Capítulo 46

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Elizon

Eu estava com as unhas gravadas no chão de tanta dor. Até que ao longe vejo meu pai e o Adriel em uma luta com espadas. Eles se atacavam toda hora, abrindo vários cortes um no outro

— Não pode ser — sussurro

Começo sentir aquele ódio que o vínculo me fazia sentir quando o Adriel estava em perigo. Mas ao mesmo tempo que queria matar meu pai, também queria matar o Adriel. Era como se estivesse em um cabo de guerra comigo mesma. O vínculo e o feitiço estavam me matando, me deixando louca. Eu não conseguia mas ficar parada. Antes que eu pensasse direito, já estava abrindo as asas e indo em direção a eles

— Nãoo Liz — ouço a voz da Tâmara, mas já era tarde. Eu precisava chegar ate eles. Eu não sabia o que iria fazer, não sabia quem eu queria matar. Só sabia que não aguentaria ficar parada, eu tinha que fazer alguma coisa

Consigo empurrar meu pai para longe com um pensamento. Mas não foi como eu queria, o feitiço parecia me impedir de machuca-lo

— Sai daqui Elizon — Adriel ordena aos gritos, porque a batalha abaixo de nós seguia firme e barulhenta

Eu não respondo. Eu não conseguia falar aquela altura, precisava me concentrar em não mata-lo e sim matar meu pai. Era difícil usar meu poder contra meu pai, mas com muito esforço consigo puxar uma linha do lago de fogo e queimar o rosto dele. Então com um movimento da mão ele me atira na ponte

— Por que não esculto seu namoradinho Elizon? — meu pai diz furioso e da sinal para quatro gárgulas me segurarem.

Então o meu pai e o Adriel voltam a brigar. Eu assisto tudo deitada, as gárgulas eram fortes e estavam em cima dos meus dois braços e das duas pernas

— Me soltem seus malditos!! — grito para elas e tento me mexer desesperadamente mas elas nem saem do lugar.

Vejo meu pai ferir o ombro do Adriel com um golpe e começo me mexer de novo mas elas não se abalam. Respiro fundo e concentro meu ódio nas gárgulas. Eu imagino uma bola de fogo pequena surgindo no estomago de cada uma delas, aos poucos a bola de fogo vai crescendo e crescendo... noto quando eles se mechem desconfortáveis mas mesmo assim não me soltam. Então eu explodo a bola de fogo dentro delas, fazendo seus pedaços voarem pelo ar e meu corpo ficar coberto de sangue negro. Sem perde tempo vou pra cima do meu pai empurrando ele para longe do Adriel. Faço seu corpo todo pegar fogo

— Elizon, achei que já tivesse aprendido que você não tem chances contra mim — ele passa a mão pelo corpo fazendo o fogo se apagar como se não fosse nada. Ele me empurra pra longe de novo mas dessa vez ele vem pra cima de mim com a espada pronta, eu me esquivo do golpe dele. Torci para o Adriel aproveitar a oportunidade para matar meu pai, mas quando dou uma rápida olhada noto que ele tinha sumido. Onde ele estava??

Meu pai guarda a espada e da um soco em mim, antes que me recupere ele já estava dando outro soco e mais outro

— Fica fora do meu caminho sua maldita! — ele grita enquanto me espanca sem parar

Herdeira do SubmundoOnde histórias criam vida. Descubra agora