3 meses atrás
Você finalmente decidiu me apresentar aos seus pais, depois de muitas discussões e ameaças, você finalmente decidiu criar coragem de revelar nosso relacionamento aos seus pais, eu estava feliz, eufórica até com isso mas não pelas circunstâncias que levou você a finalmente assumir as suas responsabilidades.
Eu estava me arrumando ,minha barriga estava começando a crescer, nunca quis ter um filho, mas quando você está com uma vida, uma vida que você ajudou a gerar seus pensamentos mudam completamente, não tem como explicar isso de uma forma que não faça eu não parecer maluca, você so entende de verdade quando passa por isso.
Meu irmão me mataria, mas depois compreenderia, talvez isso até nos ajudasse a fazer as pazes com a Alemanha, quem sabe.
Coloquei um vestido formal, nada ousado, algo casual mas chamativo, aquele vestido foi presente do Gabbie,era simplesmente maravilhoso.
O vestido era rodado, em um tom mesclado de diferentes verdes, fazendo um degradê, sua cintura e o decote eram incrustados por diamantes. Era algo magnífico.
Fiz um coque um pouco desleixado, e uma maquiagem leve, e coloquei o colar de pérolas e os brincos de diamantes, que o Gabbie havia me dado quando confirmei a gravidez.
Desci as escadas, e ele estava me esperando na porta para pegarmos a carruagem. Ele estava usando um terno azul escuro, que realçava seus olhos azuis que eram tão profundos quanto o oceano, ele estava mais lindo( como se isso fosse possível), ele exibia a clássica beleza alemã de uma forma mais bonita ainda.
Depois de meia hora, estávamos em frente ao Schloss Neuschwastein, era o castelo construído pelo Rei Ludwig II para servir como casa de verão privado. Já havia visto fotos dele, mas ele era ainda mais bonito e magnífico pessoalmente, acho que estava começando a babar porque Gabbie me cutucou soltando uma risada magnífica.
- Quer um lenço emprestado? Para limpar essa sua baba magnífica? Ou prefere que eu mesmo cuide disso?- ele disse sorrindo maliciosamente, como eu amava esse sorriso.
- Já mandei você ir se foder hoje?- falei revirando os olhos e segurando a mão dele.
- Estou chocado, princesa Nathaly. Como à princesa da Inglaterra tem a boca mais suja do que a de um marinheiro?- ele me guiou para dentro do castelo, fingindo estar em choque.
- Caso você não saiba príncipe Gabbie, estamos no século XXII, não no século XIX.- falei deixando escapar um sorriso.
- Não vejo que diferença isso faz, senhorita, fazemos parte da monarquia e também da aristocracia ainda.- ele falou soltando uma gargalhada.
- Me recuso a agir como uma tola arrogante, idiota, que age como se ainda estivéssemos no século XIX, o pior é que elas são tão misóginas quantos seus maridos, que acham que só por terem nascido de uma certa familia faz eles melhores do que os outros, que ser um aristocrata é tão importante quanto um empresário e até um médico, que ralaram a vida inteira pra ser alguém. Então antes de insinuar que sou uma aristocrata, pense duas vezes, milord, a uma grande diferença entre mim e aqueles tolos arrogantes e narcisistas.- falei ficando irritada.
- É por isso que eu te amo, Nathy.- ele falou me roubando um beijo, não muito longo, mas o suficiente pra acalmar meus nervos, que estavam quase explodindo com a estresse de conhecer os pais dele.
- Também te amo, idiota.- falei.
Um mordomo nos guiou até a sala de jantar, a cada passo eu ficava mais nervosa ainda, estava com medo da reação deles quando Gabbie contasse que estávamos noivos, eu estava grávida e que eu era a princesa da Inglaterra, isso era o que mais me preocupava, antes que pudesse continuar meus pensamentos, chegamos a sala de jantar, que era enorme pra caralho.
- Papai, Mamãe- Gabbie me abandonou na entrada e foi até os pais dele que já estavam sentados esperando a refeição, e deu um beijo e um abraço em cada um.
- Não vai nós apresentar sua namoradinha, querido- ela deu um ênfase enorme e nada sutil em "namoradinha".
