Herdeira do Submundo

Capítulo 20

— Tudo bem ai? — ele pergunta descendo as escadas, noto que suas asas também estavam machucadas

— Sim. Você não deveria estar com a rainha? — pergunto devolvendo a espada dele

— De nada. E a rainha esta em segurança — ele caminha pela sala olhando por todo o lugar, em busca de mais cães

— Acho que já estão todos mortos

— Melhor ter certeza

Ele vai ate os outros cômodos verificando. Resolvo acender todas as velas. O castelo todo estava lavado em sangue, parecia que todos os empregados tinham sido assassinados. O sangue deles se misturavam ao sangue negro dos cães. Aquilo daria muito trabalho pra limpar.

Enquanto o Adriel verificava os cômodos. Abro a porta e resolvo ver se ainda tinha mais algum cão la fora

Mais quando abro a porta o cheiro de sangue me atinge como um tapa. Aquilo era uma chacina. Consegui detectar o sangue de varias espécies misturadas juntas, eu amava sangue, mais aquilo quase me fez vomitar.

Diferente da ultima vez, o reino todo havia sido atacado e não só o castelo.

— Droga — Adriel diz parando ao meu lado

— Como eles vieram pra cá? — normalmente os cães do inferno ficavam trancados no castelo do submundo, eles quase nunca saiam

— Isso é coisa do seu pai — ele diz me olhando com raiva

— Não pode ser. Aqueles cães estavam estranhos. Eles não me reconheceram, me atacaram mesmo eu sendo a princesa deles. Tem alguma coisa errada

Enquanto pensava no que poderia estar acontecendo de errado, não percebi um cão se aproximar e avançar no meu braço. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa o Adriel foi mais rápido. Das pontas do seu dedo surgiram uma fumaça negra. Quando a fumaça tocou a pele do cão, começou aparecer feridas horríveis e grandes. Aos poucos o corpo dele todo apodreceu e caiu morto

Fiquei de queixo caído com aquilo. Eu já tinha ouvido falar de anjos com esse poder, mais nunca ia imaginar que ele era um deles

— Você é um dos anjos da morte — sussurro ainda surpresa com a revelação

— Vou ver como esta os outros — ele sai me deixando sozinha e incrédula

Os anjos da morte era nossos maiores inimigos porque alem de portarem um arma celestial que podia nos matar, ainda tinham poderes que também podia nos matar. Quando eu era criança os anjos da morte eram como uma lenda de terror. Com os anos eles desapareceram, assim como os outros anjos. Nunca mais se ouvi falar deles, mais ainda se ouvia historias de campos de batalhas e cidades inteiras destruídas por causa de um só anjo

E ali estava um deles, trabalhando comigo o tempo todo. Eu havia bebido o sangue dele quando ele podia me matar só com um toque.

Afasto esses pensamentos, eu não ia voltar a ter medo dele só porque era um anjo da morte. Alem do mais tinha outros assuntos me preocupando agora.

— Vou enviar mensagens para as outras rainhas, vamos fazer uma reunião. Esses ataques tem que para — ouço a voz da rainha furiosa quando chego na sala

— Os outros reinos também foram atacados hoje? — pergunto e todos voltam a atenção para mim

— Ainda não tivemos resposta

A Hécla me encara preocupada e confusa e pela primeira vez na vida parecíamos partilhar do mesmos sentimentos

— Chame a Tâmara pra vim pra cá — me pego dizendo isso antes mesmo de pensar se era uma boa ideia. E ainda prossigo — Ela é uma guerreira também, alem do mais ela foi a ultima a sair do submundo. Talvez tenha alguma ideia do que pode estar acontecendo — eu tinha quase certeza que ela não sabia de nada. Mais aquela altura do campeonato as coisas tinham virado uma loucura e seria bom ter alguém que me entendia ali. Pensei na minha missão, com a Tâmara ali as coisas ficariam complicadas. Mais quanto mais pensava na missão, mais percebia o quanto aquilo tinha se tornado insignificante perto do que estava acontecendo.

— Vou chama-la. Mais não sei se ela vai querer abandona a missão dela — a rainha responde

— Eu vou mandar um mensagem para ela. Acho que posso convence-la

— Tudo bem

Depois disso alguns foram pra cama e outros, como eu, foram para enfermaria.