Capítulo II - Parque do Horror

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Chris Cornell - Misery Chain 

Em algum lugar, em alguma hora

Acordo com uma dor de cabeça terrível em plena escuridão, sem entender o porquê de estar aqui. Olho a volta e não consigo enxergar nada até que de repente inúmeras janelas se abrem, fazendo com que a luz do sol entre pelo grande quarto cinza claro e quase me cega, o que faz piorar consideravelmente minha dor de cabeça.

— Acordou, dorminhoca? - Zoe caminha até a mim vestida com roupas justas de couro que acentuam suas curvas. Forço minha vista para ter certeza do que estou vendo. Zoe está viva!

— Zoe, você... Você está bem? - Minha voz sai quase como um sussurro.

— Sim, estou. – De certa forma ela parece como um fantasma para mim, com o sol batendo atrás dela, fazendo com o que eu não enxergue-a muito bem, transformando-a numa alucinação.

— Eu voltei para te encontrar, eu não queria fugir sem você, e... – Tento me levantar a 90º com tudo, mas minha cabeça doí e eu volto-me a deitar.

— Eu sei. Você foi encontrada na direção oposta à saída. – Sorri. — Da próxima vez não me mata do coração, apenas corra, é melhor uma morta do que duas.

— Mas eu não podia deixa-la sozinha na floresta escura.

— Está certo, eu faria o mesmo por você, mas não quero que faça o mesmo por mim.

Nós conhecemos há pouco tempo, mas de certa forma eu sinto como se nos conhecêssemos há muito mais tempo, como um déjà vu. Sinto que posso confiar nela, como confidente e penso que ela sente o mesmo. Depois do que passamos juntas, é como se tivéssemos um pacto velado.

Zoe se senta ao meu lado e só percebo agora que estou em uma maca, conectada a uma máquina que monitora meus batimentos cardíacos.

— O que aconteceu? Eu desmaiei, não é? Fiquei desacordada por quanto tempo? - Questiono, confusa, lembrando-me apenas do meu repentino apagão.

— Dois dias. - Escuto uma voz grossa masculina vindo em minha direção. Um homem negro e alto usando um jaleco e com um estetoscópio azul aparece segurando um tablet prateado. É um médico.

— Ótimo, então agora já podemos voltar a descobrir mais sobre aquele vampiro... Quer dizer suspiro.... - Digo gaguejando tentando fingir que disse outra coisa. Ele deve estar que estou pirando.

— Tudo bem, Phoenix. Eu sei. – O médico diz sorrindo de lado. O quê?

— O médico... O médico sabe sobre o vampiro? E o lobisomem? – Sussurro para Zoe.

— É. Todos que trabalham aqui sabem. Não se preocupe, já cuidaram disso por nós. – Zoe dá um sorriso para que eu não me preocupe.

— Cuidaram sobre Sra. Russel? O que aconteceu com Charlie? – Tento saber mais detalhes.

— Phoenix, agora tem que descansar. Está tudo resolvido e limpo. Caçamos o vampiro que fez isso com ela. A justiça foi feita. Agora resta você ir para casa. Aqui está o atestado para justificar sua falta na faculdade. – O médico assina o atestado e entrega em minhas mãos. A letra é horrível, apenas consigo entender ''três dias'' e ''Hospital de New Orleans'' em cima, digitado.

Scanneio o atestado com o Lenses. É autentificado e automaticamente envio para o e-mail da minha faculdade.

— Hospital de New Orleans. Aqui possuem uma aba só para cuidar de casos sobrenaturais? – Junto as sobrancelhas.

Mythes - Lua de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora