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Minhas mãos estão tremulas, assim que como as outras partes do meu corpo, minha respiração está acelerada e é difícil inspirar o ar aqui nesse lugar, lugar que foi o cenário dos piores momentos da minha vida mas que me ajudaram a me tornar quem eu sou hoje. 

Foi aqui, exatamente aqui, que a minha mãe morreu á vários anos atrás, eu respiro fundo observando o mar que preenchia o final do abismo e começo a andar em direção a porta de entrada, como se á situação não pudesse ficar pior, uma tempestade chega, me molhando todo e descontando toda a sua fúria em mim.

Com minha calça Jeans encharcada, e meus cabelos da mesma forma, eu forço a maçaneta da porta, sentido que ela está destrancada, assim que a porta é aberta, a única coisa que eu vejo é a completa escuridão, mas eu sei, sei que aqui, nesse quarto, é o quarto onde eu e a minha mãe ficamos trancadas por horas e horas.

É como seu eu vivenciasse tudo de novo, as imagens de mim mesma criança, escondida em baixo da mesa, no canto do quarto, chorando em quanto a minha mãe ainda estava desacordada na cama.

Em meio a tanta escuridão a única coisa que eu vejo é uma porta bem a minha frente, ela estava entre aberta então havia um feche de luz branca saindo de dentro dela, sem ter muita escolha e nem para onde ir, eu sigo em meio ao escuro até chegar na porta, que eu abro deixando que a luz de dentro dela se espalhe pela casa inteira.

Assim que a porta se abre com um ruído, o homem a minha frente, que antes estava mexendo em uma serie de computadores que se espalhavam pelo cômodo inteiro, se vira para mim, revelando seu rosto, eu o reconheço no mesmo instante, e sem acreditar, dou alguns passos para trás, assustada.

- T-Trevor?! 

- Vejo que chegou, Alice - ele fala mostrando seus cabelos quase brancos devido á idade.

- C-Como? Você morreu, como pode estar aqui?!

- Eu nunca morri, e nem nunca vou morrer - ele fala sorrindo - Eu me diverti muito com a sua mãe e agora vou me divertir muito com você - Trevor diz rindo.

- Você é doente! Onde está o meu filho?! - falo gritando de raiva.

- Tudo bem, vamos começar a brincadeira - ele fala apertando um botão e em seguida, aparecem duas imagens distintas na tela de um dos computadores, a primeira era de Cooper, amarrado em uma cama, ele se debatia e gritava, mas não conseguia se soltar, na mesma hora, eu recebo uma pontada no meu coração e as minhas pernas quase fraquejam. Na segunda imagem, ao lado da primeira, mostrava Tobias, o meu filho, em cima do telhado, amarrado na chaminé, com uma bomba presa em seu peito, ele chorava e chamava por mim.

Assim que eu vi as duas pessoas que eu mais amo e confio na minha vida, presas, por minha causa, minhas pernas não aguentaram mais e eu cai de joelhos no chão, chorando e tremendo.

- Essa cena me parece familiar, foi desse jeito que a sua mãe ficou quando viu você caindo do penhasco - ele fala sorrindo - Mas agora que os tempos modernos chegaram, eu posso tornar as coisas ainda mais interessantes.

- Você é um psicopata! Como minha mãe viveu com você e não percebeu isso?! - eu digo chorando.

- Poupe-me de seu escândalo! - Trevor fala exaltado - Você precisa escolher, entre o seu amiguinho ai, ou seu filho - ele fala empolgado - Mas você apenas tem um minuto para salvar um dos dois senão ambos morrem quando eu apertar esse botão.

Eu me levanto com uma força que eu até hoje desconhecia, olho dentro de seus olhos desgastados e vejo dentro deles apenas ódio e maldade. Meu corpo é tomado pela fúria e eu tomo uma decisão.

- Eu não vou fazer nada! Eu nao vou escolher nada! Tudo isso acaba, agora! - eu digo pegando o canivete que estava o tempo inteiro escondido dentro da minha calça jeans e corro até ele.

Ele percebe e corre em direção ao botão que mencionara antes, eu sabia que não ia dar tempo de chegar antes dele, por isso em um pensamento rápido, eu jogo o canivete afiado em sua direção, que rapidamente chega até a sua mão, perfurando-a e prendendo ela em uma das telas do computador, deixando a mão dele toda ensanguentada e a tela do computador destruída. Sorrio quando escuto o grito de dor vindo da parte dele.

Eu corro em direção á ele enquanto ele tenta desprender a mão dele tirando o canivete, mas eu chego antes e seguro seus braços, retirando o canivete de sua mão e enfiando dessa vez em sua garganta, bem fundo, depois eu puxo-a para cima, fazendo um enorme corte da sua garganta até a sua boca.Eu retiro o canivete enquanto ele cai no chão sem vida e deixando minha mão toda ensanguentada.

Entre A Vida E A Morte - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora