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Eu finalmente chego na delegacia depois de alguns minutos dirigindo, assim as chego ja sou recebida pelos meu colegas que me parabenizam com alguns parabéns e tapinhas nas costas. Vejo a juíza Miranda se aproximar de mim com seus longos cabelos enrolados que tampavam sua pele escura e olhos castanhos.

- Alice - ela diz abrindo os braços e me dando um abraço - Parabéns por ter resolvido mais um caso, quando vai querer pegar outro? - Ela pergunta.

- Acho que vou descansar um tempinho Miranda - eu respondo.

- Por quanto tempo? - Ela pergunta claramente preocupada, isso por que segundo ela mesma disse, essa delegacia não seria nada sem mim.

- Apenas alguns dias, não se preocupe - eu falo tranquilizando-a.

Vejo Cooper chegar e me cumprimentar com um sorriso, eu peço licença e vou até ele para conversar. Assim que chego em seu campo de visão, eu jogo a bolinha de papel no lixo e faço um sinal para ele.

Ele entende na mesma hora e vai até o lixo disfarçando e pegando a bolinha de papel sem ninguém ver. Ele le tudo e seus olhos se arregalaram quando termina.

Passa um tempo e ele escreve alguma coisa no celular me mostrando em seguida, dizia:
"Você tem alguém em mente?"

" Não, ele apenas disse que me conhecia e hoje de manhã invadiu a minha casa" eu respondo escrevendo no papel novamente.

Eu passo o resto do dia conversando com Cooper e nós decidimos que amanhã ele me mandaria uma mensagem me chamando para sair, o criminoso verá a mensagem e irá até o local de encontro, onde nós faremos uma armadilha e pegaremos ele.

Confiante, eu vou até o carro e volto para casa depois de buscar Tobias na escola, ou coloco ele na cama e dou um beijo em sua cabeça me despedindo.

- Mãe? - ouço ele me chamar quando ja estava na porta.

- Sim? - eu me viro.

- Me conta uma história antes de dormir? - Ele me pede.

- Tudo bem - eu digo e me sento ao seu lado na cama - Haviam duas pessoas que se amavam muito, a Clara e a Ana, Clara e Ana viviam em dois mundo diferentes, mas queriam muito se ver e conversar, por isso, um dia, Clara resolveu que deixaria seu mundo e visitaria Ana - eu olho para Tobias e vejo que ele ja estava dormindo profundamente.

Eu dou mais um beijo em sua testa e saio, deixando ele dormindo profundamente em sua cama e indo para o meu quarto, mas antes, vou até o banheiro e tomo um banho, saindo ja trocada para atender meu celular que estava tocando.

- Muito Bonita a história que você contou, claramente uma analogia a você e a sua mãe - a voz dizia e meu coração já começou a bater mais rápido pelo medo.

- Saia da minha casa! - eu falo pegando um canivete que ficava escondido na cozinha.

- Seu filho é tão bonito, adotar uma criança é um ato tão gentil - ele diz e eu corro até o quarto de Tobias abrindo a porta com tudo e encontrando a sua cama vazia.

- TOBIAS, ONDE VOCÊ ESTÁ? - eu grito alto enquanto meu coração falha - o que você fez com meu filho seu desgraçado?!

- Ora Ora,  parece que finalmente você perdeu a calma.

- Não brinque comigo seu idiota! Onde ele está?!

- Se você quer ver seu filho é melhor se apressar e vir me encontrar no lugar onde você viveu os piores momentos da sua vida, e venha sozinha - ele fala e desliga.

Eu corro para pegar as chaves do carro e três minutos depois eu ja estava dentro do mesmo pisando fundo e dirigindo em direção ao lugar que eu esperava nunca mais ver na minha vida, em direção a casa na beira do penhasco, onde a minha mãe morreu, e, se eu não tomar cuidado, é onde meu filho vai morrer também.

Acelero e dirigo o mais rápido possível, eu não vou deixar que a minha vida termine do mesmo jeito que a da minha mãe terminou, eu vou ter um final feliz custe o que custar.

Ele não vai acabar com a minha vida, seja quem for, eu vou até la e impedi-lo, vou salvar meu filho e continuar vivendo e seguindo eu frente. Eu vou fazer tudo o que a minha mãe não foi capaz de fazer.

Ainda dentro do carro eu tento ligar para Cooper para pedir sua ajuda, mas por mais que fique chamando vários minutos, no final a chamada cai na caixa na caixa postal, ligo mais uma vez, mais uma vez, nada. Depois de ligar umas quinze vezes eu desisto e vou até la sozinha.

Mesmo indo o mais rápido possível, eu só chego lá meia hora depois, pois esse penhasco fica bem longe da cidade. Eu paro o carro e desço dele, sentindo o gosto salgado das lágrimas preencher a minha boca.

É agora ou nunca.

Entre A Vida E A Morte - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora