Capítulo 2

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Pés descalços, mente turbilhando de emoções; cansado do mundo, estou aqui, a beira da imensidão marítima. Sinto minhas pernas tremulas. Lágrimas agora caem, choro feito criança. Me pego no chão, caído, com areia entre os lábios; Derrotado! Não via mais sentido em viver...

JHON
Meu despertador que mais uma vez insiste em me acordar, me vence quando levanto e o desligo. Acordo como todos os dias, cansado de viver.
Minha mente ainda insiste em carregar meu corpo até o último suspiro de esperança...

Faço minha higiene, tomo meu café e reclamo todo dia que ele está amargo, (minha vida tá parecendo esse café). Me arrasto até o banheiro. Um banho demorado e pensativo, sem nenhuma vontade de deixar aquela água morna, penso em minha vida e o quanto ela é chata. Me dou conta de que estou extremamente atrasado. Corro, me enxugo, não acho nada nessa casa! Pego minhas roupas, percebo que vesti minha cueca errada, nem me dei o trabalho de concertar. Peguei minha pasta e vou rumo ao trabalho. (O elevador demora mais que uma tartaruga Aff).

Chegando na entrada do prédio lembro-me que esqueci da comida do Bellamy (meu gato). Percorro todo trajeto até meu apartamento e coloco comida pro meu gatinho marrento.
Volto e desço pelo elevador tartaruga de novo.

Novamente na calçada do prédio tento encontrar um taxi, mas parece que todos os taxis do mundo decidiram não passar na minha rua hoje. Corro pela rua que por incrível que pareça, hoje está mais movimentada do que nunca.
De repente sinto um impacto, minha pasta abre e meus papeis voam pra tudo que é lado. Bati com tudo em alguém.

--- Perdão, perdão! Não tive a intenção de atingi-lo. (Eu disse).

(Dois olhares se cruzam, o mundo para!)

Depois dos minutos mais estranhos da minha vida, desperto e começo a pegar meus papeis do chão.

O Rapaz que também estava super desajeitado pega suas coisas que caíram e sai meio com pressa, sem entender o que tinha ocorrido, (eu acho). Quando acabo de recolher meus papeis do chão, percebo algo que não me pertencia. Um pingente meio antigo, que atrás continha duas palavras... "Te esperarei". Deduzo que aquilo poderia pertencer aquele rapaz. Tento ir atrás dele, mas sem sucesso. De repente vejo um taxi e rapidamente entre nele, preciso chegar no trabalho o mais rápido possível.

Aquele parecia o mais longo do mundo, não conseguia me concentrar nos meus projetos arquitetônicos, estava morrendo de sono, e super atarefado. Lembro-me do pingente, retirei ele do bolso e fiquei acariciando, cochilei sem perceber.
Algo vem a minha mente, uma lembrança...

"Dois homens em um campo verde como o clima irlandês. Não consigo ver o rosto deles, estão deitados na grama olhando o céu e sorrindo. Eles pareciam... Namorados! Algo estranho! um deles se assemelha muito a mim. Suas vestes são tão estranhas, medievais, rústicas".

Desperto do meu sonho quando ouço o telefone. Um cliente quer que eu repare a casa dele. Amo meu trabalho, mas tem alguns clientes tão exigentes que me estressam.

Voltando do trabalho, meus pensamentos ainda não me deixavam em paz, aquela lembrança, o cara, o pinjente; tudo me deixa tão confuso. Vou até um bar que nem sabia que existia (deve ser novo), Peço um whisky, bebo umas seis doses. Quero esquecer a merda da minha vida.

Estou fora de mim a muito tempo. Saio do bar, cambaleando, sem rumo, minhas pernas que a essa hora ja tem vida própria, me levam até a praia. Sem nenhum pudor retirei os sapatos, a camisa e em seguida as calças. Um choro me consome, pareço uma criança, (me pergunto o porquê de tudo ter acontecido assim) logo me pego no chão, com areia entre os lábios. Me sinto mal, meus olhos se fecham aos poucos; sou levado ao mundo dos sonhos. Será meu fim? Talvez não... *(isso foi só um drama, pra deixar mais impactante. Tam, tam, tammmmm)*

A Teoria Do Nosso Infinito  (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora