essa ai? –Perguntou um policial, gritando lá da recepção. –Aqui é uma delegacia, mostrem respeito. Suas pestes. –Sussurrou.

Os garotos tentaram segurar a risada o máximo que puderam. Serrando os lábios, pondo a mão na boca, e aparentemente havia dado certo, as risadas foram contidas. E a calma voltou ao local.

- Não vamos sair daqui, vamos? –Questionou, Ane.

- Eu não sei. –Respondeu, Dem, cabisbaixo

Truoorness: a VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora