Prometida Á Dois

Capítulo 46...

Marquei de encontrar a Karine em uma praça que tinha aqui perto de casa, ela seria a primeira pessoa pra quem iria contar a "novidade" e também sei que é a única pessoa que vai me ajudar e me dar conselhos do que fazer. Sentei em um banco e enquanto a Karine não chegava, ficava pensando em como minha vida iria mudar completamente agora. Eu não iria parar meus estudos de jeito nenhum, eu vou terminar a escola. Eu preciso dos meus estudos completos agora mais que nunca, não existe só eu na minha vida agora. Teria que começar a pensar no futuro desse bebê, eu não vou deixar nada faltar pra essa criança. Mesmo sendo uma gravidez não planejada, e ter vindo em uma das piores fases da minha vida, esse bebê não tem culpa de nada. Eu não vou desistir do meu filho ou da minha filha, apesar de tudo isso que ta acontecendo, farei dele (a) minha calmaria, minha melhor companhia, a razão de eu conseguir levantar todos os dias.

-Juliana? -olhei para o lado e a Karine me olhava confusa, realmente eu estava longe.
-Ainda bem que você chegou, eu preciso te contar uma coisa. -falei calma mas por dentro meu coração estava acelerado.
-O que houve? -perguntou sentando ao meu lado no Banco.
-Bom... eu nem sei por onde começar a contar isso porquê será uma coisa que irei levar pra toda minha vida e vai ser bem difícil mas eu vou fazer de tudo para...
-Conta logo Juliana, ta me deixando preocupada. -falou a Karine nervosa me interrompendo.
-Eu tô grávida. -finalmente falei e ela abriu a boca em um perfeito "o" e ficou me olhando como se não acreditasse no que eu acabei de falar.
-O quê? Como assim grávida? -ela finalmente falou depois de alguns minutos.
-Eu fiz o teste e deu positivo. -falei como se fosse a coisa mais normal do mundo.
-E você fala como se fosse a coisa mais normal do mundo?! -ela já tava nervosa.
-Ficar grávida é a coisa mais normal do mundo Karine.
-Mas olha sua idade Juliana, você quase não aproveitou sua adolescência ainda.
-Eu sei mas o que eu posso fazer? Acredite, não estava nos meus planos engravidar agora Karine. Mas eu não vou tirar esse bebê, porque apesar de tudo, ele não tem culpa. Foi um descuido meu e agora eu terei que aceitar as consequências.
-Detalhe, o descuido foi seu e o Lucas, não tente livrar a pele dele disso porque ele fez uma participação para esse bebê tá ai dentro. -falou apontando pra minha barriga pequena de grávida.
-É, eu sei mas eu só queria mesmo te contar que tô grávida porque tu é minha melhor amiga e não consigo e nem quero te esconder as coisas.
-Fico feliz de que fui a primeira a saber dessa gravidez.
-Tirando minha mãe, você foi sim. -sorri de lado.
-O que vai fazer agora? -falou um pouco mais calma.
-Eu vou dar o meu máximo pra fazer de tudo pra esse bebê, não deixar faltar nada. Vou terminar meus estudos e conseguir um bom emprego, alugar uma casa só pra mim.
-E onde o Lucas entra nessa história? Até agora escutei você falar de todo seu futuro com essa criança mas e o Lucas? Ele precisa saber, ele é o pai. Quando vai contar pra ele?
-Eu não sei, a gente nem ta se falando, ele nem olha na minha cara. Eu nem sei se vou contar.
-Como assim Juliana? Você não vai conseguir esconder essa gravidez por muito tempo. E Quando esse bebê crescer e perguntar pelo pai? Você não pode fugir pra sempre, fique ciente disso.
-Eu não sei como vou contar a ele sendo que ele não quer nem olhar na minha cara. Faz questão de mudar de caminho quando me vê. -O coração apertou quando falei todas essas palavras e uma imensa vontade de chorar apareceu mas não deixei nenhuma lágrima cair. Não agora.
-Chama ele pra um canto, mesmo que ele não queira e conta tudo. Mesmo ele estando com esse orgulho que ele não larga nunca, ele precisa saber.
-É, você tá certa. Eu vou puxar ele pra algum lugar e contar tudo.
-Quero que saiba que estou aqui pro que você precisar, pra tudo mesmo.
-Obrigada Karine, de verdade.
-Irmãs são pra essas coisas. -falou sorrindo, retribui o sorriso.
-Posso te fazer uma pergunta?
-Ai meu Deus, o que foi dessa vez? -perguntou nervosa.
-Quer ser madrinha do meu filho ou da minha filha? -a mesma me olhou sorrindo e me abraçou com os olhos cheio de lágrimas e sussurrou no meu ouvido "é claro que sim."