A rainha tinha no mínimo uns 35, ela era jovem e linda, tinha cabelos loiros longos, que pareciam muito com os do Gabbie, e olhos azuis, seus lábios eram grandes e avermelhados, já o pai dele era mais velho, a idade começava a aparecer, tinha pelo menos 40, ele era loiro, e seus olhos eram azuis que nem os do Gabbie.
- Venha Nathaly- ele me chamou e eu caminhei até ele, quando fiquei perto o suficiente dos pais dele, fiz uma reverência.
-Gostaria de apresentar a vocês Nathaly Wind, princesa da Inglaterra.- ele falou, eu apensas sussurrei um oi inaudível, as caras de decepção dos pais dele não eram nada sutis, e eles ainda não tinham ouvido tudo.
- Senhorita Wind- o pai dele levantou e fez uma pequena reverência, a mãe dele continuou imóvel, com a melhor cara de desprezo que ela tinha.- Sentem-se.
Sentei ao lado de Gabbie, do outro lado da mesa estava os pais dele.
-Gostaria de fazer um outro anúncio, eu e Nathaly estamos noivos- ele se levantou e sorriu com orgulho.
- Que diabos você acha que está fazendo Gabriel?- a mãe dele cuspiu na cara dele, cada palavra parecia ser a gota de um veneno que caía na minha cara.
- Estou grávida.- falei no pior dos momentos, não consegui me controlar, saiu automaticamente.
- Que diabos é isso?- agora foi a vez do pai dele.
-Saibam que vou me casar com ela de qualquer forma- ele falou se sentando e segurando a minha mão.
- Nunca.- a mãe dele soltou uma gargalhada.
- Vocês não podem me impedir.- ele rebateu.
- Caso você não saiba somos o rei e a rainha da Alemanha, para se casar com qualquer um em qualquer lugar precisa da nossa autorização, garoto- o pai dele falou.
Eu estava em choque, meus hormônios estavam a flor da pele por causa da gravidez, lágrimas surgiam nos meus olhos e eu não podia controla-las, simplesmente não conseguia.
- Se você quiser jogar assim, pai, jogaremos assim. Eu renuncio.- Gabbie gritou.
- Está louco? O que essa vadiazinha inglesa fez com você?- o pai se levantou, ele estava louco de raiva.
- Ela me mudou, para melhor.- ele se levantou e ficou cara a cara com o pai.
O rei se sentou, ele começou a refletir, a rainha estava de braços cruzados me olhando com uma cara de desprezo,que me fazia querer chorar ainda mais.
- Se é isso que você quer, filho, tudo bem, mas você tem que pensar no bem do reino também,por isso antes de conceder a autorização e fazer o anúncio oficial, ela tera que passar por um interrogatório,para ver se ela é qualifica para ser a futura rainha da Alemanha.- ele falou olhando com um olhar de astúcia para mim.
- Justo, quando será o interrogatório?- Gabbie se sentou e segurou minha mão bem forte.
- Agora- o rei falou não conseguindo conter um sorriso malicioso.
- Tudo bem.- gabbie se voltou pra mim e sussurrou no meu ouvido- Você consegue, te amo.
- Qual a sua opinião sobre os campos de concentração alemães?- o rei perguntou.
- Graças aos deuses, isso foi a muito tempo. Minha opinião? Acho a coisa mais abominável que a humanidade ja fez.- sorri com orgulho da minha resposta.
- Você não contou a ela, Gabbie?- o rei
perguntou.
- Não me contou o que, Gabriel?- perguntei ficando irritada.
- Nada demais.- ele falou ,mentindo, abaixando a cabeça.
- Nada demais? Ela tinha que saber, filho, o futuro da nação está nas mãos de vocês dois.- o pai dele falou.
- Gabriel, explique se.- exigi.
- A uns três anos atrás, encontramos uma sala secreta aqui nesse castelo, hitler havia construído quando tinha o poder sobre a Alemanha, ele guardou livros escritos por ele mesmo, estratégias, descobertas, e essas coisas.- antes que ele terminasse de falar eu o interrompi me levantando da mesa.
