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Meu nome é Alice, e eu, sou uma sobrevivente. Vários anos se passaram desde que eu e minha mãe fomos sequestradas e torturadas pelo meu padrasto psicopata.

Naquela véspera de Ano Novo, eu não lembro de quase nada, só me lembro de ter acordado em um lugar estranho, era o Hospital.

Quando eu acordei, pude ouvir estrondos e gritos vindo do lado de fora do hospital, foi quando eu levantei da cama e fui até a janela, daquela janela pude ver os fogos de artifícios se espalhando no céu escuro e as pessoas comemorando mais um ano que acabará de chegar. Mas pra mim, esse dia não era mais especial, ele me trazia uma lembrança, de que eu nunca mais veria minha mãe. Eu sentia que alguma coisa tinha acontecido com ela, só não sabia o quê.

Trevor, que estava com uma bala na cabeça, ainda sobreviveu a tempo de ser levado ao hospital e salvo. Enquanto estava se recuperando ele foi sentenciado á prisão perpétua, mas mesmo sendo vigiado por dois policiais, ele conseguiu fugir do hospital, o que não durou muito tempo já que no meio da fuga, enquanto era perseguido pelos policiais, seu carro perdeu o controle e caiu de um penhasco, só que dessa vez não tinha nada de água em baixo para amenizar a queda.

A minha mãe não teve a mesma sorte, já que o trajeto que a bala fez em sua cabeça atingiu uma parte extremamente vital do cérebro e morreu na mesma hora. As vezes eu choro só de pensar o quanto a minha mãe sofreu por mim causa, afinal, ela morreu pensando que eu estava morta. Eu queria tanto que ela soubesse que eu estou viva, que eu estou bem.

Logo após a minha saída do Hospital eu fui declarada órfã e levada ao orfanato mais próximo, nos meus primeiros dias la eu passava o tempo todo chorando, o que me rendeu diversos apelidos como "Chorona" ou "Fracote". Mas eu sempre dava um jeito de transformar toda a dor que eu sentia, em força, e eu passei a viver apenas por meus objetivos.

Eu estudei muito para chegar onde eu cheguei, atualmente, eu sou uma das melhores investigadoras criminais de Sidney, trabalho junto com a polícia civil de Sidney resolvendo diversos casos, a maioria envolvendo mulheres.

O meu sonho eu realizo todos os dias, que é quando eu consigo salvar vidas de mulheres que passaram pela mesma situação que eu e a minha mãe passamos, é fazer o possível e o impossível para que o que aconteceu com ela não se repita jamais.

É exatamente isso que eu estou fazendo agora, realizando o meu sonho. Já é de madrugada e eu estou caminhando em um bairro de Sidney em que recebemos denúncias de que há um homem que anda perseguindo mulheres á noite.Se isso for mesmo verdade, eu serei a isca perfeita para ele.

Andando pela calçada suja e escura com meu tênis encardido, eu escuto outros passos além dos meus ecoando pela rua deserta. Parece que ele mordeu a isca.

Vendo a figura encapuzada, grito por ajuda só pra ajudar na encenação e quando ele chega perto o suficiente e me segura por trás, eu dou uma cotuvelada em sua barriga, o mesmo me solta quando vê as duas viaturas de Polícia que fecham a rua a nossa frente e começa a correr.

Eu corro atrás dele que joga latas de lixo no chão para dificultar a perseguição, mal sabe ele que ja passei por isso várias vezes.

Como sou mais rápida e mais experiente, alcanço-o em poucos minutos de corrida, o derrubando de bruços no chão, em seguida, tirando as algemas da minha bolsa e prendendo suas mãos atrás de suas costas. Ele se debate tentando fugir, mas não se pode fugir do destino.

Chego bem perto do seu ouvido e digo:

" Você está preso por suspeita de perseguição seguida de estupro, tudo o que disser poderá ser usado contra você no tribunal, então acho melhor ficar calado, senão eu acabo com você"

As duas viaturas chegam cercando o local, que logo fica cheio de policiais e pessoas, alguns fotógrafos estão presentes. Essa com certeza vai pro jornal.

Vários policiais, colegas de trabalho, andam até mim que recebo alguns apertos de mãos seguidos de um parabéns, mas nada disso importa, o que importa de verdade é que mais um psicopata em potencial foi pego.

Isso, mas um Psicopata foi pego, eu sinto um certo alívio dentro de mim, as vezes eu penso que se a minha mãe estivesse aqui, ela estaria muito orgulhosa de mim, mas também gosto de pensar que mesmo ela não estando aqui como pessoa, ela sempre estará no meu coração, olhando por mim e me ajudando a solucionar todos esses casos.

Me dando sabedoria para que eu consiga continuar seguindo em frente, sempre.

Eu te amo, mamãe.

Entre A Vida E A Morte - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora