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Foi difícil de acreditar que Trevor ainda estava vivo, mas agora não está mais, eu tenho certeza, pois fui eu que matei ele, com as minhas próprias mãos.

Antes de correr e fazer o que é preciso, eu tiro meu celular do bolso, e disco o número da Juíza Miranda, sendo atendida em pouco tempo.

- Alice, o que foi? - Ela pergunta.

- Miranda, eu preciso da ajuda de vocês, preciso de no mínimo duas viaturas e uma ambulância.

- Alice? Aconteceu alguma coisa? Onde você está?! - Ela fala pelo telefone.

- Não há tempo para explicações, apenas saiba que eu estou na casa em que você me encontrou anos atrás - digo e por fim, desligo a chamada.

Assim se guardo o celular, dou uma última olhada nas imagens de Tobias e Cooper no computador, sem dúvidas eu preciso salvar meu filho o mais rápido possível, mas não vou conseguir sozinha.

Eu corro o mais rápido que posso até o outro quarto, onde encontro Cooper amarrado na cama em que anos antes foi o local que a minha mãe permaneceu várias horas desacordada. Ele se debate e usa sua força para escapar, mas assim que me ve seu rosto enche de preocupação, e eu, sem tempo, apenas o desamarro.

Assim que ele levanta e observa não só minhas mãos mas também minha roupa, sujas de sangue, ele entende o que aconteceu e apenas pega na minha mão, primeiro me reconfortando, e depois me puxando em direção a uma escada. Ele sabe onde meu filho está.

Nós subimos de mãos dadas o mais rápido possível até chegar no telhado da casa, onde encontramos Tobias, completamente amarrado, com uma bomba relógio em seu peito, ele estava aos prantos completamente desesperado.

- Meu filho! - eu corro até ele o abraçando.

- Mamãe?! O que você está fazendo aqui?! Você tem que ir embora! Por favor, vá embora! - ele diz chorando mais ainda.

- Quanto tempo temos? - Cooper fala finalmente.

Eu solto meu filho olhando o cronômetro, de acordo com o contador, temos apenas um minuto e meio.

- Nós temos um minuto e meio - eu respondo - Como vamos fazer essa coisa parar?! - Pergunto ja chorando e igualmente desesperada.

- Não há como fazer parar - Cooper fala e meu coração para.

- Não pode ser, deve haver outro jeito! - eu respondo pensando e chorando ao mesmo tempo.

- O único jeito é conseguir tirar a bomba dele, mas ela está presa as correntes que estão prendendo ele nesse telhado.

- Eu já sei! - Falo correndo até o andar de baixo e indo até o carro.

Eu sempre levo uma arma comigo pelo carro, é a mesma arma que Trevor e minha mãe usaram para se suicidarem aqui, nessa mesma casa, e agora ela vai ser usada, mais uma vez, nessa mesma casa. Eu não sei por que mantive isso guardado por todo esse tempo, mas ironicamente, foi única coisa que a minha mãe deixou para mim, além de lembranças horríveis.

Eu pego o revólver e me apresso para cima da casa novamente, quando chego lá, Tobias está chorando mais ainda e Cooper tentando tirar as correntes dele.

- Alice, temos apenas dez segundos, a menos que tenha um plano, precisamos sair daqui agora! - ele fala antes de ver a arma que está em minhas mãos.

Pego a arma e aponto para as correntes. Não posso errar agora, nossas vidas estão em risco. Minha mão estava tremendo e junto com ela a arma, mas mesmo assim, disparo, é a minha única chance agora, de salvar minha família, e impedir que o que aconteceu com a minha mãe aconteça comigo.

Depois do barulho, eu vejo a corrente que prendia Tobias se partir em dois, restavam apenas cinco segundos até a explosão. Cooper corre e pega a bomba que está grudada as correntes e corre até a beira do telhado, jogando o bomba com o máximo de força possível. A bomba é jogada com tanta força que de cima do telhado vai parar no fungo do abismo que fica ao lado da casa.

Meu filho corre até mim e eu o abraço, em seguida, abraço Cooper, e ficamos nós três, abraçados, enquanto nós víamos a bomba explodir dentro da água, fazendo com que a água jorrasse para todos os lados.

Em seguida, ás sirenes são ouvidas, e não demora muito até que a Juíza Miranda e um batalhão de polícias cheguem no telhado.

"Eu consegui. Eu realmente consegui" essas palavras ecoavam pelo meu subconsciente enquanto inúmeras lágrimas insistiam em cair, mas ao contrário das da minha mãe, essas lágrimas não são de tristeza e sim de felicidade.

Eu salvei minha família, eu consegui mudar o meu destino e finalmente fazer justiça matando Trevor e destruindo o seu plano, eu consegui fazer aquilo que a minha mãe não conseguiu, eu venci.

Eu venci, eu sou uma vencedora, eu faço a minha própria história, e eu digo que ela não acaba agora, muito pelo contrário, eu vou continuar vivendo a minha vida, eu vou continuar seguindo em frente.

Eu vou continuar vencendo.

Fim

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2018 ⏰

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Entre A Vida E A Morte - Volume 2Onde histórias criam vida. Descubra agora