Afogando-se

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Queria eu,
essa água,
fosse que
fosse,
mais leve,
insípida.

Não afogada
em álcool,
cevada de
barril, caixão
doce para
afogar
-E desafogar
más-águas.

Queria eu,
fosse que
fosse história,
guardada
"Por Deus
contando
o vil mental".

O papel
é meu mentor,
que me dita
e medita,
coisas fundadas
em cronologia
de um passado
infundado.

Queria eu,
fosse que
fosse, não
almejar por
essa solitária
bebida ostentando
o capital dos pobres
em espírito de culpa.

Queria eu,
fosse que eu,
cantado por eu,
essa diáspora de
solidão e arrependimento,
reservada a mim, a nós,
fosse que fosse.

O Farfalhar das CortinasOnde histórias criam vida. Descubra agora