- Você não está dizendo que vocês planejam continuar o legado dele? Gabriel, eu nunca, nunca imaginei, que você, meus deuses. Vocês querem voltar a ser a Alemanha nazista.- Eu estava totalmente revoltada, como ele pode, como ele pode concordar com essa merda?
- Isso mesmo querida- a mae dele falou.
- Nathy, sente-se você vai entender, porque isso está certo.- ele falou com todo a calma do mundo estendendo a mão pra mim.
- EU VOU EMBORA, NAO QUERO ESCUTAR MAIS NADA QUE SAIA DESSA SUA BOCA, EU NÃO CONSIGO ENTENDER, MEUS DEUSES, CARALHO. COMO? COMO VOCES QUEREM REPETIR OS ERROS DO PASSADO, RECRIAR A ÉPOCA MAIS CRUEL DA HUMANIDADE, SEUS MONSTROS.- falei chorando, era muita coisa pra se processar.
Gabbie falou alguma coisa, mas eu não escutei, minha cabeça estava girando, minha visão turva, eu estava em pânico, a única coisa que eu consegui fazer foi ir correndo pra carruagem, quando entrei pedi pra me levar ao meu bar favorito.
A partir desse momento, não lembro de mais nada, so lembro de fragmentos, uma hora eu estava bebendo, e depois estava em casa, com um cara desconhecido, depois lembro do Gabbie entrando na nossa casa e gritando comigo e expulsando o cara. Depois lembro que ele perdeu o controle, e eu ja tinha perdido no castelo.
Depois disso não lembro de mais nada, so lembro da manhã seguinte, aquela noite estava toda confusa e fragmentada, parecia que minha mente havia parado de funcionar. No dia seguinte acordei na minha cama, com uma poça de sangue embaixo de mim, e um pequeno feto, meu mundo desabou, por completo, quando achei que não poderia ficar pior, vejo uma carta no criado mudo do lado da minha cama. Eu estava desabando, não achei que aquela carta seria a facada final em mim.
Abri a carta, era de Gabbie.
"Nathaly
Amor, sinto muito, não posso continuar com isso, você partiu meu coração quando encontrei você com aquele cara, na nossa cama.
Gabbie"
Ele não poderia ter sido mais claro,eu havia fudido com tudo, feito ele ir embora. Havia perdido tudo, meu mundo todo havia desabado, havia perdido o cara que eu amava, meu amor, havia perdido meu filho. Eu estava em pedaços, estava quebrada em mil pedaços e não tinha concerto.
3 meses depois
- Que merda tu tá fazendo aqui?- lágrimas brotavam nos meus olhos, e eu não consegui controla-las, elas simplesmente vinham.
- Eu vim numa visita diplomática, para resolver negócios com o seu irmão.- ele falou sorrindo.
Eu não falei nada, só chorava, queria falar tanta coisa pra ele, fazer mil perguntas, me desculpar, falar que eu ainda o amava apesar de tudo, que sentia sua falta, mas a única coisa que consegui fazer foi desabar na frente dele.
Ele deu um passo a frente e limpou minhas lágrimas com seu dedão, e me abraçou, como eu senti saudades daquele abraço, dele, de todos os detalhes dele.
- Senti saudades.- ele falou dando um beijo na minha testa.
Eu estava desabando, apertei ele, queria que aquele momento durasse pra sempre, mas eu tinha aprendido que as coisas nunca são como nós queremos, que a vida não é simples assim.
Ele me soltou e deu um passo para trás me analisando. Então quando eu estava me acalmando ele deu um passo para frente, e me beijou, retribui, não conseguia odiar ele, recusar seu beijo. Sentia tanta falta daqueles lábios macios e carnudos, do seu gosto de hortelã e camomila. Eu ainda o amava, apesar de tudo e sentia pra caralho a falta dele.
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Feels are one weakness
General FictionAté que ponto voce se sacrificaria pelo bem maior? Qual é o seu limite? Você mataria para salvar sua família? Mataria quem você ama para salvar o mundo? Até que ponto você é uma pessoa boa? Uma história sobre sacrifícios, desejos, tentações, limites...